ou Cinema Europa ou ainda Europa Cinema
Europa Cinema, referido no cartaz do Diário de Lisboa de 20-02-1931 e só
Europa em 18-12-1936, dizendo no anúncio: "reabertura deste elegante cinema".
Encontrei estas anúncios e consegui saber as datas das fotos, assim decidi dar uma volta no post que, já tinha sido publicado. O primeiro Cinema Europa era chamado em 1931, de Europa Cinema (segundo o cartaz dos cinemas do Diário de Lisboa). E, deve ter começado a funcionar em Fevereiro de 1931 (não consegui saber o dia exacto) mas, creio que deve ter sido pela altura do Carnaval, porque, a primeira vez que aparece no cartaz é logo a seguir. Passado algum tempo (não sei quanto) fechou e voltou a reabrir antes do natal de 1936. Não consegui saber durante quantos anos funcionou mas, sei que voltou a fechar, porque não há referencias no cartaz do Diário de Lisboa durante muitos anos e só voltou a reabrir em Março de 1966, já num edifício novo (o das fotos e que foi destruído). Parece que só se salvou a "estátua", símbolo do Europa. A certa altura das minhas andanças pelo Teatro do Mundo, fomos parar ás caves do Europa, que nos emprestaram (não sei quem) para fazermos ensaios da peça "Ano IV DC" e por isso conhecia relativamente bem as suas instalações. Nessa altura (1982), o cinema estava já desactivado e acho que as instalações estavam alugadas pela RTP. Nunca lá vi filmes, mas assisti à gravação de vários programas televisivos, principalmente de música.
Cinema Europa, 1990. Michel Waldmann. Foto do Arquivo Fotográfico da CML. |
«Com o velho EUROPA da Rua Almeida e Sousa, o cinema Paris foi, de certo modo, a minha escola cinéfila, cliente que de ambos me tornei desde criança. Como todos os cinemas de bairro nas décadas de 50 e 60, o Paris destacava-se, no que diz respeito ao público, por duas características: a familiaridade (local em que quase todos se conheciam e distinguiam logo os «intrusos», vindos de outros bairros) e uma bem vincada (mesmo que não afirmada) divisão social (balcão, plateia de primeira e segunda, da média e pequena burguesia ao proletariado, com a garotada ocupando ruidosamente os lugares mais baratos). Explorando a MGM, o Paris era o centro dos grandes musicais (de Um Americano em Paris a Gigi) e dos filmes com a «rainha das sereias»: Esther Williams. O Europa, através da Warner, «respondia» com a Doris Day. Nos anos 40, o «duelo» travara-se entre Errol Flynn da Warner (Europa) e Tyrone Power da Fox (Paris). Nos anos 50, recordo que os dois ídolos do momento tinham também cada um a sua sala: James Dean da Warner (A Leste do Paraíso, Gigante) no Europa e Marlon Brando da Fox (Viva Zapata, Eles e Elas). Na Páscoa, os filmes eram de temas «religiosos»: ambos nos ofereciam O Rei dos Reis, de DeMille, até à aparição do «cinemascope», com o Paris exibindo, a partir de então, o primeiro filme nesse sistema: A Túnica.»
Texto de Manuel Cintra Ferreira
in, Expresso 27-03-2003.
O Cinema Europa por Manuel Félix Ribeiro.
O primeiro Europa de Campo de Ourique
Esta foto é de Novembro de 1967, que foi quando o filme que está em exibição no Europa; O Ódio Que Gerou o Amor (To Sir, with Love, 1967) de James Clavell, esteve em exibição entre 11-11-67 e 21-11-67. Portanto pode-se concluir, que as fotos do Europa da Fundação Gulbenkian, devem ter sido tiradas todas na mesma altura. Foto Estúdio Mário Novais e Fundação Gulbenkian.
Anúncio da estreia do filme que está na foto acima e que só durou uma
semana em cartaz. Era o que geralmente acontecia a este tipo de filmes.
Interiores do Cinema Europa: Sala. 1967.
Foto Estúdio Mário Novais e Fundação Gulbenkian.
O novo Europa, foi inaugurado em 28 de Março de 1966 com o III Festival de Cinema da Casa da Imprensa. Mas essa história fica para outro post. |
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