Outras Loiças

sábado, 27 de abril de 2013

As Meninas de Billy Wilder

Irma La Douce de Billy Wilder (1963)


Fotos de Gjon Mili


“Ser honesto é como depenar uma galinha
ao vento, ficas com a boca cheia de penas”.
frase de Moustache (Lou Jacobi) no filme

Shirley MacLaine é a menina principal. Gjon Mili 1963.

É uma "história de paixão, sangue, desejo e morte, ou seja, tudo o que faz a vida valer a pena". Baseado na peça teatral de Alexandre Breffort, Irma la Douce foi um dos grandes sucessos de Billy Wilder. É uma comédia romântica, sim, mas muito incomum; são 147 minutos de um enredo absurdo e delirante, em que os argumentistas Billy Wilder e I.A.L. Diamond parecem querer, a toda hora, atingir o limite de loucura.


Shirley MacLaine é a menina principal. Gjon Mili 1963.

Billy Wilder a dirigir Irma e Moustache. 1963. Gjon Mili.

Billy Wilder no seu escritório em Hollywood com o co-argumentista I.A.L. Diamond. 1960.


Nestor (Jack Lemmon) é um policia honesto que se apaixona por Irma (Shirley MacLaine), uma prostituta das mais requisitadas de Paris. Ela trabalha na Rua Casanova e é aí que tudo acontece. Após ser demitido da polícia por não aceitar participar do acordo entre prostitutas, chulos e policias, ele torna-se o chulo de Irma, mas não quer que ela se encontre com nenhum homem que não seja ele. Com a ajuda do dono de um bar, ele finge que é um lorde inglês muito rico mas, em segredo, trabalha no mercado como estivador e isso o deixa muito cansado, fazendo Irma supor que Nestor perdeu o interesse por ela. Quando Irma tem uma briga com Nestor, ela decide ir para a Inglaterra com o lorde, ou seja, com ele mesmo. Então Nestor acha que é hora de acabar com a farsa e "mata" o lorde. Porém, ele passa a ser acusado de assassinato pelo sumiço do lorde. 
(Sinopse em wikipedia)


Irma (Shirley MacLaine) e Nestor (Jack Lemmon). 1963 Gjon Mili.


Uma das piadas do filme é o dono do bar, Moustache (Lou Jacobi), que comprou o estabelecimento já com o nome de Chez Moustache e, portanto, achou mais barato deixar crescer o bigode do que comprar outro letreiro. Segundo as autoridades, ele é um ladrão de galinhas romeno chamado Constantinescu, e também foi professor de economia na Sorbonne, croupier em Montecarlo, coronel da Legião Estrangeira em Marrakesh, soldado em Dunquerque, um dos maiores advogados criminalistas da França e chefe da obstetrícia na África Equatorial Francesa com o dr. Schweitzer... "mas isso é outra história". 
(In, omelete.uol.com.br)

Meninas de Billy Wilder. 1963. Gjon Mili.

Mais Meninas de Billy Wilder. 1963. Gjon Mili.

 Mais Meninas de Billy Wilder. 1963. Gjon Mili.

 Mais Meninas de Billy Wilder. 1963. Gjon Mili.

 Mais Meninas de Billy Wilder. 1963. Gjon Mili.


Billy Wilder contrói uma das mais delirantes sequências quando Lord X começa a contar a sua vida usando como base os filmes ingleses que tinha ido ver ao cinema para treinar a célebre pronúncia, é um perfeito delírio de “Gunga Din e os lanceiros da ìndia, até ao “Lawrence da Arábia”, passando pela “Ponte do Rio Kwai” que lhe caiu em cima, tudo aconteceu ao distinto Lord, mas agora que eles se encontraram o seu destino está traçado. 
(In, amemoriadocinema.blogspot.com)

Irma (Shirley MacLaine) e Nestor (Jack Lemmon). 1963 Gjon Mili


“O amor é ilegal, o ódio não. Você pode odiar quem quiser onde quiser. Mas se você quer ternura, 
carinho, um ombro para chorar, um sorriso, precisa se esconder em becos escuros, como um criminoso!”
frase de Moustache (Lou Jacobi) no filme



(Fotos Gjon Mili e LIFE Archive)


quinta-feira, 25 de abril de 2013

Portugal Abril de 1974


ENVIADO A PORTUGAL
Fotos de Henri Bureau
Texto de Luiz Carvalho
Expresso 24-04-2004


