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quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Do Canadá

Frederick Varley

(1881-1969)


Frederick Varley durante as filmagens do filme Varley. 1951. Canada. Gar Lunney.


De todos os membros do Grupo dos Sete (grupo de pintores canadianos), Frederick Varley foi o mais irresponsável em sua vida e personalidade. Os seus movimentos para várias partes do país pareciam baseados na esperança de que a vida seria mais gratificante em um novo ambiente. Não apenas interessado na paisagem, ele estava fascinado com a forma humana, como um retrato, um estudo facial, ou uma figura na paisagem, e ganhou uma reputação duradoura tanto como paisagista, como retratista. Nascido em Sheffield, Inglaterra, Varley estudou (como fez seu amigo de infância Arthur Lismer) na Escola de Arte de Sheffield, e na Academia de Antuérpia, na Bélgica. Em Antuérpia, Varley tinha a reputação de ser um grande bebedor e levando uma vida boémia  De Antuérpia, voltou para Londres, onde quase passou fome, tentando trabalhar como ilustrador. Quatro anos mais tarde, no seu retorno a Yorkshire, casou e teve dois filhos. Em 1912, mais uma vez Lismer reuniu-se com Varley - que desta vez estava deprimido e que lutava para sustentar a família. Lismer o convenceu a ir para o Canadá, onde encontrou trabalho. Ler tudo Aqui



Frederick Varley durante as filmagens do filme Varley. 1951. Canada. Gar Lunney.


Frederick Varley, provavelmente na Escola de Artes Decorativas Aplicadas de Vancouver. 1927. Canada. John Vanderpant.


Alexander Calder

(1898-1976)



"Certo dia eu conversava com Calder em seu atelier quando um mobile (Na escultura, o mobile é um modelo abstracto que tem peças móveis, impulsionadas por motores ou pela força natural das correntes de ar), que até então estava parado, arremessou-se em minha direcção  numa violenta agitação. Dei um passo para trás, me colocando fora de seu alcance. Mas, de repente, assim que essa agitação passou e ele parecia novamente morto, sua longa cauda majestosa, que não tinha se mexido, se pôs em movimento, devagar, como num lamento, e volteando pelos ares passou pelo meu nariz."

Estas palavras exprimem o deslumbramento e a surpresa do 
filósofo Jean-Paul Sartre diante de um mobile de Alexander Calder.


Alexander Calder e um dos seus mobiles. Sem data ou local. Walter Curtin.


Filho de pai escultor e mãe pintora, Alexander Calder desde cedo esteve envolvido com as artes. Tinha seu próprio atelier e construía seus próprios brinquedos. Na juventude, estudou engenharia mecânica em Newark e trabalhou como engenheiro entre 1919 e 1922. Em 1923 passou a estudar desenho na Art Students League, em Nova York, concluindo o curso em 1926. Nos dois anos seguintes colaborou como ilustrador na publicação "National Police Gazette" e, em 1926, realizou sua primeira exposição, juntamente com outros artistas.
Em 1927, viajou para Paris, onde expôs no Salão dos Humoristas seu "Cirque Calder", uma miniatura de circo com bonecos animados. No mesmo ano, voltou para Nova York e, no seguinte, fez sua primeira mostra individual na Weythe Gallery. Ainda em 1928 voltou a Paris, para uma nova exposição, e foi a Berlim, onde iniciou a criação de jóias. De volta a Paris, em 1930, começou a fazer grandes esculturas abstratas, os "stabiles", utilizando arame para criar volume. Numa de suas viagens, Calder conheceu Louisa James, sobrinha-neta do escritor Henry James, com quem se casou em 1931. Frequentando o meio artístico parisiense, Calder conheceu artistas fundamentais para o desenvolvimento de sua arte, como Marcel Duchamp, Joan Miró e Fernand Léger. 

Alexander Calder e um dos seus mobiles. Par uma peça de Teatro?. Sem data ou local. Walter Curtin.


Visitando o atelier de Piet Mondrian teve o que chamou de uma experiência chocante, a qual o encaminhou rumo à abstracção  ao observar uma parede cheia de rectângulos coloridos de papel, que Mondrian continuamente mudava de posição, para estudar composição. Em 1931 as esculturas de Calder adquiriram movimento. "Dancing Torped Shape" era uma escultura acionada a manivela. O primeiro dos famosos "mobiles" de Calder foi "Calderberry Bush", uma escultura que mudava de forma com o vento. (Aliás, o termo "mobile" foi criado por Duchamp para baptizar este tipo de escultura.)

Escultura de Alexander Calder intitulada "Homem", na Expo 67 em Montreal. 1967. Canadá.


Em 1933 Calder e Louisa deixaram a França e mudaram-se para uma fazenda em Roxbury, nos Estados Unidos, onde ele construiu seu atelier  Sua primeira filha, Sandra, nasceu em 1935 e a segunda, Mary, em 1939. As décadas de 1930 e 1940 foram extraordinariamente produtivas para Calder. Sua criatividade levou-o a realizar obras cada vez mais versáteis, como esculturas ao ar livre, cenários para teatro e ballet e mobiles para arquitectura  Em 1943 as obras de Calder foram reunidas numa grande retrospectiva realizada pelo Museu de Arte Moderna, o Moma, de Nova York. Em 1952, o artista recebeu o prémio internacional de escultura na Bienal de Veneza. Em 1964, outra grande retrospectiva de sua obra foi realizada no Museu Guggenheim de Nova York. Calder seria consagrado como o grande inovador da escultura no século 20. Faleceu, na casa de uma de suas filhas, aos 78 anos. (In, educacao.uol.com.br)


Leonard Cohen

(antes das canções)


Leonard Cohen segurando um rolo de filme. 1963. Montreal. Canadá. Allan R. Leishman.


