Outras Loiças

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Pablo Picasso Desenhando com Luz

Pablo Picasso pinta com luz em fotos de longa exposição. Fotos de 

Gjon Mili para a revista LIFE na casa da Picasso em França, 1949. 









(Fotos Gjon Mili e LIFE Archive)

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

A Morgue Real da Europa

Assim se faz Portugal

Estoril 1950


 Uma vista aérea do Estoril em 1950 com Cascais ao fundo, onde a realeza e não 
só, viviam exilados (mas numa boa) durante a ditadura de Salazar. Gordon Parks. 

 Em 1950 a revista LIFE esteve no Estoril e fez uma série de fotos junto de membros exilados da 
realeza europeia e publicou a reportagem em 1951; esta é a 1ª página da reportagem. Gordon Parks. 

 Vista geral do Estoril em 1950. Gordon Parks. 

 Vista geral do Estoril em 1950. Gordon Parks. 

 A LIFE diz que é a Baroness Walpurga von Friesen no Estoril em 1950, mas, eu creio que 
isto é Cascais, repare-se na mulher que vai a passar e na taberna ao fundo. Gordon Parks. 

 A LIFE diz que é Estoril mas a foto é de Cascais junto ao Hotel Baía. Gordon Parks.

 Em 1950 a revista LIFE esteve no Estoril e fez uma série de fotos junto de membros exilados da
realeza europeia e publicou a reportagem em 1951; esta é outra página da reportagem. Gordon Parks. 



(Fotos LIFE Archive) 


Lisboa à beira do Tejo

Assim se faz Portugal

Varinas, Tejo e Alfama.









Fotos da Galeria de Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian,
feitas pelo Estúdio Mário Novais entre os anos 30 e 50 no Cais da Ribeira e Alfama. 

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Fotos de Macau em 1949

1949 - Ano da Revolução Chinesa



 Marinheiros e Prostitutas na Rua da Felicidade em Macau. 1949.

 1ª: Foto, repare-se na criança. 2ª: patrulhamento das ruas. 3ª: transporte de ouro entre Bangkok e Macau. 1949. 

 A igreja estava sempre presente, e um busto do Camões protegido por uma pedra enorme. Macau 1949.

Mais Marinheiros e Prostitutas em Macau. 1949. 


(Fotos Jack Birns e LIFE Archive)

domingo, 25 de setembro de 2011

Grandes Realizadores

Estes são todos muito bons



 Jean Renoir e Ingrid Bergman nas filmagens de Elena et les Hommes, (Helena e os Homens) 1956. 

 Charlie Chaplin vestido de Charlot, dirigindo um filme em 1915.

 Ernst Lubitsch dirigindo Mary Pickford em Rosita, (Rosita) 1923.

 Josef von Sternberg dando indicações a Janet Leigh naquele 

que foi o seu último filme Jet Pilot (As Estradas do Inferno) 1950.


 Cecil B. De Mille fazendo um sinal sinal positivo para figurantes , que o presentearam com o canto 

egípcio da Alegria no local de filmagem de The Ten Commandments, (Os 10 Mandamentos) 1955.

 Leni Riefenstahl caminhando no meio do Mal, isto é, entre Adolf Hitler e Joseph Goebbels 1937.

Vittorio de Sica com Sophia Loren ao colo durante as filmagens 
de Matrimonio all'italiana (Casamento à Italiana), 1964.

Alfred Hitchcock sentado a assistir á gravação de uma cena do filme Shadow of 
a Doubt (Mentira) 1943, com Joseph Cotten, Teresa Wright, e Henry Travers.

Howard Hawks e Angie Dickinson no filme Rio Bravo (Rio Bravo) 1959, com John Wayne ao fundo.


(Fotos Life Archive)


A Permuta Dos Santos



Canção de Chico Buarque/Edu Lobo, feita para o Ballet Dança da Meia Lua


 
[...] Outro recurso muito eficaz, o mais eficaz de todos eles, consiste em “contrariar” os santos. [...] levava-se para ali o S. Sebastião da igreja local, trazendo-se, em troca, [...], a imagem do Senhor do Bonfim, tudo processionalmente, com rezas e cânticos. Enquanto não chovia os santos não voltavam para os seus lugares. (Dicionário do Folclore Brasileiro, de Luís da Câmara Cascudo)

São José de porcelana vai morar
Na matriz da Imaculada Conceição
O bom José desalojado
Pode agora despertar
E acudir os seus fiéis sem terra, sem trabalho e pão

Vai a Virgem de alabastro Conceição
Na charola para a igreja do Bonfim
A Conceição incomodada
Vai ouvir nossa oração
Nos livrar da seca, da enxurrada e da estação ruim



Procissão em Pias, Ferreira de Zêzere, anos 40/50.
Foto francisco grave. 



