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sábado, 13 de outubro de 2012

Murais Políticos 1977-1983

Coisas do PREC


"No tempo em que os pincéis e a tinta vingavam sobre os cartazes de papel, as mensagens passavam nas paredes, independentemente dos dotes artísticos dos autores. Era a liberdade de expressão que valia, acima de tudo." (In, IOL PortugalDiário)


Mural alusivo ao 25 de Abril .Estrada das Laranjeiras, Lisboa. 1978.

Mural dos GDUP. Lisboa. 1977?

Mural anunciando comício do PCP(R). 1977.

Mural da UDP. Lisboa? 1980.
 
Mural à União Cooperativa de Promoção Camponesa. Grandola. 1978.

Mural alusivo ao 25 de Abril. Lisboa. 1981.

Mural anunciando a festa do Avante. Vale do Jamor. 1978.

Mural anunciando festa do jornal A Voz do Povo. Local? 1978.

Mural ao jornal Luta Popular do PCTP-MRPP. Lisboa. 1979.

Mural do PRP. Oeiras, Porto Salvo. 1977?

Mural anunciando o III Congresso do PCP(R). Lisboa. 1979.

Mural anti-fascista. Lisboa? 1980.

Mural com propaganda política da Juventude Monárquica. Lisboa. 1982.

Mural com propaganda política da UDP, PSR e PCP. Lisboa. 1983.

Mural com propaganda política do LST - Liga Socialista dos Trabalhadores. Local? 1983.

Mural do MES,  anunciando manifestação. Lisboa. 1977.

Mural com propaganda política do Partido Comunista Português. Local? 1980.

Mural com propaganda política do PCTP-MRPP. Local? 1980.

Mural com propaganda política do PPD/PSD. Lisboa.1983.

Mural com propaganda política. Vendas Novas. 1980.

Mural da JCP, anunciando comemoração do 28 de Março. Leiria. 1980.

Mural da USL-CIL em defesa da Reforma Agrária. Local? 1979.

Mural em defesa da Reforma Agrária. Grandola. 1978.

Mural na sede do PS. Lisboa. 1981.

Mural na sede do PS. Lisboa. 1981.



(Fotos dos Arquivo Fotográfico da CML e Centro de Documentação 25 de Abril)



terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

As Campanhas de Dinamização Cultural

 (1974-75)

Há muitas ideias feitas, espalhadas e arreigadas sobre estas campanhas. 
A quem as viveu, cabe tão só testemunhar o que se passou. 
Por Manuela de Freitas


Nem tudo o que luz é oiro. Mas só com luz se pode distinguir.


Saíam de Lisboa, em carros do exército, os militares do MFA [Movimento das Forças Armadas] e os actores. Chegavam à cidade e instalavam-se todos no quartel, onde ficavam durante uma a duas semanas. Dali partiam diariamente para as várias vilas e aldeias da zona onde se realizavam as sessões. Montavam o palco e preparavam a sala. Depois iam pelo povoado, chamando as pessoas, com quem, no café, nas ruas, conversavam e as convidavam para o encontro dessa noite. Não se sabia quais as vedetas que mais atraíam a atenção das populações: se os protagonistas do teatro, se os protagonistas da Revolução dos Cravos.


João Abel Manta, “Muito prazer em conhecer vocelências”. M.F.A. Campanha de dinamização cultural, 1974

Quando a peça acabava, estabelecia-se o debate. O público começava por falar com os actores sobre o espectáculo e, a propósito dele, os militares explicavam quem eram e o que estavam ali a fazer: depois de terem libertado Portugal do fascismo, queriam saber o que era preciso fazer para reconstruir o país e melhorar a vida das pessoas. E ali ficavam a responder a perguntas, a tomar notas, a ouvir as queixas, as esperanças, as dúvidas, os medos: “Construam-nos um cemitério porque o mais perto é a 20 quilómetros e, no inverno, quando levamos um de nós a enterrar, morrem mais dois ou três pelo caminho”. “Precisamos de uma ponte”. “Uma estrada dava muito jeito”. “Façam escolas para podermos aprender a ler”. “O que é que vão fazer aos patrões?”. “Limparam mesmo os fascistas todos?”. “E vocês, que ainda por cima têm armas, como é que nos garantem que não vão fazer pior?”.

