sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

O Eng. Duarte Pacheco e a Quinta da Calçada

Mais noticias sobre o Bairro da Quinta da Calçada em jornais


Dois dias depois da inauguração da Quinta da Calçada, o Eng. Duarte Pacheco voltou ao bairro para cumprimentar os técnicos e os empreiteiros e ver como iam os trabalhos. O homem não parava quieto, vivia para o trabalho e trabalhava a 100 á hora. Dizem que era costume ele trabalhar 16 horas por dia.

 Noticias nos jornais, O Século e A Voz.

  Noticias nos jornais, Diário de Noticias e Diário da Manhã.

 Mapa das obras de Duarte Pacheco em Lisboa nos anos 30 e 40, o nº 29 é a Quinta da Calçada.


Sobre o Eng. Duarte Pacheco


«Duarte Pacheco, nascido em Loulé no virar do século (1899), veio para Lisboa aos dezassete anos atraído pela fama do ensino da Matemática de uma jovem Escola. Formado pelo IST em 1923, quatro anos depois, em 1927, o Conselho Escolar determinava por unanimidade a sua nomeação como Director do Instituto Superior Técnico.
Duarte Pacheco operou uma transformação profunda do País. Durante os anos que presidiu ao Ministério das Obras Públicas e Comunicações e à Câmara Municipal de Lisboa, planificou e executou as obras que trouxeram Lisboa e Portugal para o século XX. A obra de Duarte Pacheco foi possível num espaço tão curto de tempo devido à sua capacidade de trabalho, ao rigor e ao método que imprimiu ao seu trabalho e ao funcionamento do Ministério e dos organismos que criou e controlou. Dotado de um carácter inabalável, imbuído da ética republicana que regeu toda a sua carreira política, com uma vontade forte e uma ousadia visionária, Duarte Pacheco revolucionou Portugal nas mais diversas vertentes, obras públicas, transportes, comunicações, solidariedade social, ensino e cultura. Se a contemporização do ministro com o regime é polémica, a sua capacidade de fazer e fazer bem nunca estiveram em dúvida.»
(In, 100.ist.utl.pt/momentos/duarte-pacheco/)


O estado em que ficou a viatura do Eng. Duarte Pacheco. Foto da net.


«Duarte José Pacheco era um homem do regime salazarista, mas era também uma espécie de super ministro com uma energia sem fim. Desde a mata de Monsanto, à auto estrada Lisboa-Porto, aos bairros sociais e um sem número de outras obras, deixou marcas para a posteridade que muitos hoje ainda utilizam. Numa manhã de Novembro de 1943, perto de Vendas Novas, a caminho de uma reunião do Conselho de Ministros, o carro onde seguia despista-se e embate num sobreiro. Os cintos de segurança não tinham sido ainda inventados. Não escapou e deixa este mundo aos 43 anos.»
(texto e foto em, socialissimo.blogspot.com)





quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

A Tersseira Classe

Mário Viegas
A tersseira Classe - 1992





A Tersseira Classe foi em 1990 uma das peças com que o Mário Viegas arrancou com a Companhia Teatral do Chiado, e era representada ás 19h, de 3ª a 5ª feira, mas não teve grande exito e saiu rápidamente de cena. Este video, encontrei-o por acaso numa das cassetes VHS que ainda tenho lá para casa. Trata-de uma adaptação da peça baseada no livro da 3ª classe do salazarismo, aqui feito para um programa de TV no canal 1 da RTP em 1992, de nome "Contradições" apresentado por Isabel Horta entre outros, que ia para o ar aos sabados depois da meia noite. O programa incluia "debates vivos e escaldantes", concluindo  com uma dramatização do tema de sete a oito minutos feitas por Mário Viegas e os restantes elementos da Companhia Teatral do Chiado.



