terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Rommy Schneider - Fotos


"As vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento 
passar, vale a pena ter nascido." (Fernando Pessoa) 





Pergunte a qualquer austríaco responsável de quais compatriotas ele se orgulha. Ele dirá, na lata: Mozart, Freud e Romy Schneider. Vai deixar para trás Schoemberg, Haydn, Wittgenstein e, claro, Hitler. Nem vai se lembrar de Gustav Klimt. Schwarzenegger, então, passa longe. Dos três citados, fico com Romy, a actriz de beleza tão extraordinária quanto a própria elegância. Os olhos azulados e o sorriso inebriante foram a marca definitiva da menina de 17 anos que viveria, na tela, Elizabeth da Baviera, ou simplesmente Sissi, a adolescente imperatriz austríaca assassinada pelo anarquista italiano Luigi Lucheni.  Em 1958, já famosa e ao filmar Christine, de Pierre Gaspard-Huit, Romy Schneider caiu nos braços do galã francês Alain Delon, com quem contracenou, inclusive, no teatro, sob a batuta de ninguém menos que  Luchino Visconti. E não foi somente o diretor italiano que se deslumbrou. Andrej Zulawski, Constantin Costa-Gavras, Otto Preminger, Joseph Losey e Orson Welles, com quem filmou O Processo, diziam-se fascinados não só pela presença magnética de Romy Schneider, mas também por sua força dramática. 
(In, ipsislitteris.opsblog.org)













(fotos encontradas em ontheset.tumblr.com, em miltonribeiro.opsblog.org
em lurdelinhas.blogspot, em ipsislitteris.opsblog.org e www.doctormacro.com)



segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

A Cigana Búlgara

de
Luis Fernando Veríssimo


A família era tão grande que, quando contaram ao dr. Parreira que seu sobrinho Geraldo tinha viajado para a Europa, ele precisou ser lembrado: qual dos sobrinhos era, mesmo, o Geraldo?
― O Geraldinho da Nena. Largou tudo e foi para a Europa.
O dr. Parreira sorriu. Desde pequeno o Geraldinho, filho único de mãe devotada e pai rico, fazia tudo o que queria. Lembrava-se dele criança, comendo espaguete com as mãos e limpando as mãos na toalha. E a Nena, mãe de Geraldinho, como se não fosse com ela. O dr. Parreira ainda chamara a atenção da irmã: ― Olhe o que seu filho está fazendo. ― Deixa o coitadinho se divertir. Na adolescência, Geraldinho se metera em algumas encrencas. Uma vez até tinham recorrido ao dr. Parreira, o tio mais velho e mais bem relacionado, para livrá-lo do castigo. Uma aventura amorosa que acabara mal. Mas não era má pessoa. Apenas um vagabundo mimado. E, na opinião de todos, o mais simpático da família. Geraldo anunciara em casa que estava indo para a Europa e, apesar do choro da mãe, convencera o pai a financiar a viagem, e seu sustento na Europa até "conseguir alguma coisa". Vez que outra, o dr. Parreira tinha notícias do Geraldo. ("Quem?" "O Geraldinho da Nena. O que foi pra Europa.") Geraldinho estava lavando pratos em Londres. Geraldinho estava ensinando surfe em Paris. ("Surfe em Paris?!") Geraldinho estava colhendo morangos na Suíça. Geraldinho tinha conhecido uma moça. Geraldinho estava namorando firme com a moça. E, finalmente, a única notícia que interessou ao dr. Parreira, pelo menos por dois minutos: a moça era cigana, de uma tribo búlgara. Depois: Geraldinho brigou com a moça. (Todos sacudiram a cabeça, afetuosamente. "O velho Geraldinho de sempre."). Depois? Geraldinho desapareceu.
― Como, desapareceu? ― Há dois meses não têm notícias dele. A Nena está desesperada. Pediram ajuda ao dr. Parreira, que, como o mais velho, assumira o papel de patriarca da família depois da morte do pai, o Parreirão. Mas, antes que o dr. Parreira entrasse em contato com o Itamaraty, chegou a notícia terrível. Geraldinho estava num hospital em Berna. Tinha sido castrado e só choramingava, pedindo a mãe. Nena e o marido, Alcides, embarcaram imediatamente para a Suíça. Ao chegarem ao aeroporto de Zurique pegaram um táxi e descobriram tarde demais que era um táxi falso, que os levou para um galpão fora da cidade onde o Alcides também foi castrado e a Nena marcada na testa com um ferro em brasa com as três iniciais (soube-se depois) da frase, em búlgaro, "Mãe da besta". Dois primos mais velhos do Geraldinho também embarcaram para a Suíça e também foram seqüestrados, no caminho para Berna. Não foram castrados, mas até prefeririam isto ao que passaram nas mãos de um bigodudo enorme chamado Ragud, que os outros incentivavam com frases em búlgaro (soube-se depois) como "Agora a posição do touro apressado, Ragud!" O dr. Parreira convocou uma reunião da família para decidir o que fazer. Não seria prudente mandar outros familiares à Suíça, onde evidentemente todos corriam perigo. O consulado brasileiro daria a assistência necessária aos hospitalizados e as autoridades suíças investigariam os atentados. Enquanto isso, alguém saberia dizer o que o Geraldinho tinha aprontado com a cigana búlgara? Ninguém sabia. Mas alguém lembrou que os ciganos búlgaros eram famosos por serem vingativos. ― O melhor ― disse o dr. Parreira ― é ninguém da família chegar perto da Europa, até que esta coisa passe. Mas quando a "coisa" passaria? Poucos dias depois da reunião da família em que tinham concluído que pelo menos no Brasil ninguém corria perigo, o dr. Parreira foi acordado no meio da noite com a notícia de que uma das suas fábricas estava em chamas. Fora invadida por um grupo, que escrevera uma frase em búlgaro numa parede antes de começar o incêndio. A frase era (soube-se depois): "Todos pagarão, até a terceira geração." Até a terceira geração! As crianças não vão mais à escola e a família contratou segurança armada para 24 horas, e mesmo assim entraram na casa da coitada da dona Zizica, viúva do Parreirão e mãe do dr. Parreira, e escreveram uma palavra em búlgaro no seu lençol que ninguém teve coragem de traduzir para a velha ― e tudo por culpa do Geraldinho, seu neto favorito. Todas as empresas da família têm recebido ameaças constantes, explosões são freqüentes nas suas instalações e a falência próxima do grupo é inevitável. Mas a vingança dos búlgaros não cessará. Continuará até a terceira geração. Preso em casa, atrás de barricadas, com medo até de chegar na janela, o dr. Parreira amaldiçoa a irmã pelo que fez, ou pelo que não fez, com o Geraldinho. Um único tapa na mão, um único "Não!", e tudo aquilo teria sido evitado. Mas Geraldinho podia comer espaguete com as mãos sem apanhar e o resultado estava ali. Todos sofriam pelo que ele tinha aprontado com a moça, fosse o que fosse. Provavelmente o mesmo que fazia com todas as moças que conhecia, nada grave: namoros inconseqüentes, promessas e mentiras simpáticas ― só que nenhuma das moças era uma cigana búlgara. E chegou a notícia de que um grupo invadira o cemitério e pintara insultos em búlgaro no túmulo do Parreira pai. No túmulo do velho Parreirão!

(Luís Fernando Veríssimo - Cronicas Selecionadas Do Jornal Estadão, em pt.scribd.com)



domingo, 8 de janeiro de 2012

Estudos de Espionagem

por

Groucho Marx

Para o filme

Uma Noite em Casablanca (1946)


Fotos para promoção do filme "A Night in Casablanca" (Uma Noite em Casablanca, 1946) de Archie Mayo, em reportagem para a LIFE. Hollywood 1946. Bob Landry. 