Bom Jesus de luz neon sai do Bonfim
Pra capela de São Carlos Borromeu
O bom Jesus contrariado
Deve se lembrar enfim
De mandar o tempo de fartura que nos prometeu

Borromeu pedra-sabão vai pro altar
Pertencente à estrela-mãe de Nazaré
A Nazaré vai de jumento
Pro mosteiro de São João
E o Evangelista pra basílica de São José

Mas se a vida mesmo assim não melhorar
Os beatos vão largar a boa-fé
E as paróquias com seus santos
Tudo fora de lugar
Santo que quiser voltar pra casa
Só se for a pé


Garganta Profunda, grupo vocal brasileiro cantando A Permuta dos Santos

Grupo vocal surgido em 1984, com 23 integrantes, desenvolvendo um trabalho voltado principalmente para arranjos vocais de MPB, mas também agregando outros estilos, como Beatles e Villa-Lobos.  Aos poucos o Garganta Profunda,  se tornou referência de conjunto vocal de qualidade e refinamento técnico. Em 1988 foram escolhidos para cantar A Permuta dos Santos no CD do Ballet Dança da Meia-Lua. Todas as músicas são de autoria de Chico Buarque e Edu Lobo  e foram criadas para o Ballet do Teatro Guaíra, Curitiba.




sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Crime e castigo na terra dos antepassados

Tony Hillerman 

(1925-2008)

Tony Hillerman. 


Um olhar íntimo sobre o mestre. Tony Hillerman explica suas inspirações, triunfos e desastres de escrever a sua famosa série de mistério situado no Sudoeste Americano. Cenas das histórias de Tony Hillerman são ilustrados com uma videografia impressionante; nós viajamos aos quatro cantos da área para encontrar o local exato onde estes eventos ocorreram. (In, youtube.com)


Um olhar íntimo sobre Tony Hillerman

«Quando os fuzileiros navajo regressaram do Pacífico nos finais da II Guerra Mundial, depois de terem participado nos combates, foram recebidos pelo seu povo com um ritual de purificação, o «Enemy Way». Por um acaso da fortuna, Tony Hillerman, também regressado com ferimentos de guerra, assistiu a esse ritual integrador. Foi um momento que o havia de marcar para a vida. Nascido em 1925 em Oklahoma, em uma pequena povoação com forte presença das culturas índias, o fascínio de  Tony Hillerman pela mitologia indígena dos Estados Unidos levou-o a um intenso convívio com os índios Navajo e motivou-o a escrever uma série de best-sellers que povoam o imaginário dos americanos com o que já se convencionou chamar de faroeste policial. O autor, mistura crime e castigo, suspense e mistério, com as superstições e crenças dos índios Navajo, as paisagens ensolaradas dos canyons e a indefectível tensão entre a selvageria dos índios e aquela praticada pelo homem branco.


 Capas de livros de Tony Hillerman editados por cá.


Tendo por base tão rico manancial, Hillerman criou uma obra policial muito invulgar, centrada em dois agentes da Navajo Tribal Police, o tenente Joe Leaphorn e o polícia Jim Chee. O contraste entre os dois não podia ser maior. O primeiro é um diplomado universitário, metódico e cartesiano, desconfiado de tudo o que cheire a superstição. O segundo, mais novo, é sobrinho de um famoso «yataali», xamã de renome, aliando o espírito intuitivo à persistência. Formam um par imbatível, como o provam as aventuras em que se envolvem. As histórias aliam uma sólida carpintaria nos cânones do policial a uma utilização das tradições navajo e de outras nações índias, ao mesmo tempo que as confrontam com o modo de vida ocidental. O resultado são livros soberbos e intensos.


 Capas de livros de Tony Hillerman editados por cá.


Em Portugal foram publicados na Caminho, Coiote Espera, O Povo das Trevas, Skinwalkers e Onde os Mortos Dançam e pelo Círculo de Leitores (O Deus que Fala e O Vento Negro),  e ainda A Primeira Águia, editado pela Tágide (editorial).
No mundo dos policiais e das histórias de mistério, Hillerman era uma figura rara, escrevia o New York Times, aquando da sua morte em 2008 por ser um "autor de best-sellers adorado pelos fãs, admirado pelos outros escritores e respeitado pela crítica".»  
(fontes: Expresso, Público e brasileiras)

(foto da net).


quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Contra o "pobrete mas alegrete"


Lisboa, Crónica Anedótica de Leitão de Barros, 1930



"Leitão de Barros recriou, como ninguém, o que mais tarde chamou o lado "pobrete mas alegrete" do "fatalismo sem revolta" do "povo ribeirinho da velha Lisboa". Sob uma aparência desenvolta (o lado "quadro vivo") o que surge nessa "crónica" é o horizonte fechado de uma cidade sem saídas, presa das suas próprias manhas e armadilhas, que não mais deixaria de insinuar-se, em filigrana ou como nota dominante, em quase todos os filmes (comédias ou dramas) que tiveram Lisboa como cenário dominante. Se houvesse que opor um desmentido cabal à lenda da "ville blanche" (cidade branca), emblema fácil e superficial do filme de Tanner dos anos 80, havia que o buscar em todos esses filmes portugueses, em que nunca se pintou cidade mais "escura" e cujo fulgurante marco inicial é o filme de Barros, certamente um dos mais desapiedados olhares de nós próprios sobre nós próprios." 
João Bénard da Costa, Histórias do Cinema, col. Sínteses da Cultura 
Portuguesa, Europália 91, ed. Imprensa Nacional - Casa da Moeda, 1991.


