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terça-feira, 2 de abril de 2013

Cinemas, Teatros e Cine-Teatros 3

Alguns já desapareceram, outros ainda mexem de alguma maneira.


Assim se faz Portugal



Fotos de
MICHEL WALDMANN 1990-1991
PRIMEIRA PARTE

«Michel Waldmann, nasceu em 1950 em Bruxelas, Bélgica. Vive em Lisboa, Portugal. Estudou fotografia na I.N.R.A.C.I., Bruxelas. Fotojornalista free-lance. Exerceu também, durante os anos, 60, 70 e 80, como Técnico no teatro e no cinema: (régie som e luz, cenários e adereços, luzes, registo de som, câmera e projeções . Fotógrafo oficial da Fundação Europália Internacional para: Europália 87 Áustria, 89 Japão, 91 Portugal e 93 Mexico. 1976-77-78, trabalha em Israel: Fotografia submarina da fauna e flora do Mar Vermelho, 1982-1995, Trabalha com Les Baladins du Miroir: história e vida de um grupo de teatro ambulante, 1984, Trabalha dois meses na Noruega: os cemitérios marítimos dos grandes barcos petroleiros depois do segundo choque petrolífero e a reabertura do Canal do Suez. 1993, Trabalha dois meses em Moçambique: a vida social, o comércio, os campos de desarmamento da ONU, um ano após o fim da guerra colonial e um ano antes das eleições democráticas. 1994, Trabalha na Índia: os pequenos ofícios e a vida social nas ruas de Bombaim, Goa e Cochim. Desde 1997, Trabalha vários meses por ano em Portugal: as mudanças na vida social, política e religiosa, a paisagem, a arquitetura  o comércio, as artes, etc...» 
(texto de 31-03-2006, encontrado no Arquivo Fotográfico da CML)


Cine Águia e Cine Batalha no Porto. 1990/91.


«(...) é um extenso levantamento de edifícios de todo o país, em muitos casos arruinados ou desfigurados por novas utilizações. Espaços de mágicas memórias de espectáculos de infância, mas também, em muitos casos, absurdas construções regidas por imposições de monumentalidade, surgem num inventário tratado como reportagem, nostálgica mas também atenta ao registo da sedimentação de presentes que constrói cada lugar. É uma memória preciosa.» 
(Alexandre Pomar, Expresso 5-06-1997)

Cine Monsaraz em Reguengos de Monsaraz e Cine Rossio em Viseu.1990/91.

Cinearte em Lisboa e Cine Olympia no Porto. 1990/91.

 Cinema Alvalade e Cinema Capitólio em Lisboa. 1990/91.

 Cinema da Praia de Vieira e Cinema da Trafaria. 1990/91.

 Cinema de Arraiolos e Cinema de Mangualde. 1990/91.

 Cinema de Seia e Cinema Esplanada Vista Alegre em Beja. 1990/91.

 Cinema Estrela em Vila Nova de Gaia e Cinema Europa em Lisboa. 1990/91.

 Cinema Girasol em Vila Nova de Milfontes e Cinema Império em Lisboa. 1990/91.

 Cinema Lys, depois Roxy e Cinema Miranda em Almansil. 1990/91.

Cinema Luisa Tody em Setubal e Cinema Odemira. 1990/91.

Cinema Odéon e Cinema Paris em Lisboa. 1990/91.

 Cinema São Jorge e Cinema Politeama. 1990/91.


(Fotos de Michel Waldmann e Arquivo Fotográfico da CML)


quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Michel Waldmann - Paraísos perdidos

por
João Lopes

Expresso, 7-11-1992



Teatro Rosa Damasceno (Santarém). 1990/91.


Coisas boas em jornais

Michel Waldmann é um fotógrafo belga que residiu em Lisboa durante alguns anos. Trabalhou como fotógrafo oficial da Fundação Europália (grande festival cultural realizado na Bélgica, que em 1991, teve Portugal como país-tema). Entre 1990 e 1991 fez em fotos, um fabuloso inventario de Cinemas, Teatros e Cine-teatros de Portugal, tendo percorrido o país de norte a sul. Falta dizer, que passados vinte anos, muitas destas salas foram recuperadas. Mais tarde irei colocar as restantes fotos de Michel Waldmann.


Cine-Teatro de Mealhada, (Cine-Teatro Messias). 1990/91.


