sábado, 2 de julho de 2011

Mais fotos da Quinta da Calçada


Agora que a coisa comigo está mais calma, já tenho algum tempo para me dedicar ao blog. Aqui vai mais algumas fotos da Quinta da Calçada. Se tiverem fotos que achem que davam para colocar aqui, deixem mensagem onde diz comentário que está no fim das fotos que eu depois entro em contacto.


A minha mãe Maria dos Anjos, a minha irmã Emília e o Carlos "das telefonias" numa manifestação no terreiro do paço (?) por volta de 1977/78 com a bandeira da cooperativa que foi a minha mãe que a fez.

Pormenor da fábrica do tijolo aí por volta de 1978, se a foto 
fosse a preto e branco poderíamos dizer que tinha 100 anos.

O meu sobrinho carlinhos à porta de casa.

A certa altura o antigo posto da policia passou a ser um centro de convívio da 
3ª idade, esta foto deve ser por volta de 1981/82 e o meu pai é o da esquerda.

Esta é de antes do 25 de Abril, a minha irmã Helena ou a Isaura na nossa rua, a do Rosmaninho.

A minha irmã Emília com o meu sobrinho Paulo ao colo na ultima rua, a do Norte.

O Paulo e a Lurdes e ao meio a Mena filha da Isilda na rua dos Malmequeres por volta de 1977/78.

Eu aí por volta de 1978/79 na rua dos Malmequeres à porta da casa da minha irmã Emília com 
a minha V5 com a qual caí inúmeras vezes e agora nem que me oferecessem uma eu aceitaria.


(todas as fotos são de francisco grave) 



segunda-feira, 27 de junho de 2011

A coisa por aqui está um bocado preta

A disposição hoje não é nada boa, para aliviar tensões vou colocar aqui duas fotos que encontrei à solta na net, a primeira é de um puto a fazer uma coisa que eu costumo fazer com frequência a outra é de um postal de uma pintura célebre Judite decapitando Holofernes de Artemisia Gentileschi.


 Dass.

Judite decapitando Holofernes de Artemisia Gentileschi.


Fotos encontradas na net

sábado, 25 de junho de 2011

Peter Falk, Adeus Columbo

«Há um Peter Falk de que toda a gente se lembra: o detective de olho de vidro e gabardina amarrotada que, resolvia crimes numa das mais populares séries televisivas de sempre, Columbo.
Há outro Peter Falk de que só os mais cinéfilos se recordam: o actor de composição que fez parte dos lendários filmes independentes de John Cassavetes como Maridos e Uma Mulher sob Influência, ou que foi um dos anjos das Asas do Desejo de Wim Wenders.




O actor, esse, era um e o mesmo. Nova-iorquino nativo, filho de imigrantes de Leste, Peter Falk morreu quinta-feira na sua casa de Beverly Hills, aos 83 anos. Teve o seu último papel no cinema em 2009, após uma carreira de mais de 50 anos iniciada no teatro e na televisão quando se aproximava dos 30 anos de idade.
A sua carreira não arrancara mais cedo devido ao que viria a ser uma das "marcas registadas" do tenente Columbo: o olho de vidro. Não era maquilhagem: Falk perdera o olho direito aos três anos na sequência de um tumor maligno, o que levou produtores a fechar-lhe primeiros papéis em produções de Hollywood. Mas a sua interpretação do gangster nova-iorquino Abe Reles em Murder, Incorporated (1960) valeu-lhe uma nomeação para o Óscar de actor secundário e lançou a sua carreira de actor de composição, que lhe trouxe nova nomeação para o Óscar (Milagre por um Dia, 1961). Entre a sua filmografia estão clássicos de culto da comédia americana como Um Cadáver de Sobremesa (1976); Por Favor Não Matem o Dentista (1979); um dos mais aclamados filmes de autor dos anos 80, As Asas do Desejo (1987); e três filmes do seu velho amigo John Cassavetes, Maridos (1970), Uma Mulher sob Influência (1974) e, numa curta participação, Noite de Estreia (1977).