Um suposto membro da PIDE, sendo preso por soldados no Largo do Carmo.
Foto copiada do Expresso

Quando naquela manhã, pela fresquinha, os blindados do capitão Maia desceram de Santarém a Lisboa para mudarem a História, muita gente foi apanhada adormir. A música na rádio era outra, apesar de a senha para o início das hostilidades ter sido uma canção festivaleira, «E Depois do Adeus». A PIDE dormia, o regime ressonava, o reviralho tinha-se deitado tarde entre cervejas e policopiados de propaganda, mas a imprensa estrangeira já estava nas ruas de Lisboa testemunhando para o Mundo a mais pacífica das revoluções, chamada dos Cravos. Muitos dos fotojornalistas, a maioria franceses, que hoje trabalham em agências tão prestigiadas como a Magnum, a Sygma ou a Gamma e que são publicados nas mais destacadas revistas e jornais internacionais, estavam em Portugal no 25 de Abril, iniciando carreiras fulgurantes. O tempo de «quando o povo mais Ordenava»,como se uma bebedeira de liberdade tivesse transformado uma terra de fado numa nave De loucos, foi documentado por Salgado, Le Querrec, Gilles Peress ou Jean Gaumy. Eram muito jovens, ansiavam registar guerras e confusão, depararam com uma grande aventura jornalística a duas horas de casa. Um desses enviados foi Henri Bureau, co-fundador da agência Sygma, cujas fotos publicamos.
Henri Bureau ganhou um prémio World Press Photo com a fotografia de um pide cercado no Largo do Carmo. Por ironia, o homem de gabardina era tão-só um cromo de Setúbal que gostava de se fazer passar por agente da alta autoridade bufa. Michel Puech, fotojornalista, então com 26 anos e a trabalhar para odiário francês «Libération», comenta esta semana na Internet a sua experiência no 25 de Abril e refere, com especial amargura, o facto de ter estado ao lado de Henri Bureau e nem ter visto esta cena. Diz andar há 20 anos a lamentar-se por tal falhanço!

Rossio, em Lisboa. Uma multidão em fúria ataca um suspeito de pertencer à PIDE/DGS.
 Foto copiada do Expresso

O movimento dos capitães foi noticiado em França, na primeira hora, como um golpe militar, o que induziu muitas jornalistas a pensar em tratar-se de mais uma pinochetada, agora na Europa. Henri Bureau foi dos fotojornalistas mais marcantes dos anos 70 e Portugal foi um dos seus feitos.«Não dou tréguas em trabalho, mas em Portugal beijei um colega da Gamma por termos sido os únicos a fotografar a tempo a revolução».
Praça do Rossio, em Lisboa. Uma multidão em fúria ataca um suspeito de pertencer à PIDE/DGS. Os soldados tentam protegê-lo. O homem é arrastado até aos Restauradores, sempre injuriado. Henri Bureau segue de perto a aventura do refém da justiça popular. Ao lado de Bureau, um outro fotógrafo da Magnum, Gilles Peress, acabaria também por fotografar a cena. A «caça ao pide» era um dos passatempos preferidos daqueles dias de brasa. Muitas vezes, no meio de uma multidão concentrada em qualquer esquina para discutir acaloradamente um ponto revolucionário, ouvia-se: «Pide! O gajo é da pide!», e logo todos gritavam, avançando para o suspeito:«Morte à PIDE, o povo vencerá!» Seguia-se uma forte malha na vítima, com os soldados a tentarem acalmar os ânimos e os punhos. Cometeram-se injustiças e humilhações, e muitos verdadeiros pides acabaram por se safar pelas traseiras do exaltado povo. Menos os que foram apanhados com as calças na mão...