 Capa do livro da 3ª classe (também estudei por ele).



quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Viagem a Cuba 1999


De vez em quando lá vou ao baú e desencanto fotos que estão para lá meio perdidas. Estas de Cuba, que eu pensava ter acontecido em 1998 mas não, foi em janeiro de 99 (raios, vai fazer 12 anos); fez-me recordar que estive 3 anos e 3 meses sem fumar e só voltei a fumar lá em Cuba e charutos (claro!). Em 1998, os meus amigos começaram a pensar em visitar Cuba (antes que acabasse La Revolucion) e convidaram-me. Não estava a pensar ir; desde que tinha saido do hospital estive aí uns dois anos a recuperar, e pode-se ver pelas fotos que estava gordo como o caraças, quando saí do hospital tinha aí uns setenta e tal quilos e também recuperava de a loura ter ido embora. Mas fui e gostei. Pareciamos uns "gringos" e passámos sete dias nas praias do Varadero e fomos um dos dias a La Habana, a capital, visitámos La Plaza de La Revolucion e andámos por Habana vieja (a parte antiga da cidade). Deu para ver que os cubanos viviam com dificuldades, mas não vimos pedintes a não ser um puto de uns 15 anos que tentou de tudo para ficar com o meu boné. Comprámos mais charutos (na candonga), visitámos uma fábrica (aqui não sei se sonhei) e fomos a um dos bares onde Hemingway bebeu uns copos (La Bodeguita del Medio), que é como quem diz: A taberna do meio. Bebemos também e ouvimos muita música, onde quer que fossemos havia música e num restaurante até tocaram para nós uma música portuguesa, "Coimbra". Com calma ainda lá voltarei antes de bater a bota, mas para ver o resto de Cuba que é mais ou menos do tamanho de Portugal. Pode ser que La Revolucion ainda não tenha acabado.


Vista de Havana, ao fundo vê-se o hotel Nacional.



Eu e a Manuela na Plaza de La Revolucion, com uma escultura do Che como pano de fundo.


Vista de Havana, tirada do ultimo andar do hotel Habana Libre.

Vista de Havana, tirada do ultimo andar do hotel Habana Libre.

Chico Grave gordo como o caraças na praia do Varadero, com um charuto na mão. Aqui na praia aconteceu uma coisa engraçada, havia uns criados que traziam á praia aquilo que pedíssemos e a certa altura veio um que quando nos ouviu falar português, meteu conversa connosco e disse que tinha trabalhado em Campolide e que tinha gostado muito do nosso país e até sabia muitas palavras nossas e pela conversa tinha estado mesmo por cá. 


Dentro de  La Bodeguita del Medio, cujas paredes estão escritas com o nome das pessoas que por lá passaram, fossem conhecidas ou não, até no tecto havia nomes. Não sei como lá chegaram.


O grupo cubano que actuava na La Bodeguita del Medio e recordação da nossa passagem por lá, para além de termos escrito também os nossos nomes nas paredes.



(fotos de francisco grave)

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Othelo

 de 
Orson Welles (1952)


Como costumo dizer, Otelo só há um o Saraiva de Carvalho e mais nenhum, mas este Otelo que vos trago, também têm a sua importância. Espero que gostem, aqui vai uma pequena sinopse: Othelo (Orson Welles) casa-se com a linda Desdemona (Suzanne Cloutier), mas, influenciado pelo malvado Iago (Micheál MacLiammóir), logo começa a duvidar da fidelidade de sua esposa. 




Sequência do filme em que Otelo mata Desdemona.


Lançado no Festival de Cannes em 1952, 
Otelo conquistou a Palma de Ouro de melhor filme. 


"...Os italianos, os franceses e os americanos - que podiam ter inscrito Otelo - não quiseram; tinham seus próprios filmes. Aí, como fora rodado no Marrocos, inscrevi o filme como sendo marroquino." (Orson Welles )




FOTOS DA RODAGEM DO FILME OTELO 
DE ORSON WELLES - MARROCOS 1949



«Othello é um filme de 1952, baseado na peça de Shakespeare. Foi dirigido e produzido por Orson Welles , que também interpretou o papel principal. O argumento foi adaptado por Welles e o filme foi rodado em Marrocos, Veneza, Toscana e Roma e nos estúdios Scalera em Roma. Além de Orson Welles, o elenco composto por Micheál MacLiammóir como Iago , Robert Coote como Rodrigo, Suzanne Cloutier como Desdemona, Laurence Michael como Cassio, Fay Compton como Emilia e Doris Dowling como Bianca. 




Othello foi um dos trabalhos mais complicados de Welles, Othelo foi filmado aos poucos ao longo de um período de três anos. O filme foi prejudicado porque o seu produtor italiano foi à falência no início do filme. Isso levou a algumas soluções criativas, a famosa cena em que Rodrigo é assassinado no banho turco foi feito assim porque as roupas não estavam prontos. As filmagens começaram em 1949, mas Welles foi forçado a parar quando o dinheiro para a produção deixou de entrar. Isto levou a uma produção de start-stop, por exemplo, uma das cenas de luta começa em Marrocos, mas o final foi filmado em Roma vários meses mais tarde. Welles usou o dinheiro de seus outros trabalhos, tais como O Terceiro Homem (1949), para financiar o filme. 