(Fotos LIFE Archive)




Contra os feiticeiros

de
Luis Fernando Veríssimo



Esperava-se que a proliferação de computadores, notibuques e lepitopis fosse criar uma vasta nação sem fronteiras de nerds sedentários, uma geração inteira que só sairia da frente das suas telas e teclados arrastada. As redes sociais substituiriam a vida social, todo contato humano seria eletrônico e virtual e nada levaria a grande nação enclausurada a desligar seus aparelhos e ir para a rua. Mas, como se vê, aconteceu o contrário. Tanto nas manifestações que estão derrubando déspotas em cadeia no Norte da África quanto nos protestos na Europa foram as redes sociais que, em boa parte, encheram as ruas. O pessoal do movimento Ocupar Wall Street, nos Estados Unidos, também foi mobilizado pela internet.
Se você pensar que a internet foi criada pelo e para o Pentágono e representa a máxima conquista tecnológica do empreendedorismo capitalista, aumenta a ironia de, nos casos da Europa e dos Estados Unidos, ela estar levando manifestantes às ruas contra os poderes estabelecidos e os desmandos do capital. O que há de mais moderno no mundo trazendo de volta a ação política mais antiga e direta, a da multidão sublevada. O feitiço virado numa direção que os feiticeiros, decididamente, não previram.
Hoje em dia, a frase que pais preocupados dizem para filhos permanentemente ligados na internet não é mais "Meu filho, vai brincar um pouco o lá fora" mas "Meu filho, por favor, revolução não".
No mesmo assunto: se Darwin tinha razão nas suas teorias sobre a sobrevivência dos mais aptos e adaptáveis, daqui a algumas gerações todos os seres humanos nascerão com dedos finos para acertar as teclas certas em iPodis e iPadis cada vez menores. Os dedos gordos e rombudos desaparecerão como os dinossauros. Mas ouvi dizer que a evolução se dará do outro lado: os teclados tenderão a desaparecer, substituídos pelo comando de voz. Não duvido. Não duvido de mais nada desde que conheci o GPS falante. Os feiticeiros podem tudo.


(Luis Fernando Verissimo, em jornal O Estado de S.Paulo 10-11-2011)






quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Sofia Loren - Fotos

Dedicadas ao Charmoso


Sofia Loren numa festa sendo cumprimentada por Peter Lorre. EUA 1957. Ralph Crane.

Sofia Loren sentada ao colo de Vittorio de Sica durante as filmagens de Matrimonio all'italiana (Casamento à Italiana). Italia 1964 Alfred Eisenstaedt e numa cena de Legend of the Lost de Henry Hathaway (A Cidade Perdida). Italia 1957. Loomis Dean.


Sofia Loren sendo dirigida por Charles Chaplin em uma cena do filme A Countess from Hong Kong (A Condessa de Hong Kong). Londres 1967.  Alfred Eisenstaedt.

Sofia Loren jogando ás cartas com o fotógrafo Pierluigi enquanto os fãs espreitam, durante um intervalo das filmagens de Madame Sans-Gêne de Christian-Jaque. Italia 1961. Alfred Eisenstaedt.

Sofia Loren com Marcello Mastroianni numa cena de Matrimonio all'italiana de Vittorio de Sica (Casamento à Italiana). 1964. Alfred Eisenstaedt e numa cena com John Wayne em Legend of the Lost de Henry Hathaway (A Cidade Perdida). Italia 1957. Loomis Dean.


Sofia Loren na Cinecittá em Roma durante as filmagens de Legend of the Lost de Henry Hathaway (A Cidade Perdida). Italia 1957. Loomis Dean. 

(Fotos LIFE Archive)


quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Discussão

de
Mário-Henrique Leiria


- Desconfio que a democracia não resulta. Juntam-se astronautas, bodes, camponeses, galinhas, matemáticos e virgens loucas e dão-se a todos os mesmos direitos. Isso parece-me um erro cósmico. Desculpa.

