Elizabeth Taylor, Bob Willoughby e Eva Marie Saint durante a rodagem de "Raintree County" de Edward Dmytryk. 1957.
Foto encontrada em www.jazzbodyandsoul.co.uk
«Robert Hanley "Bob" Willoughby nasceu em Los Angeles em 1927. Apaixonou-se pela fotografia depois de receber uma câmara como presente de aniversário aos 12 anos. Bob Willoughby estudou fotografia na Escola de Cinema na Universidade do Sul da Califórnia e trabalhou com o designer gráfico Saul Bass . Entre 1948 e 1954, as suas fotografias de músicos de jazz e dançarinos levou-o a um contrato com Globe Photos. Mais tarde, trabalhou para a revista Harper's Bazaar, onde as suas fotografias ilustraram artigos de arte e cultura. A sua grande oportunidade veio quando ele foi designado por seis revistas diferentes para fotografar Judy Garland durante as filmagens de A Star is Born (1954). Posteriormente, ele foi contratado pela Warner Brothers para fotografar a seqüência, "Born in a Trunk" do mesmo filme.
Judy Garland por Bob Willoughby. 1954.
Esta foi a primeira vez que um estúdio de cinema contratou um fotógrafo especial para tirar fotos para a venda de revistas. O resultado foi uma capa da revista LIFE Magazine, com um retrato em close-up da cantora e actriz. Em 1963, Willoughby construiu a primeira câmara de controle remoto, para uso no estúdio de fotografia. Isso levou a outras inovações que lhe permitiam tirar fotografias iguais às de filme. Bob Willoughby continuou a fotografar durante o resto da sua vida. Morou na Irlanda durante 17 anos, onde usou as suas técnicas fotográficas para ilustrar textos da antiga poesia irlandesa com fotos do campo. Foi autor de livros sobre fotografia e outros assuntos. Os seus últimos anos foram passados em Vence, na França, onde continuou uma vida activa profissional, vindo a falecer em 2009.» (Fonte: wikipedia)
Cole Porter. 1954.
Jack Lemmon. 1966.
James Dean. 1955.
Edith Head. 1960.
John Wayne. 1971.
Otto Preminger. 1957.
Rock Hudson. 1954.
Shirley MacLaine. 1959.
Vincent Price. 1958.
Vincente Minnelli, Gene Kelly e Eric Carpenter. 1954.
(Fotos da National Portrait Gallery, Smithsonian Institution, www.si.edu)
«Se eu tivesse que escolher entre actuar ou dançar, eu escolheria dançar»
Cyd Charisse ensaiando para o filme, A Rapariga Daquela Noite (Party Girl, 1958) de Nicholas Ray. 1958. Leonard Mccombe.
Diz-se muitas vezes que o cinema nunca teve bailarinas para pôr ao lado de Astaire ou Kelly. É esquecer Cyd Charisse, sem qualquer dúvida «the greatest American dancer». Este Ciclo (O Musical) é uma boa ocasião para a comparar com a rival que lhe arranjaram nos «fifties»: Leslie Caron. Ao contrário de Gigi, tudo em Cyd é dança, turbilhão, movimento. E a sua tão efémera carreira inclui-a na geração marcada por esse tão pouco tempo, geração a que pertence por outros traços: o lado trágico, a profunda fragilidade, a simultânea participação no real e no irreal, a divisão também.
Cyd Charisse e Gene Kelly em Serenata à Chuva (Singin' in the Rain, 1952) de Stanley Donen e Gene Kelly. Foto encontrada em theredlist.fr
Reveja-se esse supremo momento de cinema que é o «Broadway Melody Ballet» de Singin’ in the Rain. Desde o travelling lateral que descobre a perna de Cyd, até à invasão do écran pelo corpo, o que existe é o inteiro movimento dum ser, a sua aspiração ao espaço, a existência fílmica de tudo o que a palavra dança pode conter. Para David Lichine ela era o sonho de qualquer coreógrafo e a maior bailarina americana. «E mantenho esta afirmação, contra ventos e marés», acrescentou. Mas é preciso falar também da star, «no sentido total do termo» (Fred Astaire) ou de uma presença feminina que Myssien dizia só ter rival em Louise Brooks ou Ava Gardner. Party Girl de Nick Ray – prova isso. Tão cedo esquecida, Cyd é das maiores.