Com uma impressionante fotografia em preto e branco, Welles explora a arquitetura de Veneza e Marrocos com elementos de grande dramaticidade, conseguindo situações poderosamente expressivas a partir da relação dos actores com os cenários imponentes, que servem de palco para a tragédia criada por William Shakespeare por volta de 1603. Racismo, Ciúme, Inveja, Traição. A história dos homens na literatura clássica, transformada em uma obra prima cinematográfica por Orson Welles, um dos grandes génios do cinema.» (texto, wikipédia e cinejornalismoempauta.blogspot.com)







Filming Othello (1978)


Filming Othello: usando cenas não aproveitadas na montagem final de "Othello", Orson Welles preparou uma espécie de "making of", mostrando o seu modo de trabalhar, e explicando, como foi possível levar a cabo a missão impossível de fazer um filme no fim do mundo, quase sem dinheiro e sem guarda-roupa. Filming Othello começa com Welles sentado atrás de uma moviola, ele lida directamente com a câmara e diz: "Isto é para ser uma conversa, certamente nada tão formal como uma palestra, e o que vamos falar é de Othello, de Shakespeare e do filme que eu fiz dele. " 




(fotos LIFE Archive)



segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Mário Viegas e a geração rasca - 1994

Europa Não! Portugal Nunca! 


“Europa Não, Portugal Nunca” marcou de forma única a cena cultural e política portuguesa nos últimos estertores do cavaquismo mas em plena estruturação do Bloco Central neoliberal com a continuidade guterrista. “Nesta companhia ninguém assinou para esse senhor que diz ser secretário de Estado da Cultura” rezava o cartaz à boca da cena, zurzindo a um tempo Santana Lopes e os seus engraxadores teatrais. (In, www.acomuna.net)



Excerto de Europa Não Portugal Nunca!, espectáculo integrado na pré pré candidatura de Mário Viegas á presidência da republica em 1994/95.


«Decorria o ano de 1994 quando Vicente Jorge Silva, então director do jornal Público, publicava um editorial sobre a “geração rasca”. Os jovens manifestavam-se nas ruas contra as políticas educativas e contra o pagamento de propinas no ensino superior público. Na base do editorial do jornalista estava o célebre episódio em que quatro estudantes mostraram o rabo ao então ministro da Educação, Couto dos Santos, – e onde se podia ler as palavras “Não pago”. Outros repetiram o gesto durante uma manifestação em frente à Assembleia da República. Apesar dos protestos, a luta acabou por sair gorada, uma vez que o valor das propinas acabou mesmo por subir nos anos seguintes. Em 1994, frequentar uma universidade custava ao bolso dos estudantes 80 mil escudos. Hoje, em Portugal, a quase totalidade das universidades e politécnicos públicos aplica a propina máxima de 986,88 euros. Ainda assim, o número de alunos nas instituições não deixou de crescer: há 17 anos havia 269.982 pessoas matriculadas no ensino superior. Hoje são 383.627.


Milhares nas ruas

A “geração rasca” de Vicente Jorge Silva assiste, agora, ao descontentamento de uma outra, mais nova, responsável por uma das maiores manifestações dos últimos anos em Portugal. A tarefa dos mais novos é hercúlea: além de enfrentar um futuro instável, vêem-se confrontados com o défice público, com o fim de algumas reformas e regalias sociais e com elevadas taxas de desemprego: se em 1994, 10.500 pessoas com ensino superior estavam desempregadas, hoje, e segundo dados da Base de Dados de Portugal Contemporâneo Pordata, esse número disparou para os 63,800. Seis vezes mais do que há 17 anos.


"Quinhentoseuristas" e outros mal remunerados

Os jovens “retribuíram” com o epíteto “geração à rasca”. Foi na rede social que o apelo foi lançado. E, no último no sábado, milhares saíram à rua: os “desempregados, quinhentoseuristas e outros mal remunerados, escravos disfarçados, subcontratados, contratados a prazo, falsos trabalhadores independentes, trabalhadores intermitentes, estagiários, bolseiros, trabalhadores-estudantes, estudantes, mães, pais e filhos de Portugal”. Muitos são hoje vítimas de esquemas de trabalho temporário, de falsos prestadores de serviços. Rapazes e raparigas que oscilam entre estágios não remunerados e o desespero de conseguir o primeiro contrato. Jovens de uma geração deserdada que os deixou “à rasca”. Mas que não os calou.

