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sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Tarzan no Oriente


Tarzan's Three Challenges
(1963) de Robert Day
Fotos de Larry Burrows

Jock Mahoney recebendo uma massagem tailandesa e na outra foto, vê-se como adoeceu durante a sua segunda aparição como Tarzan e perdeu mais de 40 quilos durante as filmagens de Tarzan no Oriente (Tarzan's Three Challenges, 1963) de Robert Day. 1963. Tailândia.


O líder espiritual de um país oriental está morrendo. O líder do mal, seu irmão Khan quer impedir Kashi, o jovem herdeiro, de assumir o seu lugar de direito ao trono. Tarzan é convocado para proteger Kashi e, ao fazer isso, ele deve enfrentar Khan em três testes de força. O teste final é uma luta de espadas que acontece em uma rede de malha larga esticada sobre caldeirões de óleo a ferver. Elefantes com jóias levam em grandes procissões, mil meninas para realizar a "dança das velas". (Sinopse do filme)

O mau (Khan) é Woody Strode, "O Sargento Negro" de John Ford (o que uma pessoa tem de fazer para ganhar a vida). Jock Mahoney é o Tarzan nº 13 (creio) e o outro actor não sei quem é, numa cena de Tarzan no Oriente (Tarzan's Three Challenges, 1963) de Robert Day. 1963. Tailândia.


Jock Mahoney nasceu como Jacques O´Mahoney, em 17 de fevereiro de 1919, em Chicago, e quando estava na universidade destacou-se como um grande atleta, principalmente em natação, basquetebol (pois era muito alto), tinha um 1,93m e futebol americano. Na Segunda Guerra Mundial alistou-se como piloto e instrutor de natação para os homens rãs. Quando a guerra terminou foi para Hollywood para ser "duplo" e realizou diversas cenas perigosas para John Wayne, Errol Flynn e Gregory Peck, entre outros. Quando começou a ter participações como actor em filmes de cowboys, Gene Autry contratou-o para um episódio da série de TV "The Range Rider" (1951) e mudou-lhe o nome para Jock Mahoney. Em 1949 foi indicado para substituir Johnny Weissmuller (o "verdadeiro" Tarzan, que já estava velho), mas a escolha recaiu em Lex Barker (que fez cinco filmes como Tarzan).

Tarzan (Jock Mahoney) lutando com Khan (Woody Strode) e Tarzan no templo; duas cenas do filme Tarzan no Oriente (Tarzan's Three Challenges, 1963) de Robert Day. 1963. Tailândia.


Depois, Jock Mahoney continuou a sua carreira em outros filmes. Em 1960 trabalhou no filme “Tarzan the Magnificent” onde fez o papel de um dos maus do filme, mas a sorte sorriu-lhe novamente, quando Gordon Scott Scott desistiu da carreira de Tarzan (chegou a fazer quatro filmes de Tarzan). Para substituí-lo, o produtor Sy Weintraub convidou Jock para interpretar o herói da selva e ele acabou fazendo dois filmes como Tarzan. O primeiro foi Tarzan E os Elefantes (Tarzan Goes to India, 1962)  e o último filme como Tarzan, foi Tarzan no Oriente (Tarzan's Three Challenges, 1963). Durante as filmagens, Jock Mahoney ficou muito doente, devido às doenças tropicais que apanhou durante as gravações na Tailândia e também porque já estava com alguma idade (44 anos). Então, de comum acordo com Sy Weintraub dissolveu o contrato. Ficou um período recuperando a saúde, a sua força e peso, e voltou a fazer filmes de ação participando sobretudo em séries de televisão. 

Jock Mahoney e Woody Strode à conversa; foto de filmagens numa gruta e Jock Mahoney brincando com a anotadora. Fotos da rodagem de Tarzan no Oriente (Tarzan's Three Challenges, 1963) de Robert Day. 1963. Tailândia.

A carreira de Jock Mahoney foi interrompida em 1973, quando ele sofreu um derrame durante as filmagens de um episódio do programa de televisão "Kung Fu" (1972). Num dos seus ultimos filmes, ironicamente intitulado The End (1978)), realizado por Burt Reynolds, Jock Mahoney actuava com sua enteada, Sally Field. Jock Mahoney foi coordenador de "duplos" no filme Tarzan, o Homem Macaco (1981), onde a melhor coisa era a Bo Derek. Mais tarde, ainda entrou em episódios de séries de TV. Jock Mahoney morreu em 1989, em Washington de um acidente vascular cerebral, após um acidente de carro. (Fontes: wikipédia. Imdb)

Jock Mahoney perdeu mais de 40 quilos durante as filmagens de Tarzan no Oriente (Tarzan's Three Challenges, 1963) de Robert Day. 1963. Tailândia.


Jock Mahoney sendo maquilhado, durante as filmagens de Tarzan no Oriente (Tarzan's Three Challenges, 1963) de Robert Day. 1963. Tailândia.