Lisboa, Crónica Anedótica (1930), dirigido por Leitão de Barros, foi uma grande realização, contando com uma das melhores 
equipes técnicas até então montadas no país. Este filme é considerado como uma das obras-primas do cinema de Português.


"Não se pode deixar de referir um conjunto de apontamentos ligados a esses actores, velhos e novos, que ainda hoje dão ao filme a sua graça, já que a ficção envelhece menos que o documento: o saloio Estevão Amarante olhando os manequins na montra e replicando ao aviso da empregada Josefina Silva "Não pode ver sem tocar?" com o imediato "Eu até era capaz de tocar sem ver!"; Nascimento Fernandes e as suas mãos maravilhosas seduzindo com boquinhas e piscadelas de olho as bonitas condutoras de automóveis; Vasco Santana e Costinha, no eléctrico do Campo Grande, às voltas com um burro que impede a passagem; o grande Chaby Pinheiro, na sua única aparição cinematográfica, no papel de um vendedor da Feira da Ladra que mostra um corno aos compradores; Alves da Cunha, num momento dramático no Arsenal da Marinha, uma das melhores descrições de ambiente operário do nosso cinema; Teresa Gomes na inenarrável cena de "peixeirada" da Praça da Figueira, com evidentes alusões eróticas de peixes e alhos; Erico Braga, galã convencional, descendo a Avenida da Liberdade no seu carro e declarando-se às bonitas transeuntes; o conto do vigário da bilha quebrada, com Perpétua Santos." 
(Luís de Pina, in História do Cinema Português, ed. Europa-América, col. Saber, 1986.)


Chaby Pinheiro (1873-1933)


Para quem não saiba, Chaby Pinheiro foi um dos maiores actores de teatro, revista e até do cinema mudo em Portugal. Actor de um teatro que alguns críticos classificam como ligeiro, Chaby Pinheiro foi também intérprete de peças que os teatrólogos ortodoxos classificam como mais respeitáveis, da autoria de Henrik Ibsen (1828-1906) e Émile Zola (1840-1902).

 Postal do filme encontrado na net com Chaby Pinheiro e Beatriz Costa.

Postal do filme encontrado na net com Chaby Pinheiro. 

Da sua vida e da sua relação com amigos e actores ficaram registados diversos episódios pitorescos, como este que se transcreve da obra de Beatriz Costa (1907-1996), Eles e Eu (1990):


"O grande actor Chaby Pinheiro tinha uma especial admiração por Ângela Pinto, que foi a maior artista da sua época. Ângela, sempre que se referia a Chaby, chamava-lhe o «cara de cu». Um dia o grande artista chamou-a e fez-lhe sentir a vulgaridade do seu vocabulário: «Ângela, tu és uma artista amada e respeitada pelo povo, não o podes desiludir com as tuas irreverências. Acaba com essa brincadeira de, em pleno Chiado, de um passeio contrário, dares um grito: 'Adeus ó cara de cu...' » Ângela, que era humilde, como o devem ser todos os famosos, ouviu e passou a respeitar o seu mais que ilustre colega. Um dia ao passar no Rossio viu Chaby numa esplanada a chupar uma carapinhada por uma palhinha cor-de-rosa... Olhou e não aguentou aquele espírito extraordinário, que foi só dela, numa gargalhada, para que ele ouvisse, atirou com esta: «... a tomar o seu semicupiosinho!...» Sobre a Ângela Pinto existem centenas de respostas e anedotas. Não creio que tudo seja autêntico..." 
(In, blogdaruanove.blogs.sapo.pt)


Beatriz Costa numa foto "rara", sem a franjinha que depois usou durante toda a sua vida. 
(foto da colecção Gulbenkian) 



terça-feira, 20 de setembro de 2011

Patrões

ou como ele gostam de ser chamados: Empresários


Será que estou em Portugal ? o país está do avesso ou está a ser confirmada a minha teoria de que na passagem do milénio os doidos sairam todos do manicómio.

Não é preciso acrescentar mais nada. 


Há um ano atrás no tempo do Sócrates, Belmiro de Azevedo, o patrão da Sonae disse: “Quando o povo tem fome, tem direito a roubar”.

