domingo, 18 de dezembro de 2011

Fahrenheit 451 de François Truffaut

Fahrenheit 451
a temperatura a que os livros começam a arder…



"Sou contra a violência e a intolerância porque elas significam confronto. É como a discussão, algo do qual não gosto. Se quero alguma coisa, o meu desejo é tão intenso que não perco tempo com discussões. Se quero partir, parto, não falo sobre isso, pois se falo os outros me impedem de partir. Para mim, quem substitui a violência é a fuga, não a fuga do essencial, mas a fuga para se obter o essencial.
Creio ter ilustrado isso em Fahrenheit 451. É um aspecto do filme que escapou a todo mundo e me parece importante: a apologia da astúcia. "Ah, então os livros estão proibidos? Então, muito bem, vamos aprendê-los de cor". É o supra-sumo da astúcia. Não me farão assinar com outros amigos cineastas um manifesto contra a censura, pois creio haver cinquenta maneiras de se enganar, de vencer a censura e de se enviar a todos os outros países um filme exactamente como se quer que ele seja. A meu ver, isso é melhor em relação à violência. Não lutarei em nome de princípios. Tenho uma ideia completamente pessimista em relação à sociedade humana na qual vivemos.” (François Truffaut)




Fotos de Paul Schutzer de François Truffaut e Julie Christie, 
durante as filmagens em Londres de Fahrenheit 451 em 1966.


«Fahrenheit 451 é um romance de ficção científica, escrito por Ray Bradbury e publicado pela primeira vez em 1953. Em 1966, François Truffaut adaptou-o para o cinema; o romance e o filme apresentam um mundo futuro onde todos os livros são proibidos, as opiniões próprias são consideradas anti-sociais, e o pensamento crítico é suprimido. O personagem central Montag (Oskar Werner) é um bombeiro cuja função é queimar livros, proibidos na sociedade do futuro. O número 451 refere-se à temperatura (em Fahrenheit) a qual o papel ou o livro se incendeia. A mulher de Montag, Linda, é fútil e superficial, e presta mais atenção na televisão "interactiva" do que no marido. Influenciado por sua vizinha Clarisse (o oposto de Linda, mas representada pela mesma actriz, Julie Christie), ele começa a guardar e ler alguns livros.


 François Truffaut e Julie Christie, durante as filmagens em Londres de Fahrenheit 451 em 1966.


Uma cena marcante do filme: uma mulher recusa-se a sair de sua casa e é queimada junto com seus livros, sendo que ela mesma acende um fósforo e inicia a fogueira. Ao se apaixonar pela leitura, Montag decide sair da corporação, mas seu último serviço é em sua própria casa, denunciado por sua esposa Linda. Durante o serviço, ele queima seu chefe, Capitão Beatty, e foge. Refugia-se no local onde outras pessoas que lêem se refugiam, representando personagens e decorando os livros, antes de queimá-los. O livro que ele começa a memorizar é de Edgar Alan Poe.» 
(texto da wikipédia e www.pco.org.br)




Capa original do livro e cartaz do filme encontrados na net.




(Fotos de Paul Schutzer e LIFE Archive)



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