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segunda-feira, 15 de outubro de 2012

"As mais belas pernas do mundo"


Cyd Charisse


«Se eu tivesse que escolher entre actuar ou dançar, eu escolheria dançar»


Cyd Charisse ensaiando para o filme, A Rapariga Daquela Noite (Party Girl, 1958) de Nicholas Ray. 1958. Leonard Mccombe.

Diz-se muitas vezes que o cinema nunca teve bailarinas para pôr ao lado de Astaire ou Kelly. É esquecer Cyd Charisse, sem qualquer dúvida «the greatest American dancer». Este Ciclo (O Musical) é uma boa ocasião para a comparar com a rival que lhe arranjaram nos «fifties»: Leslie Caron. Ao contrário de Gigi, tudo em Cyd é dança, turbilhão, movimento. E a sua tão efémera carreira inclui-a na geração marcada por esse tão pouco tempo, geração a que pertence por outros traços: o lado trágico, a profunda fragilidade, a simultânea participação no real e no irreal, a divisão também. 

Cyd Charisse e Gene Kelly em Serenata à Chuva (Singin' in the Rain, 1952) de Stanley Donen e Gene Kelly. Foto encontrada em theredlist.fr

Reveja-se esse supremo momento de cinema que é o «Broadway Melody Ballet» de Singin’ in the Rain. Desde o travelling lateral que descobre a perna de Cyd, até à invasão do écran pelo corpo, o que existe é o inteiro movimento dum ser,  a sua aspiração ao espaço, a existência fílmica de tudo o que a palavra dança pode conter. Para David Lichine ela era o sonho de qualquer coreógrafo e a maior bailarina americana. «E mantenho esta afirmação, contra ventos e marés», acrescentou. Mas é preciso falar também da star, «no sentido total do termo» (Fred Astaire) ou de uma presença feminina que Myssien dizia só ter rival em Louise Brooks ou Ava Gardner. Party Girl de Nick Ray – prova isso. Tão cedo esquecida, Cyd é das maiores.

Cyd Charisse e Gene Kelly em A Lenda dos Beijos Perdidos (Brigadoon, 1954) de Vicente Minnelli. Foto encontrada em theredlist.fr

Chamava-se Tula Ellice Finklea e nasceu a 8 de Março de 22 (outras fontes dizem 21, 23 ou 24) em Amarillo, no Texas. O pai era um entusiasta pelo ballet e desde os quatro anos que a fez ter lições de dança. Aos 14, Cyd entrou para os ballets russos do Coronel do Basil. Dois anos depois, era aluna de Fokine e Lichine e casava aos 18 com Nico Charisse, que lhe deu o nome e a tornaria célebre. Em 1943, começou a dançar no cinema em curtas aparições (Something to Shout About de Ratoff, Mission to Moscow de Curtiz). Dois anos depois, passou à MGM, mas ainda passou praticamente despercebida em Ziegfeld Follies (Minnelli, 46), em Till the Clouds Roll By (Whorf, 46), Fiesta (Thorpe, 47) ou Words and Music (Taurog, 48). 

Cyd Charisse no filme Meias de Seda (Silk Stockings, 1957) de Rouben Mamoulian. 1957. EUA. Allan Grant.

Dos «forties» só fica um filme de título premonitório: The  Unfinished Dance de Henry Koster, com coreografia de Lichine (48) que revela quem era Cyd Charisse. A sua criação entusiasmou Astaire que a convidou para o papel principal de Easter Parade. No inicio das filmagens, Cyd partiu uma perna e foi substituída por Ann Miller. Dois anos depois, devia ter sido ela, também, a protagonizar An American in Paris, mas estava grávida e assim nasceu Leslie Caron.
«Lapsos» que dão que pensar. Porque a sua verdadeira estreia tinha que ser no Singin’ in the Rain, porventura o melhor musical de sempre e em que Cyd, como vedeta convidada e num só ballet, de fato verde, cabelos à Louise Brooks e meias de seda, conseguiu ser uma das mais fortes imagens femininas da história de Hollywood.

Cyd Charisse no filme Sombrero, 1953, de Norman Foster. Foto copiada da revista LIFE Magazine.

Vieram depois os grandes êxitos: The Band Wagon (Minnelli,’53, em que contracenava com Astaire, com quem «dança no escuro» um dos mais belos bailados do cinema); Brigadoon (o mais belo dos Minnellis, em 54, em que vinha do fundo dos tempos para dançar o «The Heather on the Hill»); It’s Always Fair Weather (Donen e Kelly, 55 - «Baby, You Knock Me Out») e Silk Stockings (Mamoulian, 57, de novo com Astaire, «Ninotchka» dançada, com as sucessivas metamorfoses do «Silk Stockings Number»). Estes cinco musicais resumem a grande arte de Cyd.
Para quem não acreditasse faltava-lhe provar que género de sensualidade era a sua. Foi em Party Girl de Nicholas Ray (58).