Desculpei mas fiquei ofendido. Que a democracia era aquilo mesmo, e ainda com conversa fiada como brinde, isso sabia eu. Que mo viessem dizer, era outra coisa. Fiquei ainda mais ofendido, até porque não gosto de erros cósmicos. Acho um snobismo.

- Eu sou democrático - rugi entre dentes, como resposta. - Tenho amigos no exílio, todos democráticos. Foram para lá por serem democráticos. É um sacrifício que poucos fazem, ir para o exílio e ser professor universitário exilado e democrático. Eras capaz de fazer isso?

- Não sou democrático.

Não havia resposta a dar. nenhuma. Ele não era democrático, não sabia de democracia.

Eu sim, sou democrático, até já quis ir à América, que me afirmaram que lá é que é a democracia.

Recusaram-me o visto no passaporte, disseram que eu era comunista! Viram isto ?


Mário-Henrique Leiria
Contos do Gin-Tonic 


terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Filmes Série Z ou Não



O actor Johann Peterson (cuja altura era considerável), abraça as suas vitimas para a reportagem da LIFE do filme Prehistoric Woman de Greg C. Tallas, 1950. Allan Grant.

Laurette Luez, a protagonista do filme Prehistoric Woman de Greg C. Tallas (talvez por ser casada com o realizador), aqui numa foto sugestiva, (se eu tivesse 13/15 anos, parado a ver os cartazes do Olympia dava logo vontade de ir ver o filme). Um dia declarou que foi ela que aconselhou o nome de Marilyn Monroe, a Norma Jeane Mortensen, mas isso agora não interessa nada. 1950. Allan Grant.
 Cartaz do filme e as pré-históricas á caça com uma pantera. 1950. Allan Grant.



Creature from the Black Lagoon (1954) de Jack Arnold.  1953?. Edward Clark.

Creature from the Black Lagoon (1954) de Jack Arnold.  1953?. Edward Clark.


O Monstro da Lagoa Negra (Creature from the Black Lagoon, 1954) é um filme de Jack Arnold, a preto e branco e que foi lançado com efeitos 3-D. Ricou Browning é o Monstro nas cenas subaquáticas. Ben Chapman interpretou o Monstro em terra no filme, portanto nas fotos não se sabe quem é quem e ambos não foram creditados no filme. Mas ela é a boazona (para a época) Julia Adams às voltas com a criatura escamosa descoberta no Rio Amazonas. O monstro é anfíbio e embora seu habitat natural seja aquático ele consegue respirar e caminhar na superfície. A aparência associa-o a uma espécie de homem-peixe, com pele escamosa, guelras e membranas como nadadeiras nas mãos e pés. As fotos são a cores porque foram feitas para uma reportagem da LIFE. 



Creature from the Black Lagoon (1954) de Jack Arnold.  1953?. Edward Clark.

Creature from the Black Lagoon (1954) de Jack Arnold.  1953?. Edward Clark.

Cartaz do filme Creature from the Black Lagoon (1954) de Jack Arnold. 


(Fotos LIFE Archive, os cartazes estavam na net)




Noronha da Costa

na cabeça de um da Quinta da Calçada


A primeira vez que fui a uma exposição de pintura foi em 1988 (creio), foi na Gulbenkian e nunca mais esqueci algumas das imagens e dos azuis que "dominavam"  alguns quadros da exposição. Tive a sorte de ir com a Manuela que conhecia o pintor Noronha da Costa e me foi explicando algumas coisas e chamando a atenção para outras; é bom quando isso acontece, abrem-se em nós mais "janelas". Depois dessa já fui a outras (poucas) e até cheguei a ver Os Malmequeres e Os Comedores de Batatas de Van Gogh em Amesterdão, e os esboços deste quadro (pormenores das mãos, das caras, etc), que nos explicam muito do trabalho que é preciso na pintura para chegar á obra final. Deixo-vos no final uma imagem do quadro e uma palavras de Van Gogh.

Noronha da Costa.