Soldados tomando posições nas ruas de Lisboa, dois dias depois do 25 de Abril.
 Foto copiada do Expresso

De Santarém a Lisboa, o caminho era longo para os blindados do capitão Salgueiro Maia. Só havia auto-estrada a partir do Carregado, as máquinas aqueciam, pouco habituadas a aventuras revolucionárias. Os soldados, acordados a meio da noite, viajaram meio estremunhados. A hora de ponta na altura, em Lisboa, era bem mais tranquila do que hoje. Ainda havia carroças a chegar com hortaliças à Praça da Ribeira, mesmo ao lado do cenário onde se desenrolou o encontro do oficial fiel ao regime caduco com o herói Maia. O semáforo caiu para vermelho no Marquês de Pombal e o soldado que conduzia o blindado da frente travou a fundo. O resto da coluna parou para deixar passar a tranquilidade cinzenta que ainda atravessava o país. A revolução começou por respeitar a prioridade e acabou por virar nos mais diversos sentidos, conforme os interesses, a força dos grupos, a vontade popular também. A calma do soldado que lê o jornal no Chaimite ou a alegria dos lisboetas, vestidos de calças largueironas e mini-saias atrevidas e gritando à democracia, são grandes momentos de glória.

 Soldado lendo o jornal dentro de uma Chaimite e populares 
no Marquês de Pombal, três dias depois do 25 de Abril.
Fotos copiadas do Expresso

Depois dos heróis, os protagonistas. Cunhal chega ao aeroporto da Portela e salta para um Chaimite, aclamado por camaradas e curiosos. Deverá ter sido dos poucos abraços que deu a Mário Soares, chegado na véspera a Lisboa, no comboio de Paris. Ao volante do Renault 16, que agora repousa na casa-museu de Cortes, João Soares conduz o pai Mário que salta da janela do carro, acenando aos populares. Os primeiros dias de festa estavam a chegar ao fim. Passado o mar de fé e gente que foi o 1º de Maio, tudo mudou. Os carros de Maia, e os seus homens, voltaram à caserna. Outros militares vieram para a ribalta fazendo de heróis. Cunhal e Soares viraram-se de costas. Foram meses de novas lutas até à implantação de uma democracia à europeia. Portugal voltou a ficar no seu canto, só, enquanto testemunhas como Henri Bureau partiam, levando fotografias que continuam a ser únicas.

Fotografias de Henri Bureau/Sygma/Corbis
Texto de Luiz Carvalho
24 Abril 2004
Expresso

«Cunhal chega ao aeroporto da Portela e salta para um Chaimite, aclamado por camaradas e curiosos.»
 Foto copiada do Expresso

 «João Soares conduz o pai Mário que salta da janela do carro, acenando aos populares.»
 Foto copiada do Expresso


segunda-feira, 22 de abril de 2013

O Velho e o Mar


Escrito em 1951 e publicado em 1952, The Old Man and the Sea é a última obra de Hemingway publicada durante a sua vida. O livro, dedicado ao editor literário de Hemingway, Maxwell Perkins, foi destaque na revista LIFE em 1 de Setembro de 1952, e cinco milhões de exemplares da revista foram vendidos em dois dias. Foi publicado em forma de livro em 1 de Setembro de 1952 e a primeira edição teve uma tiragem de 50 mil cópias. O romance recebeu o Prémio Pulitzer, em maio, de 1952, e foi especificamente citado, quando ele foi agraciado com o Prémio Nobel de Literatura em 1954. O Velho e o Mar é ensinado em escolas de todo o mundo. Fotos copiadas da revista LIFE Magazine.


«O velho era magro e seco, com profundas rugas na parte de trás do pescoço. As manchas castanhas do benigno cancro da pele que o sol provoca ao reflectir-se no mar dos trópicos viam-se-lhe no rosto. As manchas iam pelos lados da cara abaixo, e as mãos dele tinham as cicatrizes profundamente sulcadas, que o manejo das linhas com peixe graúdo dá. Mas nenhuma destas cicatrizes era recente. Eram antigas como erosões num deserto sem peixes. Tudo nele e dele era velho, menos os olhos, que eram da cor do mar e alegres e não vencidos.»



Spencer Tracy em O Velho e o Mar de John Sturges (1958).


Spencer Tracy segurando uma garrafa de Coca e conversando 
com Ernest Hemingway em Casablanca, Cuba. 1956. ?? 


Spencer Tracy em O Velho e o Mar: filmagens no Havai. 1957. N. R.Farbman.


Spencer Tracy em O Velho e o Mar: filmagens no Havai. 1957. N. R.Farbman.


Spencer Tracy em O Velho e o Mar: filmagens no Havai. 1957. N. R.Farbman.


 Spencer Tracy em O Velho e o Mar: filmagens no Havai. 1957. N. R.Farbman.


Spencer Tracy em O Velho e o Mar: filmagens no Havai. 1957. N. R.Farbman.