Cyd Charisse e Gene Kelly em A Lenda dos Beijos Perdidos (Brigadoon, 1954) de Vicente Minnelli. Foto encontrada em theredlist.fr
Chamava-se Tula Ellice Finklea e nasceu a 8 de Março de 22 (outras fontes dizem 21, 23 ou 24) em Amarillo, no Texas. O pai era um entusiasta pelo ballet e desde os quatro anos que a fez ter lições de dança. Aos 14, Cyd entrou para os ballets russos do Coronel do Basil. Dois anos depois, era aluna de Fokine e Lichine e casava aos 18 com Nico Charisse, que lhe deu o nome e a tornaria célebre. Em 1943, começou a dançar no cinema em curtas aparições (Something to Shout About de Ratoff, Mission to Moscow de Curtiz). Dois anos depois, passou à MGM, mas ainda passou praticamente despercebida em Ziegfeld Follies (Minnelli, 46), em Till the Clouds Roll By (Whorf, 46), Fiesta (Thorpe, 47) ou Words and Music (Taurog, 48).
Cyd Charisse no filme Meias de Seda (Silk Stockings, 1957) de Rouben Mamoulian. 1957. EUA. Allan Grant.
Dos «forties» só fica um filme de título premonitório: The Unfinished Dance de Henry Koster, com coreografia de Lichine (48) que revela já quem era Cyd Charisse. A sua criação entusiasmou Astaire que a convidou para o papel principal de Easter Parade. No inicio das filmagens, Cyd partiu uma perna e foi substituída por Ann Miller. Dois anos depois, devia ter sido ela, também, a protagonizar An American in Paris, mas estava grávida e assim nasceu Leslie Caron.
«Lapsos» que dão que pensar. Porque a sua verdadeira estreia tinha que ser no Singin’ in the Rain, porventura o melhor musical de sempre e em que Cyd, como vedeta convidada e num só ballet, de fato verde, cabelos à Louise Brooks e meias de seda, conseguiu ser uma das mais fortes imagens femininas da história de Hollywood.
Cyd Charisse no filme Sombrero, 1953, de Norman Foster. Foto copiada da revista LIFE Magazine.
Vieram depois os grandes êxitos: The Band Wagon (Minnelli,’53, em que contracenava com Astaire, com quem «dança no escuro» um dos mais belos bailados do cinema); Brigadoon (o mais belo dos Minnellis, em 54, em que vinha do fundo dos tempos para dançar o «The Heather on the Hill»); It’s Always Fair Weather (Donen e Kelly, 55 - «Baby, You Knock Me Out») e Silk Stockings (Mamoulian, 57, de novo com Astaire, «Ninotchka» dançada, com as sucessivas metamorfoses do «Silk Stockings Number»). Estes cinco musicais resumem a grande arte de Cyd.
Para quem não acreditasse faltava-lhe provar que género de sensualidade era a sua. Foi em Party Girl de Nicholas Ray (58).
Cyd Charisse em A Roda da Fortuna (The Band Wagon, 1953) de Vicente Minnelli. Foto encontrada em theredlist.fr
Dançou ainda com Roland Petit um «sketch» de Black Things (60), foi rejeitada por Hitchcock a favor de Eva Marie Saint para o North by Northwest, devia aparecer no filme incompleto (devido à morte de Marilyn) Something’s Got a Give e foi pela última vez admirável em Two Weeks in Another Town, de Minnelli já sem dançar.
Mais dois ou três filmes menores e retirou-se em 66. Para além de «guest appearances» cinematográficas (Won Ton Ton: The Dog Who Saved Hollywood de Michael Winner, em 1976; Warlords of Atlantis de Kevin Conner em 1978), só na televisão lhe temos visto a cara. Mas nunca mais as pernas. As mais belas pernas do mundo. Aqui se defendeu que foi muito mais que isso. Singin’ in the Rain, The Band Wagon, Brigadoon, It’s Always Fair Weather, Silk Stockings, tirarão as teimas, Se não são os cinco melhores musicais de sempre aproximam-se. E se ela não é a maior presença feminina em musicais, aproxima-se muito também.
