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sexta-feira, 2 de março de 2012

Cinemas pelo mundo fora


Uns já não existem e outros ainda duram e duram



Entrada de cinema em Barcelona (?), pelos cartazes dos filmes dá para identificar a época da foto. Os filmes: "Mademoiselle Modiste" e "The Bugle Call" estrearam em 1926 e 1927 nos EUA, portanto terão estreado na Europa em 1927/28. Foto LIFE Archive.



Cine Doré em Madrid (talvez 100 anos entre as duas fotos), a foto a cores é de 2008 e foi encontrada em manuelrico.blogspot.com. Actualmente o Cine Doré é a sede e sala principal da Filmoteca Espanhola. A foto antiga estava á solta na net sem data.


Cine Calamari, Teatro Cartagena, Cine Bucanero, em Cartagena, Colombia. Foto encontrada em flickr.com: 

Cine Colombia nas Honduras, foto encontrada em  hondurashistorica.blogspot.com.

Desta foto encontrada á solta na net só sei que é um cinema algures numa grande cidade dos Estados Unidos da América. O filme "The Air Mail", estreou em Março de 1925, portanto a foto é dessa época.


Cinema Kalunga em Benguela, Angola, 1969.  Foto encontrada em panoramio.com.

Cine Arco-Iris, na cidade do Lubango em Angola (obras de reabilitação do cinema), 2011. Nem tudo está perdido. Foto encontrada em skyscrapercity.com.


Cine-Teatro Nam Van (1964-1995), um dos maiores que Macau teve. Foto encontrada em macauantigo.blogspot.com:   

Cine Encanto, Monterrey, México, sem data.  Foto encontrada na net. 

Cinema antigo em Budapeste, Hungria.  Foto de 2004 encontrada em flickriver.com.

Cine Gloria em Minas Gerais, Brasil.    Foto de 2011 encontrada em thiagomorandi.wordpress.com.

Drive-In Movie Theater de Salt Lake City em 1958.  Charlton Heston no filme Os Dez Mandamentos. Utah, 1958. J. R. Eyerman.

Interior do Fox Theater, construido em 1929 em Atlanta, EUA. Foto de 1971 de Henry Gobinky. LIFE Archive.


Cinema Afrique em Zanzibar na Tanzania, foto sem data, encontrada em wanderlust.co.uk.


Cinema Diana Palace no Cairo, Egipto em 1942. A multidão é composta principalmente por militares aliados de licença do combate nos desertos do Norte Africa.Egipto, 1942 Bob Landry e LIFE Archive.




sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Esperando a neve

de
Luis Fernando Veríssimo



Gosto muito desta história. O Egipto estava sendo atacado por Israel e não sabia como se defender. Pediu conselhos à Rússia. O que fazer? Ninguém melhor do que os russos para ensinar como resistir a uma invasão e derrotar um exército mais forte do que o seu. Afinal, eles não tinham detido o grande exército de Napoleão? Não tinham parado o grande exército de Hitler? Os russos saberiam o que fazer. Ou o que aconselhar. Mas tinham que aconselhar logo. A força israelita aproximava-se do Cairo.
— Deixa eles virem — foi o conselho dos russos.
Os egípcios deixaram eles virem. Os  israelitas continuaram avançando. Os egípcios preocupados. Até quando deveriam esperar para agir? Calma, disseram os russos.
— Deixa eles virem.
Os israelitas continuaram avançando. Os egípcios nervosos. Não seria melhor... Não, disseram os russos.
— Deixa eles virem.
Os egípcios, finalmente, se desesperaram. Estava certo, os russos tinham detido Napoleão, tinham parado Hitler, mas a única táctica que recomendavam era deixar os invasores avançarem?
— Exacto — respondeu o estrategista russo, de Moscovo. — Quando vier a neve, eles ficarão 
imobilizados.



Sempre me lembro desta história quando ouço as razões para se seguir os  conselhos de economistas liberais do FMI — enfim, dos nossos estrategistas russos — sobre os apertos que temos de sofrer agora para merecer a redenção que virá com o tempo, como a neve. Se a história de todos estes anos de economia de mercado e obediência ao conselho liberal na América Latina ensina alguma coisa é que a neve não vem nunca. Antes aumentou o deserto, agravou-se justamente a realidade que os conselheiros ignoram, a emergência social que transforma qualquer pedido de paciência e qualquer ortodoxia económica, mesmo as mais bem intencionadas, numa forma de escárnio. Brasileiro gosta de uma contradiçãozinha semântica. Na terra de corruptos impunes e de maracutaias diárias, qual é o adjectivo nacional mais elogioso?
Legal! Deve ser por isso que por aqui conseguiram transformar responsabilidade fiscal em antónimo de responsabilidade social. É o que dá confiar em estrategistas russos.


(Luís Fernando Verissimo em O Globo, 25/07/04, foto da net)


(foto Francisco Grave)