O Velho e o Mar (The Old Man and the Sea) 
de John Sturges (1958)


Talvez tenha sido o realizador John Sturges o que mais manteve fidelidade a Hemingway ao adaptar “O Velho e o Mar”, uma narrativa relativamente curta mas tratada, com extrema sensibilidade. É o velho Santiago que, a certa altura do filme, exaurido pelo desgaste na guerra contra o peixe, nos dá a frase que resume toda a filosofia da obra de Hemingway: “o homem pode ser vencido, mas nunca derrotado”. Uma homenagem ao valor e à coragem do ser humano diante da natureza, da solidão e do medo.»
(texto da net)

Spencer Tracy em O Velho e o Mar: filmagens no Havai. 1957. N. R.Farbman.


O Velho e o Mar: filmagens em estúdio. 1957. Ralph Crane.


 O Velho e o Mar: filmagens em estúdio. 1957. Ralph Crane. 


(Fotos LIFE Archive)


Capa da Edição portuguesa
Tradução e Prefácio de Jorge de Sena
Desenhos de Bernardo Marques


domingo, 14 de abril de 2013

Os "Maus" e as "Boas" em James Bond

Coisas lá de casa


Capa e contra-capa da caixa com 100 postais de James Bond. 2012.

Não estão todos, nem todas e convém lembrar que algumas da "Boas", também eram mázinhas. No ano que marcou o 50º aniversário de James Bond no cinema, e quando da estreia do último filme: «007 - Skyfall», a MGM editou uma caixa com 100 postais dos filmes de Bond e ofereceu-a aos executivos das televisões, pensando já na venda (mais uma vez), para televisão dos filmes de 007; quem quiser o último Bond tem que levar os outros todos. Esta caixa foi-me depois oferecida e tem alguns postais interessantes. Na impossibilidade de os colocar a todos fiz uma escolha de alguns e aqui estão.

O primeiro filme de Bond trazia logo estas duas: Ursula Andress (Honey Ryder) e Eunice
 Gayson (Sylvia Trench), fazendo uma surpresa a Sean Connery em Dr. No (1962).

Joseph Wiseman era o Dr. No (1962). E, rascunho para o poster de Dr. No (1962).

Cartazes do filme Dr. No para os mercados americano e espanhol. 1962.

Desenho de Ken Adam (Art Director) para a sala do reactor em Dr. No (1962).

Muitas estrelas do cinema internacional (uns mais estrelas, outras menos) já passaram pela pele dos terríveis inimigos de Bond, do pioneiro Dr. No interpretado por Joseph Wiseman; passando por Goldfinger, interpretado por Gert Fröbe; Ernst Stavro Blofeld, o chefe da organização SPECTRE vivido por Donald Pleasance, Telly Savallas e Charles Gray em filmes diferentes; Francisco Scaramanga, vivido por Christopher Lee, e Nick Nack, o anão vivido por Hervé Villechaize em The Man with the Golden Gun; o Jaws, interpretado pelo gigante Richard Kiel em The Spy Who Loved Me e Moonraker; o Kamal Khan de Louis Jourdan em Octopussy, o Renard de Robert Carlyle, principal vilão de The World Is Not Enough, até o Le Chiffre de Mads Mikkelsen em Casino Royale e o sinistro Raoul Silva de Javier Bardem em Skyfall. A série James Bond, criada por Ian Fleming, é notável pelos seus "maus" e mais ainda pelas suas "más". Com planos megalomaníacos que envolvem ameaçar o mundo com bombas atómicas, tentar destruir cidades inteiras, roubar submarinos, aviões, etc, sempre exigem que o agente 007 apareça para pôr as coisas na ordem.
Fonte: wikipédia

 Daniela Bianchi (Tatiana Romanova), Lotte Lenya (Rosa Klebb) em From Russia with Love (1963).
Sean Connery sendo ameaçado por Honor Blackman (Pussy Galore) em Goldfinger (1964).


