Assim se faz Portugal
Toni Frissell ou Antoinette Frissell Bacon, (1907 - 1988) foi uma fotógrafa norte americana , que ficou conhecida por fotografias de moda , de sensíveis fotos da Segunda Guerra Mundial e de retratos de famosos americanos e europeus. Em trabalhos posteriores, ela se concentrou em fotografar as mulheres e crianças de todas as condições sociais, muitas vezes, com um comentário sobre a condição humana. Em 1946 passou por Portugal e "encenou" estas fotos que descobri por aí na net.
Toni Frissell: Rua Medieval em Alfama, Lisboa, Portugal. 1946 (foto em flickr.com)
Toni Frissell: Portugal, 1946 (foto em faciepopuli.com)
Toni Frissell: fadista em night-club português , Lisboa, 1946. (foto em flickr.com)
Toni Frissell: Turista americana, Gertrude Legendre, a fotografar barcos em Lisboa. 1946
(foto em Library of Congress.gov)
Imagem da espia em Lisboa
por Fernando Madaíl
Diário de Noticias, 22 Dezembro 2007
"(...) ao contrário do que se possa imaginar, a silhueta feminina que apontava a sua própria objectiva para os barcos de pesca na capital portuguesa não era uma modelo da Vogue ou da Harper's Bazaar; era uma espia do Office of Strategic Services, a estrutura americana antecessora da CIA. Gertrude Legendre (1902-1999), filha do magnate de tapetes John Sanford, foi a primeira Mata Hari americana capturada pelos alemães em França. Durante os interrogatórios da Gestapo - lembraria mais tarde nas suas memórias -, sustentou sempre que não passava de uma mera dactilógrafa, interiorizando as figuras de outras mulheres que via a trabalhar nas embaixadas. Depois, escapou-se da prisão, dirigiu-se de comboio para a neutral Suíça e, na fronteira, gritou: "Passaporte americano!", ignorando a ameaça do guarda germânico e vendo a barreira aberta pelo guarda helvético. Em 1946, quando esta imagem foi captada, provavelmente já a Alemanha tinha assinado o armistício e Toni já não andaria preocupada com as suas imagens para a Women's Army Corps (de que Legendre fazia parte), sempre com o objectivo de mostrar corajosos soldados, abnegadas enfermeiras ou órfãos das bombas para explicar o esforço de guerra aos americanos que liam os jornais nas suas casas tranquilas. Lisboa também já não teria o ambiente de filme de espionagem dos meses anteriores. E esta espia elegante iria tornar-se uma grande turista, mas, em vez de capturar o pitoresco das cidades, gostava mesmo era de caça grossa. O mais curioso da foto é tentar perceber como seria, em 1946, Lisboa."
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