Aqui vê-se bem o emagrecimento de Jock Mahoney. A vida de Tarzan é dificil. Ele perdeu mais de 40 quilos durante as filmagens de Tarzan no Oriente (Tarzan's Three Challenges, 1963) de Robert Day. 1963. Tailândia.


Filmagens de Tarzan no Oriente (Tarzan's Three Challenges, 1963) de Robert Day. 1963. Tailândia.


Filmagens de Tarzan no Oriente (Tarzan's Three Challenges, 1963) de Robert Day. 1963. Tailândia.




(Fotos Larry Burrows e LIFE Archive)




quarta-feira, 18 de abril de 2012

Spartacus sou eu!

Quando um homem diz, não, eu não vou, Roma começa a temer.

(frase do filme)


Figurantes seguram cartões com números para serem identificados nas filmagens de Spartacus, 1959. Foto LIFE Archive.


«Considerado por muitos o melhor de todos os filmes sobre o Império Romano (e sem a ajuda de Jesus Cristo), Spartacus é uma adaptação do livro de Howard Fast (escritor colocado na lista negra de Hollywood) e era desde o inicio um projecto controlado inteiramente por Kirk Douglas. Foi ele quem despediu o director original Anthony Mann, junto com uma actriz alemã (substituída por Jean Simmons) e chamou Stanley Kubrick, com quem tinha trabalhado em "Horizontes de Glória" (Paths of Glory, 1957) para assumir a realização. O resultado foi demorado (mais de um ano de filmagens) mas convincente.


Stanley Kubrick durante as filmagens de Spartacus, 1959. Foto em lanocheintermitente.com / Spartacus, cena entre Laurence Olivier (Marcus Licinius Crassus) e Tony Curtis (Antoninus), 1959. Foto em LIFE Archive.


Com um grande elenco, começando em Kirk Douglas, Peter Ustinov, Sir Laurence Olivier, Charles Laughton e Jean Simmons entre muitos outros. Tem cenas espetaculares, com milhares de figurantes (a sério, não como hoje que são feitos digitalmente) e é um filme que passados mais de 50 anos ainda tem uma força que muitos outros épicos perderam. A rodagem de  “Spartacus” foi cheia de tensões entre Stanley Kubrick e Kirk Douglas. O director nunca gostou de não poder mexer no argumento e afirmou que não tinha liberdade artística para colocar as suas ideias no filme. As tensões foram também com o director de fotografia Russell Metty, que não conseguia lidar com as vontades de Kubrick, e o criticou duramente, até ganhar o Óscar de melhor fotografia (e único).


Kirk Douglas e Stanley Kubrick durante as filmagens de Spartacus,  1959. Foto em www.wcftr.commarts.wisc.edu / Stanley Kubrick, Kirk Douglas (Spartacus) e Charles McGraw (Marcellus), ensaiando nas filmagens de Spartacus, 1959. Foto em rabiscosdabere.blogspot.pt.


O incidente mais célebre, segundo as má-línguas foi na hora de fazer os créditos do filme, houve uma divergência quanto ao nome do argumentista. Kubrick, queria que o seu nome constasse como autor do que não fizera. Kirk telefona para a Universal, e manda deixar um passe na portaria com o nome de Dalton Trumbo. Em seu gesto impulsivo, não percebeu que rasgara a lista negra dos estúdios. O nome expresso de Dalton Trumbo nos créditos desperta o ódio dos anti-comunistas. Na época em que o filme era produzido, ainda perduravam nos Estados Unidos os ecos do macartismo, a tristemente famosa "caça às bruxas" empreendida pelo senador Joseph McCarthy, fanático anti-comunista, no clima da "Guerra Fria". Por coincidência, Howard Fast, o autor do romance, era comunista, estava na lista cinzenta, pois para se isentar das acusações, escrevera uma série de baboseiras patrióticas sobre George Washington e Tom Paine. Porém o argumentista escolhido, Dalton Trumbo, era um dos proibidos de trabalhar em Hollywood, apesar de ser um dos melhores. Depois do episódio, Douglas e Kubrick cortaram relações. Anos depois, ao ser questionado sobre o cineasta, o actor foi incisivo: “Você não precisa ser boa pessoa para ser um génio. Stanley Kubrick é um génio e um idiota”.


Stanley Kubrick olha através da câmara com o director de fotografia Russell Metty (de chapéu) de pé atrás. Foto em wikipedia.org / Filmagem do duelo entre Kirk Douglas (Spartacus) e Woody Strode (Draba), 1959. Foto em www.flickriver.com.


Cenas de Spartacus: duelo entre Kirk Douglas (Spartacus) e Woody Strode (Draba), 1959. / Laurence Olivier (Marcus Licinius Crassus), John Gavin (Julius Caesar) e Charles Laughton (Sempronius Gracchus)nos banhos, 1959. Fotos em LIFE Archive.


