terça-feira, 8 de novembro de 2011

Fotos de Leo Rosenthal

Leo Rosenthal 

(1884-1969)


«Pessoas em julgamento foi um tema popular para os fotógrafos da República de Weimar (periodo antes de Hitler chegar ao poder  na Alemanha). No final da década de 30, cada vez mais os envolvidos em tribunais eram da alta sociedade; Nazis, casos de assassinato espetacular ou falsificações de arte com figuras proeminentes no banco das testemunhas, para não mencionar o aumento de casos de pequenos furtos como resultado  de desemprego e inflação. Leo Rosenthal, foi um jurista, que inicialmente trabalhou nos tribunais, depois como fotógrafo na corte (1920),  e em jornais de Berlim, produzindo imagens que retratam aquela época. Mais tarde escapou ao nazismo e ao Holocausto, emigrando para os Estados Unidos, iniciando uma segunda carreira como fotógrafo na Organização das Nações Unidas, em Nova York.» 
(texto da net)

 Em 1930, os nazis invadiram e atacaram os membros de uma associação de trabalhadores. Em 1931, 
Adolf Hitler teve que depor como testemunha. Seguiu-se um processo contra ele por perjúrio. 

O explorador e pintor Hugo von Othegraven foi indiciado em 1932, por causa do seu 
leopardo bébe ter ferido um porteiro. A pelagem do leopardo foi trazido para o tribunal. 

O físico Albert Einstein foi chamado a um julgamento em 1931 como testemunha. 

O escritor Robert Musil veio em 1932 como espectador assistir ao julgamento do 
Estudante persa Martesa Allawi, que tinha sido denunciado por insultar o Xá. 

Em 1932, o negociante de arte Otto Wacker foi acusado de ter introduzido no mercado cerca de 30 pinturas de 
Van Gogh falsos. Este julgamento trouxe a tribunal muitos peritos em pintura e também o sobrinho de Van Gogh. 

William Vincent Van Gogh, sobrinho do famoso pintor, foi chamado como testemunha.

Uma criança a depor em tribunal. 1931.



(Fotos do Landesarchiv Berlim)

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

O Mundial de 1966


Assim se faz Portugal

O Mundial de Futebol em Inglaterra

 Foto do jogo Portugal-Hungria, vitória por 3-1,  José Augusto marca o primeiro 
golo. 13 julho de 1966 e reportagem do Diário de Lisboa no dia seguinte.

 Foto do Portugal-Bulgária (resultado 3-0). Zhechev em duelo com Eusébio
Manchester 17 julho de 1966. E reportagem do Diário de Lisboa no dia seguinte.

Brasil contra Portugal 1-3, Antonio Simões no chão marcou o primeiro 
golo para Portugal e Eusébio fez o segundo de cabeça. 19 Julho 1966.


Reportagem do Diário de Lisboa, 20 Julho 1966.

Brasil-Portugal, 1-3. Péle com o rosto contorcido de dor, sendo confortado por 
Eusébio no Goodison Park em Liverpool. Péle sendo ajudado a sair do campo.
 

Portugal-Coreia do Norte 5-3; José Pereira a ver passar a bola no primeiro golo 
da Coreia do Norte e Li Dong a marcar o segundo da Coreia do Norte. 24 Julho 1966.
  
Portugal-Coreia do Norte 5-3; Eusébio marca de penalty, um de seus 
quatro golos neste jogo e José Augusto marca o quinto. 24 Julho 1966.

Reportagem do Diário de Lisboa, 24 Julho 1966.

Inglaterra-Portugal, 2-1. Eusébio marcou o único golo de Portugal. Gordon 
Banks foi para um lado a bola para o outro. Londres, 27 de julho de 1966.

Reportagem do Diário de Lisboa, 27 Julho 1966.


Portugal-URSS, 2-1. O capitão Mário Coluna troca galhardetes com 
o famoso guarda-redes, Lev YashinLondres, 29 de julho de 1966.


Portugal-URSS, 2-1. Eusébio tenta bater Lev YashinLondres 28 de julho de 1966.

Reportagem do Diário de Lisboa, 29 Julho 1966.