Foi na televisão que Falk se tornou numa vedeta global ao aceitar o papel do tenente Columbo da polícia de LA, detective cuja aparente distracção escondia um modo peculiar de resolver crimes, num telefilme de 1968. O primeiro episódio da série foi para o ar em 1971, e Columbo continuou no ar, primeiro, regularmente, até 1977, e depois em telefilmes esporádicos entre 1989 e 2003, valendo-lhe quatro Emmys. É ainda hoje uma das séries americanas mais populares de sempre em todo o mundo.»
(In, Público, 25-06-2011)

Peter Falk como Columbo em 1976.


(fotos encontradas na Net)


terça-feira, 21 de junho de 2011

Pedro Hestnes Ferreira


Conheci o Pedro Hestnes durante a rodagem do filme Agosto de Jorge Silva Melo, creio que em 1988 e falamos árias vezes nos intervalos das filmagens e posso dizer que  simpatizamos um com o outro, depois disso vimo-nos por aí e  de repente vejo a noticia no jornal e pensei que já há uns dez anos que não o via e o pouco que ia sabendo dele era de algum filme em que participava. Tenho uma boa lembrança dele de um puto inteligente e meio calado que só se abria com alguém de quem gostava. Era filho do Arquitecto Raul Hestnes Ferreira, que conheci há anos e que foi o responsável pelo Bairro Fonsecas/Calçada e neto de José Gomes Ferreira.



(fotos à solta na Net)


sábado, 18 de junho de 2011

O Escritor Prodigioso de Joana Pontes

Cartaz de O Escritor Prodigioso e Joana Pontes.

“ter de existir num tempo de canalhas
de um umbigo preso à podridão de impérios
e à lei de mendigar favor dos grandes”
(Jorge de Sena)


«Não é todos os dias que surge um documentário sobre Jorge de Sena (1919-1978). Numa RTP vocacionada para "polémicas" a propósito de todas as chicanas políticas ou sobressaltos futebolísticos, é mesmo normal que um dos maiores vultos da cultura portuguesa do século XX seja tratado com a olímpica indiferença das rotinas de programação.
Mas vejamos a questão pelo lado positivo de facto, o documentário passou (sexta-feira à noite, na 2:) e só por isso, face à miséria mediática feita de Cofres e seus derivados, importa saudar a sereníssima RTP. O Escritor Prodigioso (2005), de Joana Pontes (produção Laranja Azul), é um genuíno objecto televisivo, empenhado em resgatar do silêncio a vida e a obra de um génio, não à procura de nostalgias mais ou menos piedosas, antes analisando o que nelas pode ajudar a compreender o nosso ser português.

Joana Pontes durante a rodagem de O Escritor Prodigioso.
Foto de Rui Branquinho


Desde o início da voz off de Joana Pontes, O Escritor Prodigioso apresenta-se como o resultado de uma trajectória pessoal de descoberta e investigação. O essencial passa por uma conversa com Mécia de Sena, conversa obviamente alheia a qualquer visão "heróica", antes propondo uma série de memórias, públicas e privadas, que nos possam ajudar a percorrer um pouco da riquíssima personalidade do seu marido.
Daí decorre, aliás, uma das componentes mais polémicas do documentário, dessas que a RTP não sabe ou não quer valorizar. Na verdade, O Escritor Prodigioso não tem nada de "oficial", não procura o retrato "neutro" de um grande criador.


Joana Pontes, Rui Branquinho e João Ribeiro (?) durante a rodagem de O Escritor Prodigioso.
Foto de Rui Branquinho


Bem pelo contrário estamos perante um trabalho que, com salutar frontalidade, coloca a questão de saber como e por que razões Sena foi "distanciado" da vida cultural portuguesa, acabando por nunca regressar do seu exílio americano. É uma questão que se dirige, de uma só vez, ao Estado português e à Universidade. Dito de outro modo: a sua gravidade não cabe na formatação retórica de muitos telejornais, nem no dramatismo pueril dos mais correntes espaços de debate. Nesse sentido, importa não termos medo do paradoxo e sublinhar que, no actual contexto, a discrição promocional que envolveu O Escritor Prodigioso faz justiça ao próprio objecto.


