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domingo, 10 de junho de 2012

Os 10 Mandamentos - Fotos da rodagem

The Ten Commandments (1956)


um filme de

Cecil B. DeMille


Fotos da rodagem por Ralph Crane, 1955


Charlton Heston é Moisés em The Ten Commandments (Os Dez
 Mandamentos, 1956). O que está por trás dele é cenário.


Produtor e realizador norte-americano, Cecil Blount DeMille nasceu a 12 de Agosto de 1881, na pequena cidade americana de Ashfield. Ainda adolescente, entrou para a Academia de Artes Dramáticas de Nova Iorque, tendo feito a sua estreia como actor em 1900. Em 1913, juntamente com Samuel Goldwyn e Jesse Lasky, fundou os estúdios Paramount, tendo marcado a sua estreia na realização com The Squaw Man (O Exilado, 1914). Torna-se o rei do cinema mudo, produzindo e realizando uma média de vinte e cinco filmes por ano. Durante este período, especializou-se em filmes épicos de natureza histórica e bíblica. Entre os mais célebres, contam-se The Cheat (A Marca de Fogo, 1915), Joan, The Woman (Joana D'Arc, 1917), The Ten Commandments (Os Dez Mandamentos, 1923), The Volga Boatman (O Barqueiro do Volga, 1926) e The King Of Kings (O Rei dos Reis, 1927). Com o advento do cinema sonoro, De Mille não voltou costas à inovação, conferindo maior espetacularidade às suas obras. Filmou Cleopatra (Cleópatra, 1934) com Claudette Colbert, The Crusades (As Cruzadas, 1935), com Loretta Young, e Union Pacific (Aliança de Aço, 1939), um western sobre os primórdios dos caminhos de ferro nos Estados Unidos da América, com Barbara Stanwick e Anthony Quinn. Com o aparecimento da cor, as grandes produções de De Mille ganham ainda maior espetacularidade. Volta aos épicos bíblicos com Sansom and Delilah (Sansão e Dalila, 1949), onde dirigiu Victor Mature e Hedy Lamarr e, em 1952, venceu os Óscares nas categorias de Melhor Filme e Melhor Realizador com The Greatest Show On Earth (O Maior Espetáculo do Mundo), uma obra sobre o mundo circense e que contou com Charlton Heston e James Stewart. A sua obra final foi talvez a mais célebre e a que teve maior projecção comercial, um remake de The Ten Commandments (Os Dez Mandamentos, 1956), que contou com uma verdadeira parada de estrelas - Charlton Heston, Yul Brynner, Edward G.Robinson, Anne Baxter e Vincent Price. Os efeitos especiais utilizados na execução deste filme épico foram revolucionários para a sua época, sendo inesquecíveis as cenas da marcha pelo Mar Vermelho e a entrega dos Dez Mandamentos a Moisés. Morreu a 21 de janeiro de 1959, em Hollywood. (In, www.infopedia.pt)

 Cecil B. DeMille no deserto a dirigir cenas de 
Os Dez Mandamentos. Egipto, Novembro, 1955.


Uma das mais belas histórias da Bíblia obteve, no ano de 1956 e graças à ambição sem limites de Cecil B. DeMille, a sua melhor adaptação cinematográfica de que há memória. (...) O argumento, escrito a quatro mãos (Æneas MacKenzie, Jesse Lasky Jr., Jack Gariss e Fredric M. Frank) consiste num exercício de escrita assaz prodigioso, que possibilita uma metragem de aproximadamente 220 minutos a partir de uma história que, nas sagradas escrituras, se resume em poucas páginas. Um dos maiores encantos da obra reside, precisamente, nesses instantes maravilhosos em que a eloquência das declamações, embebida na poética dos evangelhos e protagonizada tanto pelos actores como pelo narrador, nos arrebatam por completo. A magnífica banda sonora de Elmer Bernstein constitui, também, uma das dádivas maiores da obra. No momento da travessia do Mar Vermelho, então, e juntamente com a espectacularidade dos revolucionários efeitos especiais (John P. Fulton), possibilita um clímax absolutamente deslumbrante, impressionante e apoteótico, que se estende até ao episódio do forjamento dos dez mandamentos.


 Cecil B. DeMille no deserto a dirigir as tropas e os figurantes. Egipto, Novembro, 1955.


Os valores de produção são verdadeiramente monumentais: não só os já referidos efeitos especiais, mágicos e notáveis ao logo de toda a obra, como os cenários (Hal Pereira, Walter H. Tyler, Albert Nozaki, Sam Comer, Ray Moyer) que, do mais ínfimo pormenor ao mais imponente e vistoso ídolo de um Egipto no seu máximo esplendor arquitectónico, são de um trabalho majestoso e extraordinário, capaz de justificar, por si só, o valioso orçamento da obra. O guarda-roupa (Edith Head, Ralph Jester, John Jensen, Dorothy Jeakins, Arnold Friberg) é rico, luxuoso e exuberante, com uma panóplia de corte e costura notável! Desfilam as mais variadas cores e texturas, enchendo o ecrã de uma pura beleza visual.


 Cecil B. DeMille confraternizando com figurantes que o presentearam com um Yodel (forma de cantar que envolve cantar uma nota prolongada que muda rapidamente e repetidamente) egípcio da Alegria. Egipto, Novembro, 1955.


Ainda que nem sempre o DeMille-realizador esteja na sua melhor forma, nomeadamente na primeira parte da obra em que o ritmo e a dinâmica se tornam, por vezes, um tanto ou quanto fastidiosos, e o movimento de câmera não se encontra particularmente inspirado, é na segunda parte que o filme ascende a um patamar superior, culminando nalgumas das cenas mais memoráveis da História do Cinema e que povoam, certamente, o nosso imaginário. A direcção de centenas de figurantes e a própria direcção de actores revela-se inequivocamente magistral: Charlton Heston como Moisés, Yul Brynner como Ramsés II ou Anne Baxter como Nefretiri são papéis deveras excepcionais.


Cecil B. DeMille passeando na frente da sua tenda à espera, para filmar uma cena que envolvia gansos, patos, tendas e figurantes. Egipto, Novembro 1955. 


Reprovável em toda a história só mesmo a egocêntrica contradição moral que é condenar a autoridade déspota e assassina do Faraó e, com a mesma facilidade, glorificar a fé em Deus, ele próprio uma entidade monstruosa e autoritária, que dizima inocentes sem qualquer dó ou piedade. Mas enfim, contradições bíblicas às quais o filme não conseguiu fugir. Independentemente desse aspecto, fica a memória de um épico não só grandioso como megalómano, naquele que foi um dos momentos altos do cinema de Hollywood. 
(In, cineroad.blogspot.pt)


 Cenas da partida para o deserto.  Egipto, Novembro 1955. 


  Cenários no deserto para o filme, Os Dez Mandamentos. Egipto, Novembro, 1955.

Cecil B. DeMille, chegou a sofrer um ataque cardíaco durante as filmagens. Ele ficou alguns dias afastado das filmagens, mas logo retornou ao trabalho, contrariando a orientação dos médicos. Egipto, Novembro, 1955.

Figurantes do filme, voltando para casa após um dia de filmagens. Egipto, Novembro, 1955.


(Fotos de Ralph Crane e da LIFE Archive)


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