Noronha da Costa

Cineasta, Arquitecto e Pintor Licenciado pela Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa, de entre os muitos prémios que ganhou salientamos o prémio Europeu da Cultura, atríbuido pelo Parlamento Europeu. A sua prática artística mobiliza dados culturais diversificados, como a Arquitectura, o Cinema, o Objecto, a Filosofia e a Pintura, assumindo-se como artista neo-romântico. Sendo o sfumato uma técnica instaurada no apogeu da pintura figurativa ocidental, sobrepondo-se à nitidez linear do contorno, em Noronha provoca a expansão das manchas. Diáfanas, sem volume e peso, as figuras são fugazes condensações de luzes variadamente coloridas. As silhuetas, mais do que representar objectos, definem planos rebatidos para a frontalidade. Não há sombras projectadas por objectos, nem sequer há chão. Há sombras próprias, como há luzes próprias. 
(In, www.movimentoartecontemporanea.com)

 Noronha da Costa.
 Noronha da Costa.
 Noronha da Costa.
 Noronha da Costa.
Noronha da Costa.



Os Comedores de Batata de Van Gogh, 1885 e Malmequeres, 1888, que vi em 
Amesterdão em 1988, não sei se antes ou depois da exposição de Noronha da Costa.

Os Comedores de Batata de Van Gogh, 1885.


"Quis fazer de maneira a ter-se a ideia de que esta gente humilde que, à luz do seu candeeiro come as batatas tirando-as ao mesmo tempo da travessa, foi quem cavou a terra em que as batatas foram cultivadas; este quadro evoca, pois, o trabalho manual e sugere que estes camponeses mereceram honestamente aquilo que comem."  
(Van Gogh em carta a seu irmão Theo, Abril de 1885)


Vincent Van Gogh, "Jarra com malmequeres". 1888.



(imagens das pinturas encontradas na net)





segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Bob Dylan e o Velho Brueghel

Desolation Row 
The Marionette Performance
de Roderick Smith



Quem acompanha este blog já deve ter reparado que sou admirador de Bob Dylan e trago agora para vós, este filme de 10 minutos em duas partes, que descobri no Youtube e que é uma colagem de imagens e música, numa animação feita com fantoches, a partir da obra do pintor Pieter Brueghel, "O Velho" (falecido em 1569) e de Bob Dylan e de uma das suas melhores canções, "Desolation Row", feita em 1965, mas aqui numa versão feita anos mais tarde e que é conhecida pela letra surreal e a longa duração (11:21 minutos). As imagens de Brueghel expondo as fraquezas e loucuras humanas, ilustrando a letra surrealista de Dylan (com 450 anos de diferença de época entre os dois), fazem deste filme uma obra única, através do uso de fantoches, gravuras e música. 





Pieter Brueghel


Pieter Brueghel, "O Velho" (Breda, 1525/1530 — Bruxelas, 9 de setembro de 1569) foi um pintor de Brabante, célebre por seus quadros retratando paisagens e cenas do campo. Pieter Brueghel, conhecido como Pieter Brueghel, "O Velho" (para distingui-lo de seu filho mais velho), foi o primeiro de uma família de pintores flamengos. Assinou como Brueghel até 1559, ano em que retirou o "h" do sobrenome, como viria a acontecer também com seus filhos. "O Velho", considerado um dos melhores pintores flamengos do século XVI, é o membro mais importante da família. Provavelmente, nasceu em Breda, nos Países Baixos. 