Joana Pontes e Rui Branquinho durante a rodagem de O Escritor Prodigioso.
Foto de Rui Branquinho.


Sena foi, afinal, um dos arautos de um desejo de viver Portugal para além da miséria dos jogos e invejas de bastidores. Como Eduardo Lourenço sublinha num dos depoimentos do documentário, havia nele "uma vontade épica" que nos transcendia (e transcende). Daí a terrível dúvida existencial em que O Escritor Prodigioso desemboca. João Bénard da Costa, outro dos entrevistados por Joana Pontes, enuncia-a de forma luminosa se Sena reconheceu Portugal, onde está o Portugal capaz de o reconhecer? Não, por certo, nos valores que dominam a programação da RTP.» 
(João Lopes, DN, 18 Setembro 2005) Ler aqui

 Joana Pontes numa escola para ver e debater o documentário.
Fotos encontradas na net


sexta-feira, 17 de junho de 2011

José Mário Branco: Música de Palavra(s)

Estive para não ir porque estava à volta com as minhas dores mas fui  e abençoados sejam os santos populares (em dia de eclipse), só estando lá se pode acreditar. Eu, que já vi dezenas de concertos do Zé Mário fiquei por várias vezes com um aperto no coração (acreditem que comigo isso é dificíl), acho que estou a ficar piegas. José Mário Branco com ajuda da Manuela de Freitas e acompanhado de Camané, e dos músicos, Carlos Bica, José Peixoto e Filipe Raposo, deram um concerto único e extraordinário no Cinema São Jorge, na abertura do Festival Silêncio.


José Mário Branco e Manuela de Freitas. 
Foto Francisco Grave.


A Sala escureceu depois dos organizadores terem dito umas breves palavras e notei os músicos entrarem no escuro e então entra um excerto do filme do João César Monteiro "Sophia de Mello Breyner Andresen" com a própria a dizer um poema ver aqui e depois entra a música de Tentanda a Via de Antero de Quental e logo o Zé Mário coméça a cantar com aquela voz que deus lhe deu e com ele e depois com o Camané vieram as palavras de alguns dos nossos maiores poetas.

Com que passo tremente se caminha
Em busca dos destinos encobertos!
Como se estão volvendo olhos incertos!
Como esta geração marcha sozinha!

Sim! que é preciso caminhar avante!
Andar! passar por cima dos soluços!
Como quem numa mina vai de bruços
Olhar apenas uma luz distante!


José Mário Branco – Concerto Cinema São Jorge
Festival do Silêncio

Esta foto não é do espectáculo mas podia ser, estava à solta na Net


ALINHAMENTO-GUIÃO
(os textos à direita apareciam projectados durante as canções)


01. Video: excerto do filme de João César Monteiro "Sophia de Mello Breyner Andresen" com Sophia a dizer um poema

02. Tentanda via de Antero de Quental

Antero de Quental
"Mestre, meu Mestre querido"

03. Uma vez que já tudo se perdeu de Ruy Belo

Ruy Belo
“no meu país não acontece nada”

04. Travessia do deserto de José Mário Branco inspirada no poema Caminho de Sophia de Mello Breyner Andresen
“eu sabia
que antes do próximo oásis
alguém morreria"
(Sophia)

05. Queixa das almas jovens censuradas de Natália Correia

Natália Correia
40 anos depois, outra vez

06. Não te prendas a uma onda qualquer de Bertolt Brecht

Bertolt Brecht
começar de novo
a partir de dentro
a partir de perto
a partir da base

07. Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades de Luís de Camões

Luís de Camões
… para que tudo fique na mesma?

08. De pé (Antero) de José Mário Branco

Antero de Quental
“que sois os loucos
porque andais na frente”

09. vídeo de David Mourão-Ferreira a dizer um poema

10. Lembra-te sempre de mim de David Mourão-Ferreira

David Mourão-Ferreira
"e por vezes lembramos que por vezes"

11. Quadras de Fernando Pessoa

Fernando Pessoa
"essa coisa da alma"

12. Ser aquele (fado menor) de Fernando Pessoa
Fernando Pessoa

"... este silêncio no qual, ofegantes,
sabemos com tanta dor
que ainda estamos vivos”
(Herberto Helder)

13. Arrocachula de José Mário Branco

“de longe muito longe desde o início
o homem soube de si pela palavra”
(Sophia)

14. A meu favor de Alexandre O'Neil

Alexandre O'Neil
"o amor é o amor
e depois?"