Texto de João Bénard da Costa em O Musical – III volume, as letras
Cyd Charisse no filme A Rapariga Daquela Noite (Party Girl, 1958) de Nicholas Ray. Foto encontrada em theredlist.fr
Cyd Charisse fotografada por J R Eyerman para a LIFE. 1962.
Cyd Charisse e Gene Kelly ensaiando para o filme Serenata à Chuva (Singin' in the Rain, 1952) de Stanley Donen e Gene Kelly. 1951. J R Eyerman.
Cyd Charisse tratando os pézinhos antes de um espectáculo. 1964. EUA. Bill Ray.
Cyd Charisse, antes de ser uma estrela de cinema, numa praia de Santa Monica. 1945. EUA. Peter Stackpole.
Cyd Charisse (1922-2008)
«Três actores,Gene Kelly, Debbie Reynolds, Donald O’Connor, dançam e cantam, transfigurando o real em espectáculo. São três pastorinhos a quem, haja Deus, em vez de Nossa Senhora aparece Cyd Charisse e o glorioso esplendor do seu par de pernas. Só por ela, cairiam aliens de joelhos, lavados em lágrimas.»
“Estes filmes sonoros não levam em conta a linguagem internacional do cinema mudo, e da parte inconsciente de cada espectador na criação do filme, a acção, a trama e o diálogo imaginado por si”.
Jack L. Warner, fundador da Warner Brothers.
Foto da estreia a 6 de Outubro de 1927 de “The Jazz Singer” (O Cantor de Jazz, 1927), de Alan Crosland, com Al Jolson. É considerado o primeiro filme sonoro da história do cinema. Foto encontrada em screenwritingfromiowa.files.wordpress
O galo da Pathé está para o cãozinho da His Master's Voice como o leão da Metro para o cinema sonoro. Antes, o galo cacarejava em seco e, por detrás da tela do velho Chantecler dos Restauradores, engenhosos "experimentadores" de som simulavam o ruído do simpático galináceo. Outros , mais sofisticados, punham a girar no gramofone os pesados 78 r.p.m., a uma velocidade tal que o cãozinho ficava com a cabeça a andar à roda e os espectadores-basbaques com os tímpanos a zunir.
O leão da Metro é outra louça: mesmo que o agitar da juba não corresponda ao felino rugir; mesmo que "aquele" som não tenha nada a ver com aquela imagem. A sincronia não foi, decididamente, a primeira das preocupações do cinema quando começou a falar. Num dos mais belos filmes jamais feitos por Hollywood, a "Serenata à Chuva de Gene Kelly e Stanley Donen, conta-se como uma banda sonora, metida a martelo para evitar o fiasco de um grande filme mudo em tempos em que o "falado" já ganhava terreno, sofre tratos de polé e despedaça o já de si periclitante equilíbrio psicológico do atribulado realizador. Percalços deste género ocorreram de facto ao princípio (e não só: o cinema português que o diga…).
Mas, síncrono ou não, a invenção do sonoro, ou seja, da imagem falada, causou reboliço espectacular nos meios cinematográficos. Tudo começou aliás por acaso: em princípios de 1927, Al Jolson participou nas filmagens de um musical de rotina, "The Jazz Singer". Uma história insignificante seria pontuada pelo recentemente inventado sistema de dobragem em disco, desenvolvido pelos Laboratórios Bell e. comprado pela companhia Warner Brothers, uma das mais pequenas companhias de Hollywod. Meia dúzia de canções gravadas, tanto quanto possível sincronizadas com com a movimentação do “jazz- singer", era tudo quanto se pensava poder fazer.
Mas, para o veterano do espectáculo Al Jolson, fazer com que de uma tela saíssem palavras era um desafio mais do que aliciante. Durante as gravações, Jolson proferiu aquilo que viria a ser considerado o "abre-te . Sésamo" dó cinema sonoro. Uma pequena frase, logo após a interpretação de uma canção, anunciava que a outra ainda iria ser melhor: "Esperem aí! Isto não é nada. Ouçam esta!”.
Para os atónitos espectadores de "The Jazz Singer" era mais do que uma revelação: na noite da estreia, em 6 de Outubro de 1927, muitos dos cinéfilos terão reagido quase da mesma forma do que aqueles que num certo fim de tarde dos últimos anos do século XIX fugiram de pânico quando uma parelha de cavalos se pôs em movimento em direcção à câmara dos engenhosos irmãos Lumière.