Stanley Kubrick durante as filmagens
de Spartacus, 1959.  Foto em www.taschen.com 


Insatisfeito com a falta de liberdade experimentada em uma grande produção, Stanley Kubrick prometeu a si mesmo que jamais faria novamente um filme em que não tivesse controle criativo total sobre o processo. Deu, então, uma reviravolta definitiva na carreira. Mudou-se para uma casa de campo na Inglaterra, tornou-se um recluso – raramente dava entrevistas, e quase nunca fazia aparições públicas – e assinou um contrato de exclusividade com a Warner. O estúdio, reconhecendo o génio inovador de Kubrick, lhe oferecia carta branca para fazer qualquer filme que desejasse, na época em que desejasse, com o elenco que desejasse. Até o fim da vida, Kubrick jamais trabalharia para outro estúdio, desfrutando de uma liberdade criativa que nenhum outro cineasta de sua época obteve. 
(textos: noticias.r7.com, blogdojoao.blog.lemonde.fr e outros da net)



"Spartacus sou eu!", talvez a cena mais emocionante de Spartacus.



Espártaco ou Spartacus em latim
(113 -  71 a. C.)


Escravo latino nascido na Trácia, Originalmente pastor e depois soldado romano, desertor do exército e chefe de uma quadrilha até ser preso e vendido para uma escola de gladiadores (73 a. C)  em Cápua, sul da Itália, pertencente ao lanista Lêntulo Baciato, ex-legionário e ex-gladiador. Segundo Plutarco, auxiliado pelos gauleses Crixo e Enómao, ele e vários companheiros conseguiram fugir da escola (73 a.C.) e uniram-se progressivamente a vários outros escravos dos latifúndios vizinhos formando um exército de gladiadores rebeldes, que se refugiaram nos montes escarpados do Vesúvio. Crasso, como provavelmente todo romano daquele tempo, não conseguia levar a sério a revolta de escravos, considerados uma espécie de criança grande, umas almas sem autonomia ou força para se tornarem inimigos efetivos da grande potência e designou não mais que uma centúria para a região de Nápoles a fim de eliminar os insubordinados. Os 100 soldados foram facilmente dominados e passados na espada pelos revoltosos. Usando táticas de guerrilhas, derrotou as tropas de cerca de 3 mil homens, do pretor enviado de Roma, Cláudio Glaber. Com essa vitória, pequenos proprietários arruinados, desempregados e escravos engrossaram as fileiras dos rebeldes. Um novo pretor foi enviado, Públio Varino, mas também foi derrotado. Quando Roma finalmente se conscientizou do tamanho do problema, teve de enfrentar um exército de 60 mil escravos fugitivos, das mais variadas nacionalidades, que atacavam em turba. Foi preciso reunir dez legiões inteiras, algumas chegadas da Espanha, para resolver acabar com a ameaça. O exército rebelde foi dividido, com uma parte, cerca de 20 mil rebeldes, permanecendo no sul sob o comando de Crixo, enquanto a outra sob o comando do chefe maior se dirigiu ao norte com o objetivo de atravessar os Alpes e chegar à Gália e depois, a sua terra natal, a Trácia. Após ser surpreendido pelas tropas do cônsul romano Gélio Publícola, Crixo morreu durante a batalha, no Monte Gargano, na Apúlia. Após aniquilar os rebeldes do sul, Gélio e seus comandados uniram-se com as tropas de Lêntulo Clodiano e dirigiram-se para o norte, porém ambos foram derrotados pelos rebeldes. Aproximando-se de Roma seus comandados foram atacados pelo exército de 10 mil homens do governador da Gália Cisalpina, Cássio, mas também saiu vitorioso. Com mais essa derrota, o Senado romano enviou o general Crasso para enfrentar os rebeldes que venceram mais uma vez, porém a luta fez com que o ex-escravo e chefe supremo dos rebeldes desistisse definitivamente de atacar Roma e voltar para o sul da Península Itálica, atravessando toda a Lucânia até alcançar o Mar de Brútio. Traídos pelos piratas da Cilícia, subornados pelos espiões de Crasso, e isolados pelo exército do general romano, os rebeldes que começam a passar fome. Desesperadas e famintas suas tropas atacaram o exército romano e apenas cerca de 1/3 conseguiu escapar, mas foram destroçadas pelas tropas de Pompeu, que dava cobertura a Crasso. Em sua última batalha, cercado por muitos inimigos, continuou a lutar até que caiu sob as espadas dos centuriões. Apenas 6 mil rebeldes sobreviveram, mas por poucos dias: todos foram crucificados numa interminável e tenebrosa fila ao longo dos 200 quilômetros da Via Ápia, de Cápua a Roma.» 
(In, www.dec.ufcg.edu.br)