15. Inquietação de José Mário Branco

“tudo o que sonho ou passo
o que me falha ou finda
é como que um terraço
sobre outra coisa ainda
- essa coisa é que é linda”
(Fernando Pessoa)

16. As palavras de Manuela de Freitas

“secretas vêm, cheias de memória”
(Eugénio de Andrade)

17. vídeo de Mário Cesariny a dizer um poema

18. Perfilados de medo de Alexandre O'Neil

Alexandre O'Neil

“ter de existir num tempo de canalhas
de um umbigo preso à podridão de impérios
e à lei de mendigar favor dos grandes”
(Jorge de Sena)

19. Silêncio pesado de Manuela de Freitas

“nada é inacessível no silêncio ou no poema”
(António Ramos Rosa)

20. Com fúria e raiva (poema de Sophia dito por José Mário Branco

21. Sopra demais o vento de Fernando Pessoa


«e agora vão dormir»




quarta-feira, 15 de junho de 2011

Sue Lyon, "a mais «sexy nymphette»"

Texto de

João Bénard da Costa


 Sue Lyon, O Capuchinho a preto e branco.

Stanley Kubrick dando instruções a Sue Lyon em 'Lolita'. 1962.


«Aos 16 anos, Sue Lyon fez uma das mais aparatosas e escandalosas entradas no mundo do cinema quando Kubrick a escolheu para ser a Lolita de Nabokov (62). Versão «soft» do livro? Muito mais aparentemente do que se pensou. Se não está lá tudo, está lá o fundamental.
E se está lá o fundamental é por mérito de Kubrick (num dos melhores filmes da sua irregular carreira) e por mérito das geniais criações de James Mason, Shelley Winters e Sue Lyon que foi a mais «sexy nymphette» que Hollywood inventou depois de Carroll Baker, a do Baby Doll. era mais velha do que a Lolita do livro, mas era mais velha do que a Lolita do livro, mas era tão inocentemente perversa (ou tão perversamente inocente) como ela e tudo o que tinha de ser elipse era fulgurante e visível no corpo dela.

Lolita de Stanley Kubrick. 1962.

Lolita de Stanley Kubrick. 1962.

Lolita de Stanley Kubrick. 1962.

Lolita de Stanley Kubrick. 1962.

Por mim (inocente ou perverso, escolham) nunca mais me consegui esquecer do plano em que ela bebia pela palhinha (coca-cola, evidentemente) da sequência em que pergunta a Mason se eles, os adultos, não brincam, como lá no colégio, aos pais e às mães, ou da entrada no hotel (o olhar para Mason, quando este a declara como filha) ou do cerco no automóvel quando já combinou umas «coisas» com Peter Sellers.


Lolita de Stanley Kubrick. 1962.

Cartaz de Lolita de Stanley Kubrick. 1962.

Dois anos depois era igualmente fabulosa em The Night of the Iguana (John Huston, 64) em nova «nymphette» (desta vez de Tennessee Williams) a compensar generosamente Richard Burton das «decrépitas» Ava Gardner e Deborah Kerr. não tinha «o sexo estampado na cara» (como Gardner, entre tantos copos ainda tinha) não tinha o sexo estampado na glândula pineal (coisas para Deborah Kerr que lhe explicavam o fetichismo) mas tinha o sexo estampado onde é suposto estar (convenientemente distribuído) e mais por anatomias do que por heteronimias, dava as cartas que tinha que dar.


Sue Lyon e Richard Burton em The Night of the Iguana de John Huston. 1963. Gjon Mili.

John Huston falando com Sue Lyon durante a rodagem 
de  The Night of the Iguana.  1963. Gjon Mili.

