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sábado, 19 de janeiro de 2013

Dos Arquivos do Smithsonian Institution

“Um filme sem uma mensagem é apenas um desperdício de tempo.”
D.W. Griffith 


 Greta Garbo. 1925. Arnold Genthe.


 Rodolfo Valentino. c. 1925. Russell Ball.


 Ernst Lubitsch à direita com Emanuel Cohen. c. 1930.

"Pelo menos duas vezes por dia o ser humano mais digno é ridículo"
Ernst Lubitsch


 Peter Lorre. 1935. Lusha Nelson.


 Orson Welles. 1938.


 Stan Laurel e Oliver Hardy. 1938. Harry Warnecke.


W.C. Fields.1938. Harry Warnecke e Lee Elkins.


 Greta Garbo. 1939. Clarence Sinclair Bull.


 Orson Welles. 1939. Harry Warnecke e Lee Elkins.


 Veronica Lake. 1941. George Hurrell.

"Sou a favor do costume de se beijar a mão de uma mulher quando 
somos apresentados. Afinal, é preciso começar por algum lado".
Sacha Guitry 


 Ida Lupino e Howard Duff no filme "Woman In Hiding". 1949.


Elia Kazan dirigindo Karl Malden e Vivien Leigh em "A Streetcar Named Desire".1950.


“É o fim da Civilização!” 
Guillaume Apollinaire (à saída de uma sessão de cinema).




(Fotos da National Portrait Gallery, Smithsonian Institution, www.si.edu)




terça-feira, 13 de novembro de 2012

Marlon Brando - «The Contender»

por

Manuel Cintra Ferreira
Expresso, 1 de Julho de 2006


Coisas boas em jornais

Marlon Brando, Eva Marie Saint e Karl Malden em uma cena do filme, Há Lodo no Cais (On the Waterfront, 1954) de Elia Kazan. 1954. Alfred Eisenstaedt. Foto LIFE Archive.


Há, em quase todos os portugueses, um pouco de Terry Malloy. «I coulda been a contender», diz ele. Disse ele. Poderia ter sido um campeão. O condicional diz tudo. Poderia. O que faltou a Terry Malloy? O que falta aos portugueses para saírem da condição passiva, para deixarem de serem os homens de fretes no cais? Malloy vai encontrar a sua oportunidade no amor que lhe testemunha Edie Doyle (Eva Marie Saint), que lhe transmite a força capaz de o colocar de novo de pé, e lhe permite avançar, em passos vacilantes, para o armazém, dirigindo uma equipa de trabalho, agora liberta do medo dos «gangsters» que controlavam o sindicato dos estivadores, nos cais de Nova Iorque.
Estou a falar, como já muito bem entenderam, de Há Lodo no Cais, o filme de Elia Kazan, onde ganhou o seu primeiro Óscar um nome que então provocava paixões, e que ainda hoje é o testemunho único de uma forma de representar: Marlon Brando.


Marlon Brando, com o Óscar no braço esquerdo, falando com uma mulher não identificada na cerimónia dos Óscar's de 1955, no RKO, Theater, após receber o Óscar de Melhor Ator pelo filme, Há Lodo no Cais de Elia Kazan. Hollywood, EUA. 1955. George Silk. Foto LIFE Archive.



E uma forma de ser, também. De tal forma, que o que atrás disse sobre a personagem se poderia dizer sobre o protagonista. Brando foi um campeão. Isso ninguém contesta. Mas poderia ter sido muito mais. Brando poderia ter sido «o» actor por excelência, para além de ser o «modelo» que todos queriam copiar. Elia Kazan afirmou que Marlon Brando «arruinou» duas gerações de actores. A afirmação tem pertinência, na medida em que todo o novo actor que aparecia, seus contemporâneos ou da geração seguinte, em vez de seguirem o seu caminho procuravam, antes de mais, imitá-lo. Antes de se descobrirem a si próprios, fosse um Paul Newman, que o conseguiu, fosse um James Dean, que não teve tempo.


Marlon Brando e Anna Magnani durante as filmagens de, O Homem na Pele da Serpente (The Fugitive Kind, 1959) de Sidney Lumet. Foto gahetna.nl.


Brando foi, antes de mais, um «esbanjador» de talento; deitava-o às mãos cheias pelas janelas de uma série de filmes medíocres, de um Desirée (onde foi Napoleão) a Os Sedutores, de Ralph Levy. Inclusive, a partir de Duelo no Missouri (1976) não fez outra coisa senão expor-se, exibir-se como uma «curiosidade» mais do que como actor, e fazendo-se pagar na justa medida, ou seja, quase o «seu peso em ouro» (para 13 dias de trabalho em Superman cobrou 3,7 milhões de dólares e 10% dos lucros! Sendo o filme de 1978, façam as contas à inflação), o que talvez tenha sido a razão da sua entrega aos requintes culinários, especialmente guloseimas (ah! O belo sorvete!) que rapidamente o transformaram de «personalidade», numa imponente «rotundidade» cinematográfica (é vê-lo na última versão de A Ilha do Dr. Moreau, de John Frankenheimer, de 1996). 


