terça-feira, 28 de agosto de 2012

Cinemas onde vi filmes: Cinema Império


O Cinema Império foi inaugurado em 24-05-1952 com o filme, O Preço da Juventude (La beauté du diable, 1950) de René Clair.


O Cinema Império em 1952. A identificação do ano da foto foi possível porque na foto consegue-se ler o nome do filme, O Preço da Juventude (La beauté du diable, 1950) de René Clair, filme que inaugurou o cinema. Foto Estúdio Horácio Novais e Fundação Calouste Gulbenkian.


Aqui foi onde vi o meu primeiro filme numa sala, aí por 61/62 (tinha 7/8 anos), numa ida organizada pela Câmara Municipal (não sei se terei sonhado isto) e logo que filme: O Garoto de Charlot (The Kid, 1921). O Império tinha no interior uma sala mais pequena chamada Estúdio, que foi inaugurada em 30-10-1964, com o filme de Jacques Demy, Os Chapéus de Chuva de Cherburgo (Les parapluies de Cherbourg, 1964), mas só lá fui uma vez. Fui ao Império muitas vezes, tinha um écran do tamanho de Lisboa, uma vez só havia bilhetes para a primeira fila e sai de lá com dores de pescoço e a queixar-me de que só vi uma parte do filme. Actualmente o cinema Império passa outros filmes: está prisioneiro da IURD. 
Já tinha publicado este post, mas, entretanto a Fundação Calouste Gulbenkian, disponiblizou umas fotografias maravilhosas do Império e decidi refazer o post e colocar aqui as fotos para todos.


Anuncio no Diário de Lisboa, da Inauguração do Cinema Império em 24-05-1952. 

 O Cinema Império em 1952. A identificação do ano da foto foi possível porque na foto consegue-se ler o nome do filme, O Preço da Juventude (La beauté du diable, 1950) de René Clair, filme que inaugurou o cinema. Foto Estúdio Horácio Novais e Fundação Calouste Gulbenkian. E, noticia no Diário de Lisboa dois dias depois da estreia com algumas informações importantes, tal como o nome do autor do painel interior.


O Cinema Império 1952/1957. Arrisco estas datas porque identifiquei algumas fotos da série da Gulbenkian (fachadas onde tinha o nome dos filmes). Fotos Estúdio Horácio Novais e Fundação Calouste Gulbenkian.


O Cinema Império 1952/1957. Arrisco estas datas porque identifiquei algumas fotos da série da Gulbenkian (fachadas onde tinha o nome dos filmes). Fotos Estúdio Horácio Novais e Fundação Calouste Gulbenkian.



CINE-TEATRO IMPÉRIO

«O edifício foi projectado pelo arquitecto Cassiano Branco em 1947 e, inaugurado em 1952. Este edifício é de traço arquitectónico modernista e estrutura-se através de planta rectangular, de bloco único, cujo alçado principal, virado a norte é definido por uma ampla estrutura envidraçada. A decoração da fachada apresenta linhas verticais coroadas por esferas armilares, em ferro forjado. O interior é composto por corredores de passagem que fazem a ligação entre os três pisos e a sala de espectáculos. A responsabilidade da arquitectura de interiores foi de Frederico George. A destacar a linguagem plástica modernista existe um painel cerâmico de Jorge Barradas, que decora o restaurante/café. O responsável pela arquitectura do café foi Raul Chorão Ramalho. Este cinema foi desactivado nos anos 90. Em 1996 foi classificado como Imóvel de Interesse Público.» (In, revelarlx.cm-lisboa.pt)


O Cinema Império em 1957. A identificação do ano da foto foi possível porque na foto da direita, consegue-se ler o nome do filme, Com Quem Andam as Nossas Filhas (Con quién andan nuestras hijas, 1956) de Emilio Gómez Muriel que estreou em portugal em 10-07-1957. Fotos Estúdio Horácio Novais e Fundação Calouste Gulbenkian.


O Cinema Império 1952/1957. Arrisco estas datas porque identifiquei algumas fotos da série da Gulbenkian (fachadas onde tinha o nome dos filmes). Fotos Estúdio Horácio Novais e Fundação Calouste Gulbenkian.


O Cinema Império 1952/1957. Arrisco estas datas porque identifiquei algumas fotos da série da Gulbenkian (fachadas onde tinha o nome dos filmes). Fotos Estúdio Horácio Novais e Fundação Calouste Gulbenkian.


O Cinema Império 1952/1957. Arrisco estas datas porque identifiquei algumas fotos da série da Gulbenkian (fachadas onde tinha o nome dos filmes). Fotos Estúdio Horácio Novais e Fundação Calouste Gulbenkian.

Painel de João Fragoso, representando uma interpretação de Lisboa, segundo o Diário de Lisboa. O Cinema Império 1952/1957. Arrisco estas datas porque identifiquei algumas fotos da série da Gulbenkian (fachadas onde tinha o nome dos filmes). Fotos Estúdio  Horácio Novais e Fundação Calouste Gulbenkian.

O Cinema Império 1952/1957. Arrisco estas datas porque identifiquei algumas fotos da série da Gulbenkian (fachadas onde tinha o nome dos filmes). Fotos Estúdio Horácio Novais e Fundação Calouste Gulbenkian.


O Cinema Império 1952/1957. Arrisco estas datas porque identifiquei algumas fotos da série da Gulbenkian (fachadas onde tinha o nome dos filmes). Fotos Estúdio Horácio Novais e Fundação Calouste Gulbenkian.


O Cinema Império em 1953. A identificação do ano da foto foi possível porque na foto consegue-se ler o nome do filme, História de um Detective (Detective Story, 1951) de William Wyler que estreou em portugal em 18-012-1953. Fotos Estúdio  Horácio Novais e Fundação Calouste Gulbenkian.

Anuncio da estreia de O Estrangeiro de Luchino Visconti (1946), 
que esteve proibido pela censura durante 22 anos.


A sala Estúdio do Cinema Império

foi inaugurada em 29-10-1964


Embora o anuncio diga que a estreia é dia 30, no dia 29 houve uma ante-estreia e isso é que conta.

Noticia no Diário de Lisboa sobre a ante-estreia.

Anuncio de O MELHOR FILME DE TODOS OS TEMPOS, 
com a lista dos dez mais da SIGHT AND SOUND.

Anuncio do filme António das Mortes de Glauber Rocha  
e como complemento Las Hurdes de Luís Buñuel.


Cinema Império, Imóvel de Interesse Público para quê?

"O Cinema Império, na Alameda D.Afonso Henriques, é Imóvel de Interesse Público desde 1996, e, portanto, está classificado e protegido por lei das tropelias várias que eventuais donos sem escrúpulos queiram fazer, etc., etc. mas no caso do Império isso significa ser o exemplo acabado de como em Portugal há uma maneira muito peculiar de se entender o que significa ser "classificado e protegido". O que eu vi ontem no Império, por entre gritos de "aleluia!", de pastores e plateia histéricos, e a dízima obrigatória de final de sessão, foi um Império completamente desvirtuado, por fora e por dentro daquela magnífica sala de gaveto, de planta assaz enviesada, fruto do traço modernista de Cassiano Branco, de finais dos anos 50."
(Por PF em 03-11-2005, cidadanialx.blogspot.com) Ler Aqui



Local onde foi construído o Cinema Império, entre a avenida Almirante Reis, a alameda de Dom Afonso Henriques e a rua Quirino da Fonseca. Foto de antes de 1952 do Arquivo Fotográfico da CML.

A IURD em acção, um filme há demasiado tempo em cartaz. 
Foto iurdenderecos.files.wordpress.com



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