Cartaz do filme “The Jazz Singer” (1927) de Alan Crosland, encontrado em movies.zap2it.com e Al Jolson em 1949 dando espectáculo em local desconhecido, com as canções de “The Jazz Singer”. Foto de Cornell Capa e da LIFE Archive.
A difícil transição
O que é certo é que uma febre de ruídos se apossou de imediato dos grandes produtores. A maior resistência veio, inevitavelmente, dos que, segundo as novas regras do jogo, eram obrigados, para sobreviver, a essa mais-valia cinematográfica: a voz.
Chaplin terá pensado que o sonoro não tinha hipóteses; Abel Gance — tinha a certeza — mas o seu "L'Argent", inteiramente mudo apesar de feito nos anos trinta, acabou por vir a ser sonorizado, para responder às exigências da época; enfim, entre nós, havia quem achasse que o cinema "sendo mudo diz-nos tudo mesmo assim" — pelo menos na opinião de uma cançonetista "à la mode" no início da década de trinta que, angustiada, pedia: "Teodoro, não vás ao sonoro"...
Actores houve que não resistiram à invasão sonora: Jolla Clarence ou Buddy Rogers, o segundo marido de Mary Pickford, que ainda recentemente afirmava peremptório: "No tempo do mudo é que era bom". Compreende-se: a Voz de Rogers não resistiu aos rudimentares aparelhos, de gravação — e tudo indica que o seu talento dramático também não.
Mesmo os que se aguentaram na crista da onda não deixam de evocar com saudade os "gloriosos tempos" do cinema mudo. Para Frank Capra, cujos maiores sucessos como "Não o Levarás Contigo" e "It's a Wonderful Life" foram feitos já no tempo do sonoro "quando o cinema descobriu a sua própria laringe, toda a gente ficou espantada, fascinada e o mundo do celulóide foi virado de pernas para o ar".
E o legendário Raoul Walsh, herói do antes e do depois, autor de "O Ladrão de Bagdad" e "O Preço da Glória", resume o clima do cinema mudo: "Éramos uma quadrilha selvagem, como os garimpeiros, esses pesquisadores que vieram para o Oeste à procura de ouro”.
Duas cenas sensacionais do filme Singin' in the Rain (Serenata à Chuva, 1952) de Stanley Donen e Gene Kelly: A comédia que melhor retrata a passagem do cinema mudo para o sonoro.
Um «boom» sensacional
Que teria acontecido a Rudolfo Valentino se, em vez do olhar lânguido e dos lábios finos eternamente debruçados sobre outros lábios, o cinema nos tivesse legado a sua voz recitando os seus poetas favoritos, Byron e Whitman? Ou, ao contrário, o que seria de Humphrey Bogart, se as filmotecas de todo o Mundo não tivessem hoje para nos oferecer mais do que a imagem silenciosa do incorrigível Philip Marlowe, criado por Raymond Chandler e recriado por Howard Hawks?
Valentino não teria resistido provavelmente. Mas Bogart também não porque o que é certo é que a prova de fogo do som nem sempre foi desfavorável aos que a tentaram. Claro que Bogart quase rosnava: Mae West era mais discreta e a voz saia-lhe, felina, como o ronronar de um gato; quanto a Greta Garbo, recorda-se-lhe a dicção ténue; e de Laureen Bacall muitos cinéfilos continuam a admirar, acima de tudo, a voz grave, quente, sensual. Tudo isto e outras coisas mais foi o sonoro que as criou. Grande parte da mitologia de Hollywood construiu-se em torno da voz, dos tiques, da dicção das suas estrelas principais. Pelo seu lado, os produtores parecem ter compreendido muito cedo que, mais do que uma dicção perfeita, o que o sonoro exigia era um registo peculiar. De facto, em Janeiro de 1928, quatro meses após a estreia do primeiro filme sonoro, 157 salas de projecção tinham já sido renovadas e estavam prontas a exibir filmes "falados" (tradução literal de "talkies", naturalmente...) e nos finais do ano seguinte o número subia a 8741! "Buchas” sonoras, principalmente constituídas por diálogos insignificantes, eram metidas à força em filmes já prontos ou em fase de montagens: o cinema dessa época é uma mistura desajeitada de imagem muda e envergonhada e de som adoptado à pressa, mais para fazer barulho e para seguir as exigências do púbico, de que para figurar como elemento significante. A noção de banda sonora viria mais tarde. A qualidade dessas primeiras experiências é imaginável. Trabalhando com soluções de recurso (caixas à prova de som dentro das quais era metida a câmara, demasiado barulhenta para poder coexistir com os pesados e ultra sensíveis microfones, capazes de registarem o bater do coração ou o dramático arfar das “stars” hollywoodescas…), os directores pouco mais podiam fazer do que tentar manter-se na onda. E esperar que melhores dias viessem .