(Publicado por Patricia Cruz Almeida em 15-03-2011 em, www.asbeiras.pt)




sábado, 24 de dezembro de 2011

Opiário

de

Fernando Pessoa/Álvaro de Campos


Porque isto acaba mal e há-de haver 
(Olá!) sangue e um revólver lá pró fim 
Deste desassossego que há em mim 
E não há forma de se resolver.




Orpheu, era no panorama nacional, uma revista trimestral de literatura, destinada a Portugal e ao Brasil e de que veio a lume o primeiro número, em 1915, correspondente a Janeiro, Fevereiro e Março. O primeiro número, saído em Abril de 1915, esgotou-se em três semanas, por uma espécie de sucesso negativo: compravam-no para se horrorizarem com o seu conteúdo e se encolerizarem com os seus colaboradores. Um destes, Armando Cortes Rodrigues, conta que eram apontados a dedo nas ruas, olhados com ironia e julgados loucos, para quem se reclamava, com urgência, o hospício de Rilhafoles. Um segundo número sairia em Julho do mesmo ano, com conteúdos bem mais futuristas (...). Feitos, em parte, para irritar o burguês, para escandalizar, estes dois números alcançaram o fim proposto, tornando-se alvo da troça dos jornais; mas a empresa não pôde prosseguir por falta de dinheiro. Em Abril de 1916, o suicídio de Sá Carneiro privou o grupo de um dos seus grandes valores. (Texto de www.citi.pt/cultura/temas) Ler Tudo Aqui


Opiário de Álvaro de Campos
publicado por
Fernando Pessoa






Opiário por Mário Viegas



(imagens da 1ª edição da revista Orpheu: Biblioteca Nacional Digital)


sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

A inauguração da Quinta da Calçada em 1939

A inauguração do Bairro da Quinta 

da Calçada em 05 de Fevereiro de 1939


Andei meses a tentar saber qual a data da inauguração do Bairro da Quinta da Calçada, porque se havia fotos tinha de haver um dia da inauguração, e no sábado depois de várias horas a consultar documentos antigos, lá consegui saber um bocado ao acaso. A data foi dia 05 de Fevereiro de 1939. Agora só falta saber a data certa em que acabou para ficarmos a saber quanto tempo durou o bairro onde muitos de nós nascemos e crescemos, para o bem e para o mal. Pelas minhas contas o nosso bairro teve quase 60 anos, já que acabou nos anos 90 mas não sei em que ano; pode ser que algum de vós saiba. Não esqueçam: para lerem as palavras, ou verem as imagens maiores cliquem sobre a imagem.



Salazar e o Eng. Duarte Pacheco á conversa no Bairro da Quinta da Calçada em 05 de Fevereiro de 1939.



Estava a consultar o documento da esquerda no domingo passado, que se chama: Anais do Município de Lisboa 1938-1964, onde retirei esta parte de um relatório de 1939 mas, referente ao ano de 1938, do presidente da câmara da altura que se refere ao Bairro das Minhocas e á Quinta da Calçada, onde se pode constatar que as primeiras casas foram feitas em 1938. Depois resolvi continuar á procura e já no fim do documentos encontro umas páginas chamadas efemérides, onde a certa altura encontro uma referencia á inauguração da Quinta da Calçada com o dia e uma breve discrição, (imagem da direita). Ora sabendo a data podemos ir á procura de noticias em jornais antigos, foi o que fiz, alguns consultei na net e encontrei a noticia do Diário de Lisboa, mas lembrei-me de consultar um serviço da câmara, chamado Hemeroteca e que tem jornais antigos que podemos consultar e comprar as partes que nos interessam. Pedi á Hemeroteca para procurar todas as noticias referentes á inauguração e responderam que tinham um monte de noticias, comprei todas (ficou-me por 17 euros, que se lixe, antes aí que na farmácia), nem tive que lá ir, tratei tudo por mail. Hoje vou colocar duas noticias dos jornais mais importantes da época, depois irei colocando as outras.