OS MAUS DAS FITAS


«O factor principal da permanência dos mesmos índices de popularidade da série 007 no último quarto de século, fenónemo verdadeiramente único, é o da passagem de um para outro filme, de um conjunto básico de características, devidamente actualizadas em função dos tempos que vão correndo. Tal circunstância permite ao espectador continuar a identificar-se com o único herói que sobrevive incólume não só a várias mudanças de rosto como também à aparição no universo cinematográfico de inúmeros outros heróis populares, de Rambo a Indiana Jones. Um desses elementos constantes em todos os filmes da série é a existência de um vilão contra o qual  James  Bond luta tenazmente até ao fim, em duelos personalizados ou com as imensas máquinas humanas e tecnológicas de que esses verdadeiros maus da fita se costumaram rodear. (...) Em quase todos os filmes da série, sobretudo nos últimos, James Bond muda de adversário, em função dos diversos pontos do mundo onde as suas missões o levam. No entanto, ao princípio, Bond tinha um adversário temível, a organização Spectre, contra a qual lutou em variadíssimos filmes. O seu líder, o maquiavélico Ernst Stavro Blofeld, seria, no entanto, interpretado sempre por actores diferentes nos três filmes em que apareceu: Donal Pesasence em « Só Se Vive Duas Vezes». Telly Savalas em «Ao Serviço de Sua Magestade» e Charles Gray em «Os Diamantes São Eternos». (...) No entanto, estes mestres vilões tinham, em todos os filmes, os seus homens de confiança. não menos diabólicos e assustadores.»
In, Jornal Se7e 10-08-89


 Harold Sakata (Oddjob) e Gert Frobe (Goldfinger) em Goldfinger (1964).

Adolfo Celi (Emilio Largo) e Claudine Auger (Domino Derval) em Thunderball (1965).

Molly Peters (Patricia Fearing) e Sean Connery em Thunderball (1965).

 Donald Pleasence (Ernst Stavro Blofeld) e Mimi Hama (Kissy Suzuki) em You Only Live Twice (1967).

 Geoffrey Holder (Baron Samedi) em Live And Let Die (1973).

Christopher Lee (Francisco Scaramanga) e Maude Adams 
(Andrea Anders) em The Man With The Golden Gun (1974).

Christopher Lee (Francisco Scaramanga) e Roger Moore 
(o Bond Nº 3) em The Man With The Golden Gun (1974).

Richard Kiel (Jaws) em The Spy Who Loved Me (1977) 
Michael Lonsdale (Hugo Drax) em Moonraker (1979).

 Chistopher Walken (Max Zorin), Grace Jones (May Day) em A View to a Kill (1985).

Talisa Soto (Lupe Lamora) em License to Kill (1989).

 Sophie Marceau (Electra King) em The World Is Not Enough (1999).

 Halle Berry (Jinx) em Die Another Day (2002).

Poster dos 50 anos de filmes James Bond. 2012.



“007, a série sem fim, é como um circo. Tem atracções e, entre elas, figuram, em plano de destaque, as «Bond Girls». Este desfile de erotismo afinal «bon enfant», começou com Ursula Andress, em bikini branco, saindo de um mar verde-esmeralda em «007, Agente Secreto» (Dr No). Os produtores não queriam acreditar, aquela história com Sean Connery e cozinhada com mais humor do que os romances de espionagem de Ian Fleming e um toque de exotismo, revelou-se um árvore de patacas. Regra de ouro: mudar sempre a rapariga. É Bond que fica, elas passam, por mais decorativas que sejam. Quem se lembra da heroína, hum, do terceiro 007? Mas, pelo prazer do momento, elas enchem o écran de sedução. Bond, europeu, reaccionário e sofisticado é um consumidor exigente. Se Ursula Andress ficou, por pioneirismo, nas história do cinema, as outras beldades não tanto. A máquina de 007 exige sempre novos estilos, novas modas, novos rostos, novos corpos. Os próprios nomes das heroínas erguem uma geneologia complicada, com um ar de aventura internacional e do martini saboreado sob as palmeiras, elas chamam-se Honey, Tatiana, Pussy, Domino, Kissy, Tracy, Tiffany, Solitaire, Mary Goodnight, Holy, Octopussy, Stacey, Kara, Corine, Bibi, Pola, Lupe e Pam. Nem sempre rebanho dócil, muitas delas começam como inimigas de Bond para depois dar a volta e passarem a ardentes aliadas. As cenas ousadas de Bond e das suas «girls» têm a supervisão em vídeo da benevolente Miss Moneypenny capaz de reflectir, no meio de uma cólera de «M» e de uma chávena de chá «que aquilo faz parte do trabalho».”
José Vaz Pereira
In, Jornal Se7e 10-08-89