Leonard Cohen escrevendo à máquina. 1963. Montreal. Canadá. Allan R. Leishman.



(Fotos de www.collectionscanada.gc.ca)



sexta-feira, 8 de junho de 2012

DREAMS THAT MONEY CAN BUY

Um filme de
Hans Ritcher (1947)


Pintor surrealista e dadaísta, teórico do cinema e um cineasta experimentalista, o alemão Hans Richter (1888-1976) escreveu, produziu e dirigiu Dreams That Money Can Buy, uma das contribuições mais significativas para o movimento "avant garde" do século 20. Um filme experimental filmado por 25.000 dólares em um sotão de Manhattan. Foi estreado em Nova York em Março de 1947 e na sua estreia, foi recebido com uma mistura de aplausos e confusão, especialmente quando o projeccionista eleito para mostrar o filme projectou o filme sobre a parede e o tecto ao invés do écran. O filme foi mostrado no Festival de Veneza de 1947, onde ganhou um prémio especial para o melhor contributo original para o progresso do cinema. Ver aqui a biografia e pinturas de Hans Ritcher




Fotos de Gjon Mili, da rodagem do filme "Dreams That Money Can Buy", 
em reportagem para a LIFE Magazine  em Dezembro de 1946.


Foto reportagem de Gjon Mili para a LIFE Magazine, 1946. Clique para aumentar.


 Fotos da rodagem do filme "Dreams That Money Can Buy" de Hans Ritcher, por Gjon Mili, 1946.



DREAMS THAT MONEY CAN BUY 
(HANS RICHTER, 1947)

Produzido nos Estados Unidos entre 1944 e 1946, Dreams That Money Can Buy é o projecto cinematográfico mais ambicioso do artista plástico e pioneiro do cinema experimental Hans Richter, que desde há muito ambicionava realizar um filme colectivo que reunisse alguns dos seus compagnon de route das aventuras dadaístas e surrealistas. Trata-se de uma história de sonhos misturados com a realidade, que nos transporta para o mundo onírico do inconsciente, através da história de Joe/Narcissus, um jovem cuja vida não corre da forma como ele gostaria, que descobre que tem a capacidade para criar sonhos. Decide, então, aproveitar este dom para ganhar a vida, passando a vender sonhos feitos à medida de toda a sorte de clientes frustrados e neuróticos.



  Fotos da rodagem do filme "Dreams That Money Can Buy" de Hans Ritcher, por Gjon Mili, 1946.


As sequências oníricas do filme são fruto da imaginação de Richter (Narcissus) e dos artistas por si convidados: Max Ernst (Desire), Fernand Léger (The Girl with the Prefabricated Heart), Man Ray (Ruth, Roses and Revolvers), Marcel Duchamp (Discs) e Alexander Calder (Ballet e Circus). A música original foi composta por Louis Applebaum (Narcissus), Paul Bowles (Desire e Ballet), John Cage (Discs), David Diamond (Circus) e Darius Milhaud (Ruth, Roses and Revolvers). Por detrás da produção de Dreams That Money Can Buy esteve a The Art of This Century Gallery, de Peggy Guggenheim, além do próprio Richter e do escritor e cineasta Kenneth MacPherson, membro do colectivo Pool e um dos fundadores e editores da Close Up, a primeira revista de língua inglesa especializada em crítica e teoria cinematográfica.


  Fotos da rodagem do filme "Dreams That Money Can Buy" de Hans Ritcher, por Gjon Mili, 1946.


Dreams That Money Can Buy combina o imaginário das primeiras vanguardas do século XX (Duchamp, por exemplo, constrói o episódio intitulado Discs a partir do seu famoso quadro Nu Descendant un Escalier n° 2, de 1912, e dos discos giratórios utilizados em Anémic Cinema, a sua única obra cinematográfica, realizada em 1926) com algumas referências e convenções genéricas do cinema clássico de Hollywood (desde a voz off do protagonista, muito comum nos film noir, até ao expressionismo fotográfico característico do cinema fantástico), utilizadas, o mais das vezes, com uma intenção paródica, sobretudo, nos segmentos escritos e realizados por Fernand Léger e Man Ray.
Com Dreams That Money Can Buy, Richter alcançou a forma mais elevada do poema cinematográfico a que se referiu em muitos dos escritos teóricos que publicou acerca do cinema — uma forma de expressão artística que, graças à sua natureza eminentemente visual, não se deve limitar a reproduzir ou imitar a realidade tal como esta se apresenta, mas sim reinventá-la através da representação simbólica abstracta. 
(In, olugardosangue.blogspot.pt)


 Fotos da rodagem do filme "Dreams That Money Can Buy" de Hans Ritcher, por Gjon Mili, 1946.


(Fotos de Gjon Mili e da LIFE Archive)