Outros dois anos mais (já estava nos 20) e foi Emma a jovem noviça (se lhe quiserem chamar assim da Missão Chinesa de Seven Women de John Ford. E tenho cá para mim que quase tudo o que fazia Margaret Leighton odiar Anne Brancroft (e vice-versa) passava pelo tenro corpo dela. Com Margaret Leighton até um puritano como Ford tornava «isso» explícito. Com Brancroft é menos. Mas se repararem bem...
Falei de três filmes e neles cabe - ou coube Sue Lyon inteira. (...) Aos 32 anos desapareceu. Hollywood explicou esse afundamento com os habituais «personal problems». 


Sue Lyon à esq. Margaret Leighton ao centro e  Anne 
Brancroft a fumar em Seven Women de John Ford, 1966.

Tinham feito tudo para lhos arranjar. E aos 32 anos ninguém é Lolita. E para ser a  mãe de (Shelley Winters) faltava-lhe tudo o que essa tinha, que aliás também não começou mais velha do que ela. Por aqui e por ali, ouvi detalhes pícaros ou sórdidos. Não me vou demorar neles. Nos «sixties» como Lolita, em Acapulco, ou na China, foi o suficiente para não mais ser esquecida. E, a seu modo, ficou como um dos símbolos dessa década. 

João Bénard da Costa, em Dicionário, 
Catálogo do Cinema Americano dos Anos 50, 
Editado pela Fundação Gulbenkian, Lisboa 1981



Capa do catálogo do Cinema Americano dos Anos 50.

Trailer de Lolita de Stanley Kubrick, 1962.



 (Fotos LIFE Archive e as outras foram encontradas na Net)



segunda-feira, 13 de junho de 2011

James Earl Ray em Lisboa


James Earl Ray foi o assassino do líder negro norte-americano Martin Luther King Jr., que lutou até o dia de sua morte por um ideal, a igualdade racial nos EUA. James acreditava que Martin era um traidor, e que movia as pessoas em suas marchas para parar e enfraquecer o país;política e economicamente. Assassinou Martin Luther King a 4 de abril de 1968, momentos antes de uma marcha, num hotel da cidade de Memphis. A sua detenção viria a acontecer a 8 de Junho no Aeroporto de Heathrow em Londres, enquanto tentava sair do país.

Hotel Portugal em Lisboa onde James Earl Ray esteve hospedado. 1968. Bill Ray. 

Earl Ray andou fugido 65 dias. Foi para o Canadá, dali para Portugal e de lá para Inglaterra, onde pensava seguir para a Rodésia. Durante a permanência em Lisboa, foi cliente de uma prostituta que conheceu num bar. A 10 de Junho de 1977 conseguiu juntamente com mais seis reclusos escapar novamente da prisão foram capturados três dias mais tarde. Ray foi assim devido á sua fuga condenado a 100 anos de prisão. James Earl Ray confessou o crime, mas anos depois repudiou sua confissão.
(Texto encontrado na net)

Rapariga que trabalhava no Texas Bar que supostamente 
teve uma ligação com James Earl Ray. Bill Ray.

Quarto do Hotel Portugal onde James Earl Ray esteve hospedado. Bill Ray.


(Fotos LIFE Archive)


sábado, 11 de junho de 2011

Cinema Infantil na Quinta da Calçada

Fotos cedidas pela Isabel da Alda (obrigado). São 3 fotos de uma Sessão de Cinema Infantil com filmes do Charlot e do Bucha e Estica e outros, que se realizavam algumas vezes no mercado ou na escola, por volta de 1965/66 mais coisa, menos coisa, embora estas parecem ser no Clube. Nas três estou eu com um ar fascinado a olhar para o écran juntamente com muitos miúdos da minha idade. Quem tiver fotos deste género e queira emprestar para colocar aqui no Blog, pode entrar em contacto comigo através do Blog deixando uma mensagem onde diz comentário ou dando o recado a alguém da minha família.

 Sessão de Cinema Infantil em 1965 ou 1966.

  Sessão de Cinema Infantil em 1965 ou 1966.

 Sessão de Cinema Infantil em 1965 ou 1966.


