(...) eu acho que os mais velhos encaram a crise económica de modo diferente, dos mais jovens. Os mais velhos, já passaram pelo racionamento da alimentação nos anos 40 e 50 (perguntem aos vossos avós), em que cada pessoa só tinha direito a uma quantidade restrita de senhas para aquisição dos bens essenciais, no pós II Guerra Mundial, mesmo no nosso País que não tinha participado directamente nela!.
(In, manuelacolaco.blogspot.com, 13-07- 2011)
(In, manuelacolaco.blogspot.com, 13-07- 2011)
Bicha em Lisboa para a obtenção de senhas de racionamento, 1943.
O Racionamento
Pelo Natal de 1942, em plena crise nacional agravada pelas chagas da guerra, o Instituto Nacional de Estatística refere que a alimentação dos portugueses se baseia na broa com umas três ou quatro sardinhas salgadas, mais ou menos batatas, duas tigelas de caldo com legumes secos. Na população rural o problema agrava-se, achando-se a maioria das pessoas em estado de subalimentação, com regime insuficiente, tanto em qualidade como em quantidade. Se o trabalho falta e o merceeiro não fia, apenas um dia ou outro calará a fome com um prato dado à míngua e por caridade, lê-se no relatório.
Distribuição de senhas de racionamento, no Porto, anos 40.
Foto de coisasdoarco-da-velha.blogspot.com
As manifestações de protesto e as greves desencadeiam-se um pouco por todo o lado. Ocorrem dezenas de motins campesinos no Minho e em Trás-os-Montes contra as requisições de cereais feitas pelo Estado, a falta de géneros alimentícios e, em alguns casos, a perseguição policial à recolha e venda ilegal de volfrâmio. A repressão do Estado, porém, não impede alguns aumentos salariais que rompem a política de contenção, acelerando assim a espiral inflacionária que acaba por prejudicar quem depende do rendimento de trabalho. Salazar alarga o racionamento de bens essenciais, até então só existente para a gasolina e a electricidade, o que atira o povo para maior penúria e para o inferno do mercado negro. A fruta e o peixe tornam-se praticamente proibitivos, fora de controlo o leite surge falsificado com água e o açúcar aparece misturado com farinha.
Senhas para o pão, anos 40.
Quem pode, quem tem um palmo de terra que seja, planta legumes, e criar galinhas, coelhos ou patos, em gaiolas improvisadas, caixas ou até em casa. Os cães vadios rareiam nas ruas: nesse tempo sabem como cabrito. A sujeição dos produtos ao racionamento é progressiva: o arroz, açúcar, bacalhau, massa, sabão, azeite, óleo, manteiga, café, cacau, cereais, farinhas. Até o pão não escapa e passa a ser reduzido, o branco, a 120 gramas por dia e por pessoa ou, em alternativa, o pão escuro a 180 gramas. A batata é meio quilo por semana e por pessoa. O racionamento não seria só nesse tempo, nesse Natal. Prolongar-se-ia para além da guerra, por mais Natais...
(In, coisasdoarco-da-velha.blogspot.com/pesquisa e adaptação de tinta permanente,10-12-2010)
(fotos á solta na net)
artigo excelente, fiz referência a ele no Facebook em https://www.facebook.com/VelasValorSocial na publicação "algumas imagens de senhas de racionamento e de vales"... o blogspot não tem como enviar mensagem ao autor de uma publicação que não comentando, certo? a composição, cores, as fotos, acho um conjunto excelente.
ResponderEliminarmerda
ResponderEliminarbem podreeee
Eliminarartigo de merda, nao diz nada sobre o que eu pedi!!!!
ResponderEliminarNao presta !!!
Procura em outro site idiota, pois para mim ajudou bastante!!
Eliminaras verdades sao para ser ditas!!! ARTIGO DE MERDAAAAAAAAAAA !!!! :(
ResponderEliminarMUITO BOM!! ME AJUDOU IMENSOOO CARA
ResponderEliminarComentário bem elaborado porque infelizmente vivi essa situação na época e pretendo que a minha geração de netos tenha conhecimento dela fico grato pela excelência do respectivo comentário
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