(Fotos Gaethna - Arquivo Nacional da Holanda) 



O Luna Parque


de 
Mário-Henrique Leiria


Recordo-me perfeitamente. Era esplêndido, ir aos sábados ao Luna-Parque com a família. Logo à entrada havia uma série de barracas de tiro ao alvo, com meninas simpáticas a chamar pela gente. Foi aí que o primo Rodrigo, ao disparar com o canhão de 12, se enganou e ficou sem a cabeça. Havia também carrinhos com amendoins, sorvetes e aquele algodão de adoçar que nos deixava todos lambuzados. Sopeiras e magalas aos pares, de mão dada, a olhar para tudo. Vejam lá há quanto tempo isto foi! 
E a Montanha Russa! Ah, a Montanha Russa, como eu gostava de andar nela! Um sábado íamos todos na Montanha Russa. No meio do entusiasmo, o tio Leocádio deu um empurrão à avó Amália, lá mesmo no alto da maior subida. Sem querer. Esborrachou-se toda cá em baixo, pobre avózinha. Tivemos pena. Era realmente divertido. Nessas tardes fartava-me de comer tremoços e até bebia o meu pirolito. E o papagaio que tirava a sina, lembram-se? Metiam-se dez tostões numa caixinha e o papagaio lá ia com o bico, zás, buscar a nossa sina. Como era engraçado!

Mário Henrique-Leiria. Retrato do Artur Cruzeiro Seixas, 1949. Tinta-da-China sobre papel.
Doação Cruzeiro Seixas, coleção Fundação Cupertino de Miranda. Foto encontrada na net.


No Comboio Fantasma foi-se o tio Geraldo. À saída, quando as portas se abriram e nos libertámos daquela escuridão medonha onde toda a gente dava gritinhos, demos por falta dele. O meu pai disse-me discretamente que devia ter sido um esqueleto que o apanhou. A verdade é que nunca mais o vimos. Mas divertido, divertido mesmo, era o Grande Chicote. Levava-se cada safanão!
Os carros batiam uns contra os outros e fartávamo-nos de rir. O Zézito, o filho da tia Josefa, levou um safanão tal que partiu a espinha. Era bom. Que saudade! 
Depois comiam-se também umas farturas e eu até tinha direito a um copinho de abafado. Quando chegava Outubro, com a melancolia das primeiras chuvas e as folhas douradas começando a cair das árvores, o Luna-Parque fechava e eu ficava já a pensar no ano seguinte. Então o meu pai fazia as contas. Além de nós ali em casa, ainda sobrava o tio Inácio do Ministério, o primo Jerónimo que estava no Brasil, a prima Josefina que depois casou com o Clarimundo da Fonseca, devem estar lembrados, e mais alguns. A famíla, por esses tempos, era grande, graças a Deus. Há quantos anos! Como o tempo passa! 
(In, arrozaldalebre.no.sapo.pt)




domingo, 6 de novembro de 2011

Cinemas onde vi filmes: Cine-Teatro Éden


Cine-Teatro Éden na Praça dos Restauradores em Lisboa, com os cartazes de Fátima, Terra de Fé de Jorge Brum do Canto (1943), o que em principio significa que a foto é desse ano. Foto produzida durante a actividade do Estúdio Horácio Novais, 1930-1980. Foto da Galeria de Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian. 


Fui lá diversas vezes ao longo dos anos, com os meus 13/14 anos ia lá quando tinha mais uns tostões e podia armar ao fino em vez de ir ao Olympia ou a outro do género. Tenho uma história engraçada passada no Éden: éramos uns sete ou oito, todos com idades entre os 15/16 anos excepto um que tinha 18 anos (tinha a alcunha de Garrincha e morava na rua do fiscal). Comprámos bilhetes para o filme (creio que era o filme brasileiro, "A Fúria do Cangaceiro") que era para maiores de 17 anos, e em que se dizia que se via umas "coisas", e nós queríamos ver, nessa altura tudo o que pudéssemos ver víamos. 


Interior do Cine-Teatro Éden na Praça dos Restauradores em Lisboa, em principio, as fotos também são de 1943 ou por aí. Foto produzida durante a actividade do Estúdio Horácio Novais, 1930-1980. Foto da Galeria de Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian.