Mais algumas fotos que encontrei no Arquivo Fotográfico da Câmara Municipal de Lisboa; são fotos de visitas dos responsáveis da altura entre 1939 e 1943 para verem como estava a ir as obras.



Visita do engenheiro Duarte Pacheco e do presidente da Câmara 
Municipal de Lisboa ao bairro da Quinta da Calçada em 1943/44.

Visita do engenheiro Duarte Pacheco e do presidente da Câmara 
Municipal de Lisboa ao bairro da Quinta da Calçada em 1943/44.

Visita do engenheiro Duarte Pacheco e do presidente da Câmara 
Municipal de Lisboa ao bairro da Quinta da Calçada em 1943/44.

Técnicos responsáveis pela construção do bairro da Quinta da Calçada 1939.

Visita do presidente da Câmara Municipal de Lisboa ao bairro da Quinta da Calçada 1939.


(Fotos do Arquivo Fotográfico da CML)

sábado, 4 de junho de 2011

Greta Garbo por Gore Vidal

Greta Garbo.


«(...) Entretanto, uma feliz e voluntária relação entre mãe e filha estava a ter lugar todos os Invernos e, por vezes, de Verão também, em Klosters, na Suiça. Salka Viertel era viúva de um conhecido realizador alemão e mãe do escritor Pierre Viertel. Antiga actriz e argumentista, Salka fora escolhida por Greta Garbo para ser mãe dela. Salka morava na mesma rua que nós, junto ao pequeno apartamento onde Garbo ficava; fazia os seus exercícios de ioga na varanda para espanto dos aldeões, que não sabiam quem Frau Garbo era.
Garbo tinha simpatizado com o nosso cão terrier australiano, Rat. « Como é um nome muito brutal para ele, vou chamar-lhe Ratski.» E, assim, todas as manhãs, por volta das oito, ela passava pelo nosso apartamento e Ratski precipitava-se para a rua a fim de a cumprimentar. A seguir eu juntava-me a eles para o nosso passeio matinal ao longo do rio. Como sempre, Rat tomava o comando e só íamos aonde ele queria. Irvin Shaw e a mulher eram velhos amigos de Garbo e avisaram-nos para nunca discutirmos a carreira cinematográfica dela. Mas dava-se o caso de ser o assunto de que ela mais gostava de falar. lembrava-se dos pormenores de todos os filmes, incluindo os nomes do pessoal técnico. «Aprendi o meu mau inglês com eles», dizia, recordando-nos que fora estrela do cinema mudo e que todo o mundo se perguntava se a actriz sueca conseguiria fazer a transição para os filmes falados, tentativa que a sua co-estrela, John Gilbert, falhara.


 Greta Garbo e John Gilbert.


Ela não só gostava de falar dos velhos tempos como, passados tantos anos tinha curiosidade em saber o que era feito da MGM. Embora tivesse sido a rainha daqueles estúdios, não desprezava estar ao corrente das estrelas menores da corte.  Por um motivo qualquer, pensar na cantora Jeanette MacDonald fazia todas as actrizes desatarem a rir a bandeiras despregadas enquanto Judy Garland se punha a imitar a cançao de marca de Jeanette, San Francisco. Tinha, sem dúvida, a ver com as operetas antigas em que entrava Jeanette MacDonald juntamente com o parceiro Nelson Eddy, carinhosamente conhecido por «o capão cantor». Havia uma história que garbo adorava contar: Jeanette era casada com um actor chamado Gene Raymond, homem amável que actuou no meu filme, The Best Man. Uma manhã, Jeanette apareceu em casa com um chapéu de palha na cabeça, um cesto cheio de rosas recentemente colhidas e a trautear uma ária de A Azougada Marietta quando Raymond estava a jogar ténis no court do jardim. Ao entrar, ela lembra ao marido que o almoço está quase pronto e Raymond convida para almoçar o treinador, mas este desculpa-se: «Estou todo suado e não trouxe roupa.» Mas Gene Raymond diz-lhe: «Vai à minha casa de banho. Tem duche e uma data de roupa do teu tamanho.» O treinador assim faz. Entretanto, Jeanette está a pôr as rosas em jarras e, ao passar pela casa de banho do marido, ouve água a correr. Entra sorrateiramente lá dentro, mete a mão no duche e agarra nos genitais do treinador, cantando fortíssimo, «ding, dong. Não te atrases para o almoço!» Por esta altura, Garbo estava habitualmente morta de riso e a sua mão direita contorcia-se convulsivamente.