Cartaz do MFA.
Altas horas voltavam, actores e militares, para o quartel. E, no dia seguinte, iam fazer o mesmo noutra vila ou aldeia próxima.
Assim foi na primeira campanha (Beira Alta), na segunda (Douro) e na terceira (Trás-os-Montes) ao longo de 1974 e nos princípios de 1975.
Os MFAs fizeram o cemitério, a estrada, a ponte. Mas, a pouco e pouco - confrontados com a pesada herança de 48 anos de fascismo, com o atraso, as carências, a situação social, o caciquismo – esvaía-se-lhes o ânimo voluntarista e emergia uma frustrante consciência da sua total ausência de preparação política. A generosa energia dos “salvadores” dava lugar à apreensão e ao pessimismo dos “responsáveis pelo cumprimento das promessas de Abril”. Confessavam começar a perceber que só com espingardas não conseguiriam levar a bom termo a difícil tarefa – que o povo deles esperava porque a ela se tinham comprometido – de construir um país novo. Seria, por isso, necessário apoiarem-se em quem tinha competência e experiência dessas coisas. Embora com algumas reservas, só o PCP [Partido Comunista Português] lhes parecia estar em condições de os ajudar, porque era a única força de esquerda com uma poderosa organização e uma sólida formação política.
E assim, progressivamente, se assistiu à invasão e ao controle, pelo PCP, da 5ª Divisão (instância das Forças Armadas encarregue das Campanhas de Dinamização Cultural).
Aquele grupo de actores começou a tornar-se incómodo e desajustado às circunstâncias. Porque não aceitou que lhe censurassem os textos do programa; porque se recusou a fazer o espectáculo em condições que considerava atentatórias da qualidade e da boa recepção por parte do público; porque, nos debates, assumiu posições contrárias aos agora mentores do povo e porque, obviamente, não simpatizava com o PCP… voltou para Lisboa a meio da quarta campanha (Minho). E nunca mais foi solicitado para participar em nenhuma, se é que as houve.

Beira Alta. Conselho de Castro Daire. Vila de Parada de Ester. Vacinação de animais. Campanha de Dinamização Cultural , Maio 1975. Fotos de Guy Le Querrec da Magnum Photos.


Seguiu-se uma afincada e habilmente programada descredibilização, política e cultural, do que tinham sido as Campanhas de Dinamização: “os militares do MFA andaram pelo país a catequizar o povo, a colonizá-lo politicamente, acolitados por um grupelho de Lisboa que, em total desrespeito pela identidade cultural própria das comunidades, lhes impingia produtos artisticos que elas recusavam porque lhes eram totalmente alheios”. Esta versão dos acontecimentos foi sendo repetida ao longo dos anos pelos militantes do PCP, em toda a parte e por todas as formas, ora com argumentos culturais ora com argumentos políticos, conforme a quem se dirigiam. E assim - encontrando na má-fé, no sectarismo, na inveja ou na simples ignorância, o terreno propício para criar raízes - esta foi a verdade sobre as campanhas que ficou para a história.

Francisco Martins Rodrigues

É dificil encontrar quem não a repita ainda hoje. Francisco Martins Rodrigues (um dos mais prestigiados e influentes mentores da esquerda), na pág. 23 do seu livro O Comunismo que aí vem (Abrente Editora, 2004), escreve: «Na realidade, as comissões do “poder popular” que mais tarde vieram a reunir sob a presidência benévola dos oficiais, vinham na linha de continuidade das campanhas de “dinamização cultural”, que tinham percorrido a província, a explicar às populações o que era bom para elas. Eram uma reminiscência sublimada da “acção psico-social” em África.» [artigo que fora antes publicado no nº 1 da revista Política Operária, Setembro-Outubro de 1985].


Se, nos bastidores daquela experência, havia intenções e vontades ocultas e o que se passou no terreno foi afinal um desvio indesejado que escapou ao controle dos seus promotores, espera-se que historiadores credíveis o revelem, documentadamente.


Se, apesar das boas intenções dos intervenientes, aquela não foi a melhor forma político-cultural de fazer as coisas, espera-se que políticos e ideólogos credíveis a critiquem e, analisando-a, tirem conclusões para o futuro.
A quem a viveu, cabe tão-só testemunhar o que se passou.

(Manuela de Freitas, 24 de Abril de 2009, in passapalavra.info)   



(Fotos da Magnum Photos; desenhos de João Abel Manta e foto de Francisco Martins Rodrigues á solta na net)




quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Murais Politicos 1975-1977

Coisas do PREC



"No tempo em que os pincéis e a tinta vingavam sobre os cartazes de papel, as mensagens passavam nas paredes, independentemente dos dotes artísticos dos autores. Era a liberdade de expressão que valia, acima de tudo." 
(In, IOL PortugalDiário)


 Mural com propaganda do MES em Lisboa 1976.


Fachada da sede do PCP em Aljustrel 1976.


Mural com propaganda do PPD em Lisboa 1975. 

Mural com propaganda do PCP em Lisboa 1975.

Mural com propaganda do MPLA no Cacem 1976.

Mural com propaganda da UDP em Condeixa 1976

 Mural com propaganda do MRPP no Lumiar 1976.

Mural com propaganda do MRPP em Portimão 1976.

Mural com propaganda para a Presidência da  República no Instituto Superior Técnico em Lisboa 1976.
  
 Mural com propaganda  do PRP, Partido Revolucionário do Proletariado em Ferragudo 1976.

Mural com propaganda  do PRP, Partido Revolucionário do Proletariado em Ferragudo 1976.


  Mural com publicidade a um jornal em 1976.

 Mural com propaganda do PCP(R) no Cacem 1976.

Mural com propaganda do PCP em Coimbra 1976. 

Mural com propaganda ao MFA, Movimento das Forças Armadas em Lisboa 1977.

Mural com propaganda ao MFA, Movimento das Forças Armadas em Lisboa 1977.

 Mural com propaganda da UDP em Lisboa 1977.

 Mural com propaganda do PCP e do MDP CDE em Lisboa 1977.

Mural num prédio na zona da Marvila em Lisboa por um grupo de artistas afectos ao MRPP 1977.


(Fotos do Arquivo Fotográfico da CML)