Marlon Brando e Jane Fonda durante as filmagens de Perseguição Impiedosa (The Chase, 1966) de Arthur Penn. Foto gahetna.nl.


Mas mesmo nesta fase de «diletante» do ecrã, em que praticamente se recusava a estudar os argumentos, limitando-se a ler as suas deixas em cartões estrategicamente colocados, a sua presença e figura impunham-se sobre tudo e todos, dando-nos ainda a breve e soberba composição do coronel Kurtz em Apocalipse Now, de Coppola, e conseguindo uma nova nomeação para o Óscar (de actor secundário) em 1989 no papel de um advogado em Assassinato sob Custódia. E o seu último grande papel (a tempo inteiro!), em O Último Tango em Paris, de Bernardo Bertolucci, feito em 1972, é um filme em que a sua persona cinematográfica se confunde com a sua pessoa, quando evoca memórias familiares que poderiam ter sido suas.


Marlon Brando e Elizabeth Taylor durante as filmagens de Reflexos num Olho Dourado (Reflections in a Golden Eye, 1967) de John Huston, baseado no livro da grande escritora Carson McCullers. 1966. Loomis Dean. Foto LIFE Archive.



Digam o que disserem do que ele fez nestes anos pródigos, em que brincou consigo próprio e esbanjou o talento, ninguém pode negar ou desvalorizar o papel que ele teve na década de 50 e da «revolução» (só este termo se aplica ao que ele fez) que trouxe para o trabalho do actor, no palco ou no cinema. Há os que não lhe perdoam ter abandonado os palcos, aonde nunca voltou quando triunfou no cinema com a adaptação do seu sucesso no teatro, Um Eléctrico Chamado Desejo, dirigido por Elia Kazan. Já tivera uma experiência (O Desesperado, de Fred Zinnemann) mas foi o drama de Tennessee Williams que lhe abriu as portas da glória. Bastaria este filme, e também Há Lodo no Cais e o seu Don Corleone de O Padrinho, para o colocarem no panteão das glórias do cinema.
Mas poderia ter sido muito mais, ou algo mais. Não apostou na carreira de realizador (apesar de não se ter saído mal com o «western» Cinco Anos Depois), e transformou a de actor numa espécie de desfile carnavalesco. O que o levou a desistir? Medo do próprio triunfo. Ou apenas fatalismo? Haveria qualquer coisa de português em Brando? Não deixo de pensar nisto quando vejo um filme dele. E não estou, agora, a pensar no Mundial de futebol.

Manuel Cintra Ferreira
Expresso, 1 de Julho de 2006




Marlon Brando em O Padrinho (The Godfather, 1972) de Francis Ford Coppola.




sábado, 25 de fevereiro de 2012

Maggie Smith - A melhor das inglesas

Maggie Smith



Cena entre Peter Ustinov, Maggie Smith e Karl Malden.


«Maggie Smith pisou nos palcos pela primeira vez pela Universidade de Oxford em 1952, e fez sua estreia profissional em Nova Iorque, na New Faces 1956 Revue. Juntou-se à Old Vic Company em 1959, e começou a coleccionar prémios, incluindo o de melhor actriz de 1962 do Evening Standard, por seus papéis como Doreen em The Private Ear e Belinda em The Public Eye. Juntou-se ao National Theatre em 1963, interpretando Desdemona, junto com Laurence Olivier, em Otelo, e foi de sucesso em sucesso com Black Comedy, Miss Julie, The Country Wife, The Beaux Stratagem e Muito Barulho por Nada. Contudo, foi em 1969, com sua interpretação em A Primavera de uma Solteirona, que se tornou conhecida do grande público. Esta actuação lhe rendeu um Óscar e um prémio da Society of Film TV Arts de melhor actriz. Outros papéis no cinema se seguiram em: Viagens com Minha Tia (indicada ao Óscar de melhor actriz) e Morte sobre o Nilo. Em 1977, Smith ganhou seu segundo Óscar e um Globo de Ouro por seu papel na comédia de Neil Simon, Califórnia Suite.


Maggie Smith em 1971 nos camarins do Old Vic Theatre em Londres. sem data. John Olson.


Maggie Smith permanece fiel aos palcos ao longo de sua carreira no cinema e na televisão. Fez o papel-título de Hedda Gabler em 1970 e venceu seu segundo prémio de melhor actriz do Variety Club pela interpretação da sra. Millamant em Way of the World. Em 1970, Smith foi agraciada com a Comenda do Império Britânico e, em 1990, tornou-se Dame Maggie Smith. Foi premiada com o Hamburg Shakespeare Prize em 1991, é membro do British Film Institute, foi premiada com um BAFTA em 1993, e tem diplomas honorários de literatura da Universidade de Cambridge.»
(In, deepseries.wordpress.com/biografias/maggie-smith/)


Tributo a Maggie Smith.