Com os bilhetes na mão subimos a grande escadaria e fomos ter com o porteiro, o homem lá foi cortando os bilhetes mas, quando chegou a vez do Garrincha não cortou o bilhete, dizia que ele não tinha 17 anos. Convém dizer que o Garrincha era o mais pequeno em altura de todos nós, era tão baixo que tinha ficado livre da tropa, numa altura em que poucos jovens ficavam livres. Depois de muita insistência nossa, lá tivemos que confessar que nenhum tinha 17 anos, só o Garrincha é que tinha idade para ver o filme. Não me lembro se ele tinha algum documento com ele, a verdade é que o porteiro lá nos deixou entrar, resta dizer que tirando uns decotes, não se viu mais nada. O último filme que lá vi, foi a estreia de "Kilas, O Mau da Fita" de José Fonseca e Costa (1980), em que ofereceram aos espectadores um disco dos pequenos com duas das canções do filme. depois nunca mais lá entrei, nem sequer para ir à Loja do Cidadão. 



EDEN TEATRO
por M. Felix Ribeiro 

Antigo Éden Teatro. 1914 - Foto do Arquivo Municipal de Lisboa. 




Páginas do livro "OS MAIS ANTIGOS CINEMAS DE LISBOA 1896-1939 de Manuel Félix Ribeiro, referentes ao Cine-Teatro Éden.


Noticia de 1929 no Diário de Lisboa, quando acabou o Éden-Teatro. 

Critica de Lauro António ao filme de que falo no inicio. 


Cine-Teatro Éden na Praça dos Restauradores em Lisboa. Fotos provavelmente dos anos 40 (em cima) e 50. Produzida durante a actividade do Estúdio Horácio Novais, 1930-1980. Fotos da Galeria de Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian. 


Cine-Teatro Éden
O Fim


Noticias de 1990 no Diário de Lisboa sobre o encerramento do Éden.


O ex-Cine-Teatro Éden. 

»O Éden encerrou em 1989 com o filme «Os Deuses Devem Estar Loucos», parte II. Mais tarde ainda chegou a servir de cenário ao filme «Until the End of the World», de Win Wenders. Depois de muito folclore político e municipal, hoje é um hotel. Ao menos não foi abaixo...»
(Foto e texto de Paulu, in Flickr)

Foto possivelmente de 1963. Copiada de jornal.

Foto copiada de jornal.


Nesta altura (2010?) era uma Loja do Cidadão, agora é um hotel.
Foto de António Xavier, copiada de um jornal.





sexta-feira, 4 de novembro de 2011

A Família Fonda

       
Uma das famílias com mais talento em Hollywood


Henry Fonda, um dos rostos mais conhecidos  e com mais talento da época de ouro do cinema americano, será para sempre recordado por seu papel de Tom Joad em As Vinhas da Ira (1940), de John Ford, adaptado do romance de John Steinbeck. 
Quando Henry Fonda falava nós acreditávamos: nas palavras de Tom Joad “...Eu estarei nos cantos escuros. Estarei em todo lugar. Onde quer que olhe. Onde houver uma luta para que os famintos possam comer, eu estarei lá. Onde houver um policia batendo numa pessoa, eu estarei lá. Estarei onde os homens gritam quando estão enlouquecidos. Estarei onde as crianças riem quando estão com fome e sabem que o jantar está pronto. E, quando as pessoas estiverem comendo o que plantaram e vivendo nas casas que construíram, eu também estarei lá.”
Só lhe deram um Óscar como consolação quando já era muito velhinho, num filme (A Casa do Lago) produzido por sua filha e contracenando com ela e Katharine Hepburn. Mais tarde, Jane Fonda, herdou alguns dotes do pai (principalmente a beleza)  e fez carreira no cinema e também destacando-se e bem, como activista contra a guerra do Vietname, ganhou dois óscars: em 1971 para Klute e em 1978, para Coming Home. Peter Fonda, irmão de Jane, foi nomeado duas vezes, mas nunca ganhou, será recordado pelo filme Easy Ryder. Bridget Fonda, filha de Peter Fonda continua ainda a tradição da família. (textos da net)

Henry Fonda com os filhos Peter e Jane em foto sem data.

Pai e filha nas ruas de Nova York em reportagem da LIFE. 1961. Leonard Mccombe. 

Jane Fonda na sua estreia no cinema, no filme Tall Story (1960), recebendo indicações 
de um grande realizador de Hollywood; Joshua Logan. 1959. Allan Grant.

Jane Fonda na sua estreia no cinema, no filme Tall Story (1960), 
lendo o argumento na casa de Joshua Logan. 1959. Allan Grant.