Greta Garbo.


Escreveu-se imenso sobre o seu encanto andrógino. Apesar de ser idolatrada como uma deusa por L. B. Mayer, o dono dos estúdios MGM, ambos estavam conscientes da razão da sua popularidade. As mulheres adoravam os filmes dela - sofria e tinha um tipo de beleza que raras pessoas possuíam. No entanto, não era popular entre os homens americanos, os quais preferiam o género de Betty Grable. as receitas ganhas pelos filmes com ela provinham sobretudo da Europa. Quando a Segunda Guerra Mundial pôs fim ao mercado europeu, Garbo afastou-se discretamente da MGM. Tiraria uma férias até a guerra acabar. Diz-se que Mayer chorou de gratidão. Ao contrário do que conta a lenda, ela não tencionava retirar-se e, quando a guerra terminou, Walter Wagner tinha um argumento para ela baseado em La Duchesse de Langeais, de Balzac, a ser filmado pela RKO. Garbo chegou até ao teste do guarda-roupa, uma maneira súbtil de o estúdio ver se ela ainda se parecia com a Greta Garbo. Parecia. Vi o teste. Nessa altura, ela estava na casa dos trinta. Infelizmente, o estúdio foi comprados por Howard Hughes. colega de aviação do meu pai, que cancelou o filme. É pena que o filme de Scorsese sobre Howard Hughes não mencione a única coisa que teria tornado Hughes famoso. Garbo ficou tão chocada por essa rejeição que nunca mais voltou a contracenar noutro filme. Também era muito rica e bastante preguiçosa.


Greta Garbo em Ninotchka de Ernst Lubitsch, 1939


Quando alguém me enviou uma grande lata de caviar, Howard decidiu fazer uma pequena festa só para nós, os Shaw e Greta Garbo. Ao último minuto, Irvin telefonou a perguntar se podia trazer a jornalista Martha Gellhorn. sempre gostei do que ela escrevia e simpatizava com todas as mulheres que se tinham casado com Hemingway. A pequena festa correu lindamente. Garbo chegou cedo e vestiu imediatamente o blazer de Howard. Gostava de se vestir com roupa de homem e costumava referir-se a si em termos masculinos. «Onde é que é a casa de banho dos rapazinhos?» era uma das suas expressões favoritas. Foi Ina Claire, a delicada comediante da Broadway, que foi à casa de banho dos rapazinhos logo depois de Garbo sair de lá e, de facto, o assento da sanita estava levantado.»
In, Navegação Ponto Por Ponto de Gore Vidal


Navegação Ponto Por Ponto de Gore Vidal.
 Editora: Casa das Letras, 2010.


«Gore Vidal faz uma viagem pela sua memória através dos bastidores da literatura, da televisão, do cinema, do teatro, da política e da alta sociedade. Com um estilo muito vivo e simples, como se estivéssemos a escutar uma longa confidência, Vidal salta de história em história, propõe reflexões. É simpático para umas personagens e impiedoso para outras. Nestas páginas encontramos episódios surpreendentes com Jacqueline Kennedy, Tennessee Williams, Eleonor Roosevelt, Orson Welles, Johny Carson, Greta Garbo, Federico Fellini, Rudolf Nureyev, Elia Kazan e Francis Ford Coppola. As páginas mais comoventes, escritas com pudor e subtileza, estão reservadas a Howard Auster, o seu companheiro de sempre, o homem com quem viveu mais de cinquenta anos. Navegação Ponto Por Ponto é um livro de memórias inteligente e elegante. Vidal começa com pequenas observações que crescem até ascenderem à sua devida grandiosidade. Um livro fluente, carregado de humor, simples, mas nunca simplista, vivo e glamoroso. Um livro de memórias imperdível.» 
(texto de promoção do livro)

(Fotos encontradas na net)