(fotos John Olson e LIFE Archive)



sábado, 10 de setembro de 2011

Tennessee Williams, "O Pássaro"


“PORQUE EU ESCREVO? PORQUE A VIDA NÃO ME SATISFAZ.”

Tennessee Williams


O Dramaturgo Tennessee Williams sentado no cenário da sua peça: Um Eléctrico Chamado Desejo. Na foto da direita: Marlon Brando ajoelhado diante da actriz Kim Hunter em uma cena da produção da Broadway de Tennessee Williams, encenada por Elia Kazan; Um Eléctrico Chamado Desejo. NY, 1947. Eliot Elisofon.


«Thomas Lanier Williams nasceu em 26 de março de 1911 em Columbus (Mississipi, EUA) e foi criado quase que inteiramente pela mãe, já que o pai trabalhava como caixeiro-viajante. Aos 17 anos, mudou-se com a família para St. Louis, e começou a estudar na Universidade do Missouri, onde ganhou o apelido de Tennessee devido a seu forte sotaque do sul. Era o período da Grande Depressão nos EUA, e o jovem enfrentou inúmeras mudanças de endereço e dificuldades com a família, sempre superprotegido pela mãe – e humilhado pelo pai, que o considerava “sensível demais”. Para extravasar suas frustrações, Williams se escondia no quarto para escrever peças, poesias e histórias que reflectiam o ambiente em que vivia. Sua irmã, Rose, sofria de esquizofrenia e passou boa parte da vida internada até ser lobotomizada em 1937, trauma que o dramaturgo carregaria para sempre.

Marlon Brando e Jessica Tandy na produção da Broadway de Tennessee Williams, 
encenada por Elia Kazan; Um Eléctrico Chamado Desejo. NY, 1947. Eliot Elisofon.

Marlon Brando, Kim Hunter, Karl Malden e outros na produção da Broadway de Tennessee 
Williams, encenada por Elia Kazan; Um Eléctrico Chamado Desejo. NY, 1947. Eliot Elisofon.


O calvário enfrentado pela irmã, a superproteção da mãe, a distância entre pai e filho; essas e outras experiências pessoais povoariam toda a obra de Williams. Em 1938, graduou-se pela Universidade de Iowa, deixando a família para morar na célebre região do French Quarter em New Orleans, onde assumiu de vez o nome Tennessee Williams. Após algumas peças teatrais amadoras e roteiros sem expressão para a MGM, estreou em Chicago a peça (The Glass Menagerie), em Dezembro de 1944, com óptima repercussão. Premiada pela crítica nova-iorquina, a peça foi apenas um prelúdio para o enorme sucesso de (Streetcar Named Desire) na Broadway, em 1947. Com Marlon Brando no papel de Stanley Kowalski, Jessica Tandy no de Blanche DuBois e direção do amigo Elia Kazan, a encenação combinava melodrama, sensualidade e simbolismo, rendendo a Williams seu primeiro prémio Pulitzer – o segundo viria com Gata em Telhado de Zinco Quente.

Geraldine Page como Ariadne Del Lago e Paul Newman como seu amante, Chance Wayne, fumando haxixe juntos em uma cena de Tennessee Williams, da peça da Broadway: Sweet Bird of Youth. NY, 1959. Gordon Parks.


O enorme impacto da versão cinematográfica de (Streetcar Named Desire, 1951), que chegou a sofrer cortes na época, trouxe popularidade a Williams e a peças como A Rosa Tatuada (1951) (escrita especialmente para a amiga Anna Magnani), Gata em Telhado de Zinco (1955), Orpheus Descending (1957), Corações na Penumbra (1959) e A Noite de Iguana (1961), todas adaptadas para o cinema.
Ao expor a hipocrisia da classe média, a loucura humana e a sexualidade sublimada pelas convenções sociais, as peças de Williams chocaram a conservadora sociedade norte-americana dos anos 1940 e 50, ao mesmo tempo em que atraíam o interesse de Hollywood e de uma nova geração às voltas com a revolução sexual em marcha. Em 1963, a morte do parceiro Frank Merlo, com quem vivia desde 1947 em New Orleans, agravou as crises de depressão do dramaturgo que definhava com o alcoolismo e viria a morrer em 25 de Fevereiro de 1983, após uma overdose de comprimidos e bebida. Ao lado de Eugene O’Neill e Arthur Miller, Williams continua a ser um dos maiores nomes da dramaturgia norte-americana.»
Texto encontrado em www.gradesaver.com


Paul Newman falando nos bastidores com Tennessee Williams após a estreia da peça da 
Broadway: (Sweet Bird of Youth), Corações na Penumbra. NY, 1959. Gordon Parks.

Tennessee Williams num selo dos CTT americanos. 



(Fotos LIFE Archive)