“«A Canção de Lisboa», rodado em 1933 por Cotinelli Telmo foi o primeiro filme sonoro inteiramente feito em Portugal e constitui modelo para a nossa comédia cinematográfica. Em rigor: o primeiro filme sonoro português foi «A Severa» de Leitão de Barros estreado em Paris, em 1931, e que o público português conheceria a partir de Junho daquele ano.”
Fotos dos cartazes encontrados em www.ernestodesousa.com e www.amordeperdicao.pt
O atraso habitual
Sem excepção, Portugal aderiu ao sonoro, mas com certa relutância e o habitual atraso: o histórico filme de AI Jolson só viria a ser estreado em Lisboa no Odéon, no início dos ano trinta, mas a primeira apresentação do sonoro data de 1931, (dois erros no texto; "The Jazz Singer" estreou a 27-02-1929, portanto como filme mudo até porque os cinemas não tinham a aparelhagem necessária e o sonoro começou em Portugal no Royal a 05-04-1930 - nota do blog) quando o recém-inaugurado cinema Royal projectou a película de Van Dyke; "As Sombras Brancas''. A produção cinematográfica nacional por seu lado, só mais tarde viria a aderir à nova invenção, sendo a “Canção de Lisboa" (1933), o primeiro filme a utilizar o som incorporado. Uma série de películas rodadas a seguir tratavam já o som com relativa desenvoltura e construíam a narração em função do diálogo. Mais do que isso, quase se pode dizer, que, antes da invenção do sonoro, o cinema português poucos sinais importantes deixou para História e que, apesar de tudo, é na primeira década de utilização do som que a produção nacional atinge melhor nível.
O CINEMA SONORO EM PORTUGAL - Crónica no Diário de Lisboa no dia anterior à estreia do Sonoro no Royal Cine e Página do livro «OS MAIS ANTIGOS CINEMAS DE LISBOA 1896-1939», de Manuel Félix Ribeiro, Edição da então Cinemateca Nacional. Com o anúncio da inauguração do cinema sonoro em Portugal no Royal Cine em 05 de Abril de 1930 e reprodução do convite.
Se o mudo conserva hoje para nós o fascínio de uma época perdida para sempre, se, na nossa memória de cinéfilos, o silêncio está associado a uma mecânica do movimento próxima da dos bonecos articulados e à inevitável improvisação ao piano, é porque som é para nós, um elemento indissociável da imagem. Ninguém concebe hoje a realização de um filme mudo — a não ser, evidentemente, Mel Brooks, cuja "Ultima Loucura", além de não ser loucura nenhuma; parodia os tiques da dramática exaustão do cinema sonoro recorrendo (suprema vingança) à fascinante atmosfera do cinema mudo. O mesmo afinal, em negativo, que, vinte e cinco anos antes; Gene Kelly e Stanley Donen tinham conseguido com a "Serenata à Chuva"; aí, era a agonia do mudo que com a exuberância do sonoro se pretendia retratar. Mas, para a história, fica hoje a memória do dia em que, o cinema começou a falar — precisamente numa noite de Outubro; quando um branco com a cara pintada de preto pronunciou as palavras mágicas: "Isto não é nada!" Al Jolson tinha razão: o melhor veio depois. Texto não assinado encontrado no jornal Expresso de 01 de Outubro de 1977
Documentário em duas partes baseado sobretudo na que é
considerada a melhor biografia de Al Jolson da autoria de Pearl Sieben.
“Com o uso da palavra não há mais lugar para a imaginação."