Noticias no dia seguinte á inauguração em dois dos jornais mais importantes da época, Diário de Noticias e jornal O Século.


Lanche distribuido ás crianças da Quinta da Calçada, no dia da inauguração em 05 de Fevereiro de 1939.



(fotos Arquivo Fotográfico da CML)



quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Macbeth

de 
Orson Welles (1948)


«Macbeth é uma tragédia do dramaturgo inglês William Shakespeare, sobre um regicídio e suas consequências. É a tragédia shakespeariana mais curta, e acredita-se que tenha sido escrita entre 1603 e 1606, com 1607 como a última data possível. O primeiro relato de uma performance da peça é de abril de 1611, quando Simon Forman registrou tê-la visto no Globe Theatre, em Londres. A obra foi publicada pela primeira vez no Folio, de 1623, possivelmente a partir de uma transcrição de alguma performance específica. No mundo teatral, muitos acreditam que a peça é "amaldiçoada", e nem mesmo mencionam seu nome em voz alta, referindo-se a ela como "The Scottish play", a peça escocesa.




Em 1947, Orson Welles queria filmar um drama de Shakespeare e tentou convencer investidores a financiarem uma adaptação de Otelo. Sem conseguir esse objetivo, ele mudou para Macbeth cuja história definia como "uma mistura perfeita de O Monte dos Vendavais e A Noiva de Frankenstein. Apoiado pelo produtor Charles K. Feldman, Welles conseguiu convencer Herbert Yates, fundador e presidente da Republic Pictures, a fazer o filme. A oportunidade de contar com Welles representava para ele um grande salto artístico. Apesar da intenção, Yates não ofereceu um grande orçamento para Welles. O director concordou em filmar Macbeth em três semanas ao custo de 700 000 dólares. Welles se comprometeria ainda a arcar com custos adicionais de seu próprio bolso. Welles seria Macbeth e pensou em Vivien Leigh para Lady Macbeth mas desistiu quando ela se casou com Laurence Olivier. Outras actrizes pensadas para o papel foram Tallulah Bankhead, Anne Baxter e Mercedes McCambridge até que Jeanette Nolan, uma actriz de rádio sem experiência no cinema ou teatro, fosse a escolhida.

Orson Welles e a equipa, fingindo ver partes do filme Macbeth. 1947. Allan Grant e Jack Birns.


Orson Welles e a equipa, fingindo ver partes do filme Macbeth. 1947. Allan Grant e Jack Birns.

Os cenários do filme eram os usados para os faroeste da Republic Studios. Quanto aos figurinos, foram alugados de uma empresa chamada Western Costume e Welles foi pobremente vestido. Numa entrevista com o biógrafo/cineasta Peter Bogdanovich, Welles afirma: "Eu deveria ter devolvido as roupas pois fiquei parecido com a Estátua da Liberdade. Mas não havia mais nada nos armazéns da Western que coubessem em mim, daí eu vestir aquelas roupas. Welles contou a Bogdanovich que a cena mais marcante foi causada pela fome. "Nossa melhor cena de multidão foi das forças de Macduff atacando o castelo". "... o que aconteceu na verdade, foi que houve a chamada para o almoço e todos os figurantes saíram correndo para comer." Welles filmou Macbeth em 23 dias, com apenas um dia para os detalhes finais.

As bruxas de Macbeth . 1947. Allan Grant e Jack Birns.

Figurantes a descansar durante as filmagens de Macbeth.  1947. Allan Grant e Jack Birns.

A Republic inicialmente planeou lançar Macbeth em dezembro de 1947, mas Welles não o tinha finalizado nessa data. O estúdio inscreveu o filme no Festival de Veneza de 1948 mas o retirou abruptamente quando surgiram comparações desfavoráveis com o filme de Laurence Olivier Hamlet, que também competia. No circuito de cinemas americanos, a Republic testou a repercussão em algumas poucas cidades. A crítica reclamou da opção de Welles de fazer o elenco pronunciar um sotaque escocês e de ter compactado o texto em apenas 107 minutos. Após as exibições iniciais, a Republic cortou o filme e regravou a fala dos actores, usando as vozes nativas. Essa nova versão foi exibida em 1950 e permaneceu em circulação até 1980, quando as falas originais foram restauradas pela UCLA Film and Television Archive e Folger Shakespeare Library.» (In, wikipédia)

Orson Welles durante a rodagem do filme Macbeth. 1947. Allan Grant e Jack Birns. 