FOI com o filme Cinema Paraíso, do italiano Giuseppe Tornatore, que a paixão pelos velhos cinemas se transformou em símbolo decadente das transformações por que tem passado o cinema e o seu consumo. Que o filme não passasse de um melodrama banal, muito distante das glórias do género, eis um pormenor que não exclui o reconhecimento de que Tornatore sabia tocar uma nota sensível da actualidade audiovisual: a degradação, ou mesmo a perda, dos lugares tradicionais de acesso aos filmes, à sua sedução e aos seus mundos imaginários.



Cine-Teatro de Montemor-o-Novo (Cine-Teatro Curvo Semedo). 1990/91.


É desse desencanto que testemunham também estas imagens assinadas pelo belga Michael Waldmann. Fazem parte de um conjunto de 40 fotografias a preto-e-branco — «Cineteatros, a arqueologia do presente/ausente» — expostas, (...), em Coimbra, no âmbito dos 120 Encontros de Fotografia. A sua lógica pouco ou nada tem a ver com a celebração de um tempo outro, eventualmente marcado por uma relação ideal com o cinema. Não há nostalgia nestas visões porque não há vida social (nem ressonância mitológica) que as venha contaminar. Waldmann fotografou as salas do nosso país, menos como sinais de uma existência colectiva que nelas reconhecesse um espaço privilegiado de reunião, e mais como objectos culturais não identificados, ruínas austeras, por vezes agressivas, de uma história a que já não pertencemos. Talvez sejam isso mesmo as velhas salas: símbolos de uma relação com o cinema que, por boas e más razões, já não podemos repetir.



Cine-Teatro de Mértola (Cine-Teatro Marques Duques). 1990/91.


Vem a propósito lembrar que essa relação, o seu significado e a sua possível herança, é também uma questão vital do actual estado de coisas do cinema em Portugal. Mais concretamente: que salas preservar, como e para quê? Estas fotografias contêm, pelo menos, uma resposta: a degradação e o aniquilamento (havia, em Lisboa, um cine-teatro chamado Monumental...) chegaram longe de mais.
Em termos práticos, ou melhor, institucionais, vive-se uma conjuntura de algumas respostas imediatas e de poucas, ou nenhumas, alternativas globais. 



Cine-Teatro da Golegã (Cine-Teatro Gil Vicente). 1990/91.


A SEC, o IPC e a Direcção Geral de Espectáculos estão a pôr em prática um projecto de apoio a redes de infra-estruturas culturais. Verba disponível: 200 mil contos mais a colaboração local das autarquias. Para António-Pedro Vasconcelos, coordenador do Secretariado Nacional do Audiovisual, importa favorecer respostas mais globais, capazes de articular o apoio às salas com o reactivar da distribuição independente e a redefinição dos mecanismos de concorrência no mercado dos filmes. São temas em aberto, cujos fantasmas as imagens de Waldman expõem com a justeza de um olhar que sabe que está a perder os seus objectos eleitos.

JOÃO LOPES
Expresso, 7-11-1992


Cinema Esplanada Vista Alegre em Beja. 1990/91.


Cine-Teatro de Ílhavo (Atlântico Cine-Teatro). 1990/91.


Cinema Império em Lisboa. 1990/91.


 São João Cine (Cine-Teatro São João e agora Teatro Nacional São João). 1990/91.


Cinema Lys depois Roxy. 1990/91.


«Michel Waldmann, nasceu em 1950 em Bruxelas, Bélgica. Vive em Lisboa, Portugal. Estudou fotografia na I.N.R.A.C.I., Bruxelas. Fotojornalista free-lance. Exerceu também, durante os anos, 60, 70 e 80, como Técnico no teatro e no cinema: (régie som e luz, cenários e adereços, luzes, registo de som, câmera e projeções . Fotógrafo oficial da Fundação Europália Internacional para: Europália 87 Áustria, 89 Japão, 91 Portugal e 93 Mexico. 1976-77-78, trabalha em Israel: Fotografia submarina da fauna e flora do Mar Vermelho, 1982-1995, Trabalha com Les Baladins du Miroir: história e vida de um grupo de teatro ambulante, 1984, Trabalha dois meses na Noruega: os cemitérios marítimos dos grandes barcos petroleiros depois do segundo choque petrolífero e a reabertura do Canal do Suez. 1993, Trabalha dois meses em Moçambique: a vida social, o comércio, os campos de desarmamento da ONU, um ano após o fim da guerra colonial e um ano antes das eleições democráticas. 1994, Trabalha na Índia: os pequenos ofícios e a vida social nas ruas de Bombaim, Goa e Cochim. Desde 1997, Trabalha vários meses por ano em Portugal: as mudanças na vida social, política e religiosa, a paisagem, a arquitetura  o comércio, as artes, etc...» (texto de 31-03-2006, encontrado no Arquivo Fotográfico da CML)



(Fotos de Michel Waldmann copiadas do jornal Expresso)




terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Cinemas onde vi filmes: Odéon

Fachada do Odéon nos anos 60. Foto Estúdios Novais e Fundação Calouste Gulbenkian.