Pieter Brueghel "O Velho" - O triunfo da Morte de 1562


Foi admitido como mestre na guilda de São Lucas com 26 anos, em 1551, e como aprendiz de Coecke Van Aelst, artista de Antuérpia, escultor, arquitecto e artífice de tapeçarias e vitrais. Foi nesta altura que Brueghel viajou para a Itália, onde produziu uma série de pinturas, a maior parte das quais representando paisagens. Sua primeira obra assinada e datada foi produzida em Roma, em 1553. Em 1553, se estabeleceu em Antuérpia e dez anos depois mudou-se para Bruxelas permanentemente. Casou-se com Mayken em 1563, filha de Van Aelst, seu mestre. Sabe-se muito pouco sobre a personalidade de Brueghel, para além de algumas palvras de Carel van Mander: «Era um homem tranquilo, sábio e discreto. Mas, quando estava acompanhado, era divertido e gostava de assustar as pessoas e os seus aprendizes com histórias de fantasmas e outras diabruras. É também conhecido como Brugel, O camponês, alegadamente por ter tido o hábito se vestir como camponês, como forma de se misturar com o resto da população, em casamentos e outras celebrações, com o intuito de se inspirar para as suas criações. 

Pieter Brueghel "O Velho" - Jogos de Crianças de 1560.


Viajou pela Itália para aprender a forma de pintar dos renascentistas, permanecendo, como interno, uma temporada no atelier de um professor siciliano. Foi um pintor de multidões e de cenas populares, com uma vitalidade tal que transborda do quadro. Além da sua predileção por paisagens, pintou quadros que realçavam o absurdo na vulgaridade, expondo as fraquezas e loucuras humanas, que lhe trouxeram muita fama. A mais óbvia influência sobre sua arte é de Hieronymus Bosch, em particular no início dos estudos de imagens demoníacas, como o "Triunfo da Morte" e "Dulle Griet". Foi na natureza, no entanto, que ele encontrou seu maior inspiração, sendo identificado como um mestre de paisagens. Ele é muitas vezes creditado como sendo o primeiro pintor ocidental a pintar paisagens como elemento central e não como um pano de fundo histórico de uma pintura. Retratava a vida e costumes dos camponeses, sua terra, uma vívida descrição dos rituais da aldeia, da vida, incluindo agricultura, caça, refeições, festas, danças e jogos. Suas paisagens de inverno de 1565 (por exemplo "Caçadores na Neve") são tomadas como provas corroborativas da gravidade dos invernos durante a Pequena Era Glacial. Utilizando abundante sátira e força, criou algumas das primeiras imagens de protesto social na história da arte. (texto, wikipédia)


(Imagens e videos á solta na net)



domingo, 1 de janeiro de 2012

José Afonso a abrir 2012


José Afonso em entrevista á RTP em 1984, fala dos jovens e dos seus problemas, 10 anos antes da "geração rasca" e vinte e tal anos antes da "geração à rasca".



"Os jovens, e digo, os jovens de todas as classes, estão um pouco à mercê de um sistema que não conta com eles, mas que hipocritamente fala deles - o 25 de Abril não foi feito para esta sociedade, para aquilo que estamos agora a viver. Aqueles que ajudaram a fazer o 25 de Abril, imaginaram uma sociedade muito diferente da actual, que está a ser oferecida aos jovens. Os jovens deparam-se com problemas tão graves, ou talvez mais graves do que aqueles que nós tivemos que enfrentar - o desemprego, por exemplo. E, por vezes, não têm recursos, porque o sistema ultrapassa-os, o sistema oprime-os, criando-lhes uma aparência de liberdade. Eu creio que a única atitude foi aquela que nós tivemos - por nós, eu refiro-me à minha geração - de recusa frontal, de recusa inteligente, se possível até pela insubordinação, se possível até pela subversão do modelo de sociedade que lhes está a ser oferecido, com o fundamento da liberdade democrática, com o fundamento do respeito pelos direitos dos cidadãos. É de facto uma sociedade, que é imposta aos jovens de hoje, teleguiada de longe por qualquer FMI, por qualquer Deus banqueiro. Tal como nós, eles têm que a combater, têm que na destruir, têm de a enfrentar com todas as suas forças, organizando-se para criarem a sociedade que têm em mente. Que não é concerteza, estou convencido, a sociedade de hoje." (José Afonso)


Utopia de José Afonso


  Vídeo Clip para o Zeca Afonso, Carregado por kiiorg em 27/07/2010


Agora façam aqui uma visita
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