Cyd Charisse em A Roda da Fortuna (The Band Wagon, 1953) de Vicente Minnelli. Foto encontrada em theredlist.fr

Dançou ainda com Roland Petit um «sketch» de Black Things (60), foi rejeitada por Hitchcock a favor de Eva Marie Saint para o North by Northwest, devia aparecer no filme incompleto (devido à morte de Marilyn) Something’s Got a Give e foi pela última vez admirável em Two Weeks in Another Town, de Minnelli já sem dançar.
Mais dois ou três filmes menores e retirou-se em 66. Para além de «guest appearances» cinematográficas (Won Ton Ton: The Dog Who Saved Hollywood de Michael Winner, em 1976; Warlords of Atlantis de Kevin Conner em 1978), só na televisão lhe temos visto a cara. Mas nunca mais as pernas. As mais belas pernas do mundo. Aqui se defendeu que foi muito mais que isso. Singin’ in the Rain, The Band Wagon, Brigadoon, It’s Always Fair Weather, Silk Stockings, tirarão as teimas, Se não são os cinco melhores musicais de sempre aproximam-se. E se ela não é a maior presença feminina em musicais, aproxima-se muito também.

Texto de João Bénard da Costa em O Musical – III volume, as letras


Cyd Charisse no filme A Rapariga Daquela Noite (Party Girl, 1958) de Nicholas Ray. Foto encontrada em theredlist.fr

Cyd Charisse fotografada por J R Eyerman para a LIFE. 1962.

Cyd Charisse e Gene Kelly ensaiando para o filme Serenata à Chuva (Singin' in the Rain, 1952) de Stanley Donen e Gene Kelly. 1951. J R Eyerman.

Cyd Charisse tratando os pézinhos antes de um espectáculo. 1964. EUA. Bill Ray. 

Cyd Charisse, antes de ser uma estrela de cinema, numa praia de Santa Monica. 1945. EUA. Peter Stackpole.


Cyd Charisse (1922-2008)


«Três actores,Gene Kelly, Debbie Reynolds, Donald O’Connor, dançam e cantam, transfigurando o real em espectáculo. São três pastorinhos a quem, haja Deus, em vez de Nossa Senhora aparece Cyd Charisse e o glorioso esplendor do seu par de pernas. Só por ela, cairiam aliens de joelhos, lavados em lágrimas.» 
M.S.F. in Expresso 13-10-12


(Fotos LIFE Archive, excepto as assinaladas)




sábado, 7 de abril de 2012

Marilyn Monroe por Loomis Dean

«Loomis Dean (1917-2005), era um fotógrafo veterano da Life Magazine que fotografou desde palhaços de circo a príncipes e estrelas de Hollywood em uma carreira de mais de 70 anos. Em tempos de faculdade, estudou arte na Escola de Arte Ringling, onde, como ele diz, "Eu provei que não sabia desenhar." No entanto, deu-lhe uma boa base na arte, particularmente no que diz respeito à composição e cor. Dean entrou então na Universidade da Florida para estudar engenharia e lá ele ficou fascinado com a fotografia enquanto via um amigo a imprimir uma fotografia numa câmara escura. Como Loomis Dean disse: "Eu vi a primeira imagem a aparecer e fiquei viciado", o que o levou a se inscrever para estudar fotografia na Eastman School of Photography em Nova York. O primeiro trabalho de Dean foi em 1938 sobre um circo: o Barnum & Bailey Circus. Foi uma carreira relativamente curta e divertida com o circo, mas que deixou uma impressão duradoura. Em 1940, fez um trabalho de publicidade de quatro meses no México e depois se juntou à equipe da revista Parade na cidade de Nova York. Com a eclosão da guerra, Dean entrou para o Exército onde foi exposto a uma nova faceta da fotografia. No fim da guerra, Dean começou a trabalhar com freelancer para a LIFE Magazine e em 1947 ele entrou para os quadros da LIFE e o resto são fotos.»
(In, www.photocollect.com)



A mais BELA de todas aqui tinha 25 anos, a foto que não sei se é de Loomis Dean, só está aqui para quando virem as outras a preto e branco se lembrarem que era assim que Marilyn estava vestida.


Vestida com um vestido de veludo vermelho a ainda starlet Marilyn Monroe de 25 anos de idade arrasa na entrada do Clube Del Mar em Santa Monica, na Califórnia, em janeiro de 1952. / Na segunda foto reparem na cara de desagrado da velhota que está na mesa.


Loomis Dean foi um dos muitos fotógrafos que acompanharam Marilyn no início de sua ascensão meteórica no cinema e o mais certo foi se ter passado dos carretos nesta festa, porque, quase metade das fotos deste evento são dela. Nas fotos Marilyn "sofre" forte assédio de novos e velhos. 


Esta série de fotos de Loomis Dean nunca foram publicados?. Nesta galeria exclusiva da LIFE pode se ver o jovem símbolo sexual com toda a sua magia. Loomis Dean Chamou a esta série de fotos: Hollywood Stars Party.


Nessa festa, Marilyn receberia um de seus primeiros prémios de carreira: o "Henrietta" for Best Young Box Office Personality, dado pela Associação da Imprensa Estrangeira de Hollywood (um ancestral do grupo que hoje distribui os Globos de Ouro).


Marilyn Monroe, Mitzi Gaynor, Leslie Caron, Tony Curtis and John Derek fotografados nessa festa em 1952, talvez como jovens promessas que estavam dando os primeiros passos a caminho da fama.


(fotos LIFE Archive, excepto as duas a cores encontradas na net)