"Ela acreditava em anjos e, porque acreditava, eles existiam"
(Clarisse Lispector em A Hora da Estrela)
Danny Kaye e Tamara Toumanova. 1945, Peter Stackpole.
Buster Keaton e Donald O'Connor, ensaiando para um
filme baseado na vida de Keaton. 1956, Allan Grant.
Clara Bow, "The Girl of the Roaring Twenties", numa
cena do filme "Hula" de Victor Fleming. 1927.
Anthony Quinn a jogar xadrez, durante as filmagens de The
Magus (1968) de Guy Green. Maiorca?, 1967, Pierre Boulat.
Pier Angeli, 22 anos, pendurada numa árvore de eucalipto no meio do mato. EUA, 1954, Allan Grant. / A futura actriz Candice Bergen sentada no chão, olhando para a câmara durante uma festa de crianças em Hollywood. EUA, 1952, JR Eyerman.
Charlie Chaplin por Alfred Eisenstaedt. 1931.
Alec Guinness sentado, com Noel Coward ao fundo, no Sloppy Joe' Bar (famoso bar de Havana), durante as filmagens de "O Nosso Homem em Havana" de Carol Reed em plena revolução cubana. Havana, Cuba, abril 1959, Peter Stackpole.
Senta Berger nas filmagens de "Major Dundee" de Sam Peckinpah. Cuernavaca, Mexico, 1964, Bill Ray. / Burnu Acquanetta em uma cena de "Arabian Nights" (As Mil e Uma Noites, 1942) de John Rawlins, um filme em que não foi creditada. EUA, 1942, John Florea.
Ottola Nesmith numa cena de um filme para TV,
"Edge of Terror". Hollywood,EUA, 1958, Allan Grant.
Carroll O'Connor ou Archie Bunker, estrela do programa de TV "All in the Family" (Tudo em Família). USA, 1971, Michael Rougier. / Elizabeth Taylor, 13 anos. EUA, 1945, Peter Stackpole.
Gene Kelly e Fred Astaire. Foto sem data nem local de J R Eyerman.
"Nunca disse que os actores são gado. O que eu disse é
que todos os actores deveriam ser tratados como gado."
Eric Von Stroheim, foto sem data ou local encontrada na net.
Buster Keaton, foto sem data ou local encontrada na net.
Tennessee Williams durante as filmagens no México do filme A Noite de Iguana, a partir da sua peça The Night Of Iguana, Mismaloya, México. 1963. Gjon Mili (LIFE Archive)
Carlos Lopes na Maratona de Roterdão de 1985, em que foi o vencedor. (foto gahetna.nl)
Carlos Lopes na Maratona de Roterdão de 1985, em que foi o vencedor. (foto gahetna.nl)
Bruce Lee, foto sem data ou local encontrada na net.
Gene Kelly ensaiando na Ópera de Paris. 1960. Loomis Dean (LIFE Archive)
A filósofa francesa Simone Weil de macacão e espingarda
durante a Guerra Civil de Espanha, 1938. Foto encontrada na net.
Jean Cocteau desenha para a modelo Elizabeth Gibbons, vestida com um modelo Chanel em seu quarto de hotel, rodeado por cartazes da sua última obra teatral. 1937. Roger Schall. (LIFE Archive)
E agora os filhos da mãe!
O ditador italiano Benito Mussolini de pé na plataforma posando como se fosse um realizador. 1940 (foto LIFE Archive)
O ministro nazi da propaganda Joseph Goebbels no jardim do Carlton Hotel na Suiça, na sua primeira viagem ao exterior, durante uma reunião da Liga das Nações (precursora da ONU). 1933. Alfred Eisenstaedt. (LIFE Archive)
Um encontro de bandidos: Adolf Hitler, Francisco Franco e Wilhelm Keitel (general nazi), antes de uma reunião em França, 1940.(foto LIFE Archive)
Foto tirada dentro da prisão de Segurança "Mínima" de São Landsberg, quando Hitler esteve preso e aqui recebia a visita de Rudolf Hess, Germany. 1924 (foto LIFE Archive)
A cineasta alemã Leni Riefenstahl a dar um passeio com o MAL; Adolf Hitler e Joseph Goebbels, Germany. 1937. Heinrich Hoffman. (LIFE Archive)