Orson Welles durante a rodagem do filme Macbeth. 1947. Allan Grant e Jack Birns. 




Orson Welles (com 19 anos) já tinha encenado a peça Macbeth em 1936, no bairro nova-iorquino do Harlem, que foi montada pelo Federal Theater Project, do Lafayette Theatre, com um elenco inteiramente composto por actores negros, e ambientando a peça no Haiti pós-colonial.



(fotos Allan Grant, Jack Birns e LIFE Archive)




quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Tudo isto é Fado

Para o Carlos do Carmo

Parabéns


Aqui estão três do nossos maiores fadistas de sempre: Alfredo Marceneiro, Lucília do Carmo, (mãe de Carlos do Carmo) e Maria Teresa de Noronha na casa de fados O Faia. Foto da net, sem data mas com a indicação: nos anos 60. Carlos do Carmo é o maior nome da geração que substituiu a que está na foto, e hoje, 21 de Dezembro faz 72 anos. E dura e dura como as pilhas, ainda bem.




Carlos do Carmo - "Aprendamos o Rito"
Poema: José Saramago
Música: Miguel Ramos




"APRENDAMOS O RITO"
Carlos Carmo no eurofestival, 3 abril 1976 .




Põe na mesa a toalha adamascada
Traz as rosas mais frescas do jardim
Deita o vinho no copo, corta o pão
Com a faca de prata e de marfim


Alguém veio juntar-se à tua mesa
Alguém a quem não vês mas que pressentes
Cruza as mãos no regaço, não perguntes
Nas perguntas que fazes é que mentes


Prova depois o vinho, come o pão
Rasga a palma da mão no caule agudo
Leva as rosas à fonte, cobre os olhos
Cumpriste o ritual e sabes tudo.






(foto gahetna.nl) 




Orson Welles - Fotos


Lutei para escapar da infância, o mais cedo possível. 
E assim que consegui, voltei correndo para ela.
Orson Welles (1915-1985)

Orson Welles em Portugal no Hotel do Guincho, fotografado por Eduardo Gageiro, talvez no fim dos anos 60. Foto encontrada na net.

"Ele era inacessível. Esteve em Portugal, mas só o apanhávamos a entrar e a sair do Hotel do Guincho. Como eu era amigo do dono do hotel pedi-lhe que intercedesse por mim. O sr. Wells lá condescendeu, mas avisaram-me: 'Tens de ser rápido." A única coisa que lhe pedi foi que se aproximasse da janela. Fiz duas fotografias. Num retrato é importante que haja uma empatia entre fotógrafo e fotografado. Se não existe, isso reflecte-se nos olhos do retratado. Vê-se que Orson Wells estava ali a aturar-me." (*)

Orson Welles e Cole Porter durante a produção teatral de Around the World, na Broadway. 1946. Al Fenn.


"Nós nascemos sozinhos, vivemos sozinhos e morremos sozinhos. Somente através do amor e das amizades é que podemos criar a ilusão, durante um momento, de que não estamos sozinhos."
Orson Welles


Orson Welles e Anthony Perkins em Paris, durante as filmagens de "O Processo", (The Trial, 1962). 
Foto encontrada em lanocheintermitente.tumblr.com.

Orson Welles escutando Burl Ives numa cave de Paris, 1949. ?

Orson Welles e Carol Reed durante as filmagens de O Terceiro Homem, na Áustria. 1950William Sumits.

Orson Welles e Rita Hayworth divertindo-se em sua casa. 1945. Peter Stackpole. 

Orson Welles, ensaiando com bailarinas para o filme Citizen Kane. 1941. Peter Stackpole.

Orson Welles, ensaiando danças bailarinas para o filme Citizen Kane. 1941. Peter Stackpole.

Orson Welles, durante as filmagens de Citizen Kane. 1941. Peter Stackpole.

Orson Welles, ensaiando com bailarinas para o filme Citizen Kane. 1941. Peter Stackpole.


Reportagem na revista Portuguesa 'O Século Ilustrado', de 1946. 
Foto encontrada na net



"Verdadeiras ou falsas, nossas obras estão condenadas a desaparecer. Que significa, então, o nome do autor?"
Orson Welles




(Fotos LIFE Archive)


*(excertos da entrevista de Vanda Marques a Eduardo Gageiro para o jornal i, sábado, 15 de Janeiro de 2011)