quinta-feira, 26 de abril de 2012

Cinemas onde vi filmes: Royal Cine


A primeira vez que fui ao Royal Cine devia ter uns 12 ou 13 anos e fui acompanhar as minhas irmãs Isaura e Helena com os na altura namorados, fomos ver o filme italiano "Não Sou Digno de Ti" com a supervedeta da altura Gianni Morandi. Mais tarde, na época em que fui várias vezes ao Royal (1971), creio que tinha sessões continuas que começavam ás 14h ou 15h. Não tenho a certeza disso mas se não tinha sessões continuas; tinha sessões todos os dias á tarde e á noite. Recordo que trabalhava na Utilmóvel (máquinas de café FAEMA) na rua Vale de Santo António e íamos almoçar perto do Royal a uma tasca de um galego logo a seguir ao bairro Estrela de Ouro, que tinha uns preços em conta e muitas vezes aproveitando ir fazer algum recado, ia ver a sessão da tarde e lá tinha que arranjar uma boa desculpa para o atraso. uma das vezes a coisa foi demais (talvez o filme fosse muito grande) e o atraso foi demasiado e tive de ouvir os gritos do chefe (Sr. Armando?) a dizer "qual é a desculpa" e "se não for boa vais ser despedido" e eu fui metendo os pés pelas mãos até que mostrando-lhe o bilhete do Royal confessei que tinha ido ver determinado filme. O que valeu é que ele achou graça ao atrevimento e deixou passar. Depois disso sei que voltei lá uma vez em 1976 (creio) mas, não me recordo nem do filme. 
Para os queiram saber pormenores acerca do Royal Cine deixo-vos aí em baixo umas folhas do livro de Manuel Félix Ribeiro; "OS MAIS ANTIGOS CINEMAS DE LISBOA 1896-1939", que traz tudo ou quase tudo sobre a história do Royal Cine.

Royal Cine em 1977, ainda funcionava como cinema. 
Foto do Arquivo Fotográfico da CML.


«Explicar às novas gerações o que é um cinema de reprise é quase o mesmo que falar-lhes do paleolítico. Na verdade, as grandes salas do eixo da Avenida da Liberdade (São Jorge, Tivoli, Condes, Éden) e outras da Baixa, que estavam quase sempre esgotadas com grandes estreias em cartaz (o último recurso era conseguir um bilhete na Agência Abep dos Restauradores), coexistiam com os cinemas de bairro, espalhados por toda a cidade. Eram os templos das memoráveis sessões duplas, das reposições, de filmes com uma vertente popular ou de arte e ensaio, sujeitos por vezes aos cortes da censura: lembram-se do grito: "Ó marreco olha a tesoura!!!"?).» (José Vieira Mendes in, O Público, 07-08-2010)



OS MAIS ANTIGOS CINEMAS DE LISBOA 1896-1939
de Manuel Félix Ribeiro

 páginas referentes á história do Royal Cine. 


Clique para poder ler



Anuncio no Diário de Lisboa em 1929.

O Royal Cine abriu com este filme em 1929

"Um filme de qualidade marcou a estreia a 26-12-1929 do Royal Cine - "O Cadáver Vivo" (Zhivoy trup, 1929) filme de co-produção russo-alemã, dirigido por Fedor Ozep e tendo como protagonista Pudovkine, um dos grandes do cinema da grande época russa que, por momentos, deixaria a direcção cinematográfica para ser o notável interprete da principal figura do romance de que Tolstoi era o autor." (Manuel Félix Ribeiro)


Crónica no Diário de Lisboa em Abril de 1930.

O primeiro filme "sonoro" em Portugal estreou no Royal Cine em 1930

«Em 1926, a produtora Warner Brothers lançou o primeiro sistema sonoro, conhecido como Vitaphone, e, em 1927, produziu O Cantor de Jazz, de Alan Crosland, protagonizado por Al Jolson e que é considerado o primeiro filme sonoro. A transição do cinema mudo para o sonoro foi tão rápida que muitos dos filmes distribuídos entre 1927 e 1929, e que tinham começado seu processo de produção como filmes mudos, foram sonorizados depois para se adequarem a uma procura crescente do público. Foi o que aconteceu com White Shadows in the South Seas (Sombras Brancas nos Mares do Sul, 1928) de W.S. Van Dyke. O filme é conhecido por ser o primeiro filme da MGM (a última das grandes companhias a aderir o sonoro), a ser lançado com som pré-gravado. O som era composto por alguns efeitos sonoros, como o vento uivando, uma tempestade, árvores abanando e uma palavra "Olá". A produção em 1927 começou como um empreendimento conjunto entre o documentarista Robert Flaherty e a MGM com W.S. Van Dyke como segundo director e foi filmado no Tahiti, apesar dos créditos de abertura dizerem que era nas ilhas Marquesas. Flaherty, ao chegar ao Tahiti, começou a filmar o filme a um ritmo que não agradava à MGM e depois de discutir com Van Dyke, deixou a produção, deixando Van Dyke como único director do filme. Van Dyke iria terminar o projecto dentro do prazo. No entanto, Flaherty filmou algumas cenas antes de sair da produção, e algumas cenas suas podem ser visto na cópia existente.» (fontes: da net)

Anuncio no Diário de Lisboa em 1970.

Royal Cine (hoje supermercado), Junho 2010.
Foto de Luís Paiva Boléo in, www.panoramio.


1 comentário:

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