Peter Fonda. 1961. Francis Miller.
Bridget Fonda, filha de Peter Fonda. sem data.



(fotos da LIFE Archive excepto a primeira e a última que estavam á solta na net)



quinta-feira, 3 de novembro de 2011

A Pietá de Miguel Ângelo


A Pietá (em português Piedade) de Miguel Ângelo é talvez a Pietá mais conhecida e uma das mais famosas esculturas feitas pelo artista. Representa Jesus morto nos braços da Virgem Maria. A fita que atravessa o peito da Virgem Maria traz a assinatura do autor, única que se conhece: MICHAEL ANGELUS. BONAROTUS. FLORENT. FACIEBA(T), ou seja, Miguel Angelo Buonarotus de Florença fez.
 


Em 21 de setembro de 1498 o cardeal francês Jean Bilhères de Lagraulas encomendou a Miguel Ângelo uma imagem da Virgem para a Capela dos Reis de França, para a antiga basílica de São Pedro. Juntando capacidades criadoras geniais a uma técnica perfeita, o artista toscano criou então a sua mais acabada e famosa escultura: a Pietá.  Trata-se de um trabalho de admirável perfeição, organizado segundo um esquema em forma de pirâmide, um formato muito utilizado pelos pintores e escultores renascentistas.



O requinte e esmero da modelação e o tratamento da superfície do mármore, polido como um marfim, deram-lhe a reputação de uma das mais belas esculturas de todos os tempos. Michelangelo tinha 23 anos. Em função da pouca idade, muitos não acreditaram que fosse o autor. Assim, por isso teria inscrito o nome na faixa que atravessa o peito de Maria. 
(In, Wikipédia)


Pormenor da fita com o nome de Miguel Ângelo e Pedreiras de Carrara.


Fotos LIFE Archive 



quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Requiem Para Pier Paolo Pasolini


de Eugénio de Andrade



Eu pouco sei de ti mas este crime
Pier Paolo Pasolini. 1968.
torna a morte ainda mais insuportável.
Era novembro, devia fazer frio, mas tu
já nem o ar sentias, o próprio sexo
que sempre fora fonte agora apunhalado.
Um poeta, mesmo solar como tu, na terra
é pouca coisa: uma navalha, o rumor
de abril podem matá-lo – amanhece,
os primeiros autocarros já passaram,
as fábricas abrem os portões, os jornais
anunciam greves, repressão, dois mortos na primeira
página, o sangue apodrece ou brilhará
ao sol, se o sol vier, no meio das ervas.
O assassino, esse seguirá dia após dia
a insultar o amargo coração da vida;
no tribunal insinuará que respondera apenas
a uma agressão (moral) com outra agressão,
como se alguém ignorasse, excepto claro
os meretíssimos juízes, que as putas desta espécie
confundem moral com o próprio cu.
O roubo chega e sobra excelentíssimos senhores
como móbil de um crime que os fascistas,
e não só de Salò, não se importariam de assinar.
Seja qual for a razão, e muitas há
que o Capital a Igreja e a Polícia
de mãos dadas estão sempre prontos a justificar,
Píer Paolo Pasolini está morto.
A farsa, a nojenta farsa, essa continua.


Requiem Para Pier Paolo Pasolini, de Eugénio de Andrade, in Pretextos para Dizer, 
1978, Voz de Mário Viegas. Carregado no Youtube por pfv67 em 08/11/2009 


(foto LIFE Archive)





terça-feira, 1 de novembro de 2011

Visitas nos anos 50


Assim se faz Portugal


Elvas 1951

Ciganos viajando entre Espanha e Portugal sem formalidades aduaneiras. Elvas, 
Portugal, 1951. Fotografados durante a refeição. (fotos de gahetna.nl - Nationaal Archief)


Isabel II em Portugal, 1957

Campinos em acção no Ribatejo em local não assinalado e parada militar na Praça
do Comércio durante a visita de Isabel II a Portugal. 1957 (fotos LIFE archive)

Passeio de gala no Tejo durante a visita de Isabel II a Portugal. 1957 (fotos LIFE archive)

Passeio de gala no Tejo durante a visita de Isabel II a Portugal. 1957 (fotos LIFE archive)

Nazaré durante a visita de Isabel II a Portugal. 1957 (fotos LIFE archive)