Só fui ao Odéon umas duas ou três vezes no fim dos anos 60, princípios dos 70, e o que me ficou na memória foi o cheiro a creolina ou algo do género, que ou era das casas de banho ou de algum produto com que lavavam o chão. Isso fez com que não tivesse muita vontade de lá entrar. Os filmes eram muito maus (digo eu agora), e outra coisa que recordo era que passavam muitos filmes portugueses antigos em reposição. Por os anúncios que encontrei, podem ver que tipos de filmes passavam nos anos 60 a 80 e acabou a passar filmes porno ou quase. Actualmente existe uma polémica sobre se o Odéon vai ser um centro comercial ou não, desde que não o mandem abaixo ou destruam as coisas de valor que tem no interior e na fachada por mim, podem fazerem o que quiserem, até uma pista de ciclismo já que o presidente da câmara gosta tanto.


Foi aqui que o Odéon foi construido. Drogaria Ferreira, 
casa fundada em 1755. Início sec. XX. Alberto Carlos Lima.

Inauguração do Odéon em 21-09-1927, anúncio no Diário de Lisboa.


«O Cinema Odéon que se situa na Rua dos Condes, eixo nobre da cidade, em frente ao lisboeta Olympia, foi fruto de um projecto de 1923, pelo construtor Guilherme A. Soares. Abriu portas a 21 de Setembro de 1927, com A Viúva Alegre, de Stroheim e durante largos anos, estabeleceu laços fortes com a sala do Trianon Palace, sua contemporânea, de 1930, partilhando ambos a mesma cópia de filme. Em 1931, foi modernizado com as expressivas galerias metálicas, salientes da fachada, muito decorativas, com os seus rendilhados de vidros coloridos, que quase apagam o desenho ao estilo clássico do edifício. Estilo esse que é ainda visível no piso superior e, principalmente, na esquina com a Rua das Portas de Santo Antão. Destaque ainda, para o janelão que ocupa dois andares, sobre balcão semi-circular, assente em métopas que enquadram o nome Odeon. O interior é notável pela sua grande cobertura em madeira escura, pelo seu palco de frontão Art Deco, pelos sumptuosos e volumosos camarotes e pelo lustre central, irradiando néons. » 
(excerto do texto de Liliana Garcia in, suggia.weblog.com.pt)




ODÈON
por
Manuel Félix Ribeiro

Clique para poder ler; esta é a informação mais segura para saber coisas sobre os antigos cinemas de Lisboa, foi escrito por Manuel Félix Ribeiro,  e tem o nome: Os Mais Antigos Cinemas de Lisboa 1896 - 1939. Está esgotado há muitos anos e devia ser reeditado. 


Lista dos filmes para estreia na época de 1948-1949 e Planta do Cinema Odéon; em Plantas e Programas dos Cinemas de Estreia em Lisboa. Esta publicação de 1948 era distribuída pela companhia de seguros Mundial Confiança aos clientes. O Cinema Palácio foi o antecessor do Avis e antes de se chamar Palácio, tinha o nome de Trianon e devia pertencer á mesma empresa, razão pela qual alguns dos filmes que passavam no Odéon também passavam no Palácio.


Teatro no Odéon nos anos 50



O Odéon fez em 1950, várias tentativas para encontrar outro público e apresentou alguma peças de teatro ás 18h, geralmente peças com poucos actores. Mas, a coisa não pegou porque em 1951 já não encontrei rasto de teatro no Odéon. E foi por aí abaixo até fechar; veja-se o tipo de filmes que apresentavam durante as décadas seguintes. 


Filmes que passaram no Odéon nos anos 60






Filmes que passaram no Odéon nos anos 70 



Filmes que passaram no Odéon nos anos 80 





O Odéon em foto de 1990/91, pouco antes de fechar definitivamente. Michel Waldmann.

(Fotos do Arquivo Fotográfico da CML)