Belos tempos: Mário Soares e o povo na Marinha Grande em 1986. 


Agora  neste fim de semana temos direito a umas afirmações de Francisco Van Zeller, o antigo presidente da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP) isto é o ex-patrão dos patrões, que disse: "não podemos evitar que haja manifestações na rua". Se assim fosse, "éramos um povo de molengas". "Já viu o ridículo que era este povo aceitar os sacrifícios e não ir para a rua, não fazer um desfile." "Parecíamos parvos ou mortos."

Dasssss e hoje não é para estes dois patrões. 


(todas as fotos estavam à solta na Net)


segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Cantinflas visita Diego Rivera


"A mi me gustan las palabras claras y el chocolate espeso"
 Cantinflas, (Mario Moreno, 1911-1993)


 Cantinflas (Mario Moreno) de visita a Diego Rivera pouco antes da morte de Rivera, 1957. Allan Grant. 

 Cantinflas (Mario Moreno) de visita a Diego Rivera pouco antes da morte de Rivera, 1957. Allan Grant. 

Cantinflas (Mario Moreno) de visita a Diego Rivera pouco antes da morte de Rivera, 1957. Allan Grant. 


Comediante de origem mexicana, considerado o maior actor cómico da língua espanhola, conquistou fama mundial a partir de 1956, ao actuar em A Volta ao Mundo em 80 Dias (Around the World in 80 Days), ao lado de David Niven e personificando seu criado, Passepartout. Mario Moreno Reyes, seu nome na vida real, iniciou a sua carreira artística trabalhando num circo, vindo de uma família de poucos recursos, o sexto de quinze filhos de um humilde funcionário do correio. Embora criado na pobreza, seus pais conseguiram mandá-lo para a Faculdade de Medicina, mas o jovem estava mais interessado em cantar e dançar do que em estudar.A partir da década de 40, seus filmes já divertiam toda a América Latina. Reunindo considerável fortuna, avaliada, em 1990, em 52 milhões de dólares, dedicava muito de seu tempo e dinheiro para ajudar os outros, chegando a fazer cerca de 100 espectáculos beneficentes por ano e separando boa parte de sua renda anual para obras de caridade. Era também aviador exímio e participou de cerca de 50 filmes, tornando famoso seu personagem de bigodinho nos cantos da boca, as calças caídas e presas por uma corda, o lenço no pescoço e seu linguajar extremamente rápido e sem sentido. Seus personagens retratavam um tipo malandro ingénuo e o seu talento foi reconhecido por Charles Chaplin, que referiu-se a ele como o melhor comediante do mundo. 
In,memorialdafama.com


Diego Rivera (1886-1957). San Francisco, 1941. Peter Stackpole.


Diego Rivera foi um dos maiores pintores mexicanos e um dos protagonistas do muralismo mexicano, juntamente com Orozco e Siqueiros. Rivera era um homem empenhado políticamente. A sua militância reflecte-se claramente nas temáticas da sua pintura. Rivera pinta o povo índio em toda a sua dimensão social e histórica, de uma forma profundamente idealista e utópica. Rivera também praticou a pintura de cavalete, apesar de considerar esta uma modalidade menor em comparação com a pintura mural, uma vez que não tinha a mesma força de intervenção política pois não levava a sua mensagem às massas. 
In, wikipedia.org/wiki/Diego_Rivera e citi.pt/cultura


Diego Rivera pintou en 1953 para o Teatro Insurgentes de México, um mural que tem o actor Mario Moreno "Cantinflas" como figura principal. "La historia del teatro" é o nome do mural que Rivera elaborou em mosaico veneziano e bizantino, e que mede uns 11 por 50 metros e pesa mais de 25 toneladas.

La Historia del Teatro, mural de Diego Rivera imortalizando Cantinflas.

Detalhe da pintura mural situada na avenida de Insurgentes na Cidade do México: 
Cantinflas no centro da pintura mural está distribuindo a riqueza dos ricos aos pobres. 


Para saber a historia e significado deste mural visite: 


(Fotos da Life Archive; as fotos do mural estavam à solta na net)


domingo, 18 de setembro de 2011

Anjos na Quinta da Calçada

Estas fotos devem ser de 1957 ou 1958; repare-se nos pormenores: as minhas irmãs, ambas 
descalças, os altifalantes, a bandeira rasgada na primeira e na segunda a minha irmã Isaura 
toda concentrada, com a minha irmã Helena a olhar por baixo para o fotógrafo.

As Procissões no Bairro da Quinta da Calçada


Quando era miúdo havia no Bairro procissões que percorriam as ruas com o padre a lançar água benta, presumo que para abençoar as casas. Era um tempo em que a igreja juntamente com os fachos da altura dominavam a vidinha de todos, mas isso agora não interessa nada. Não consegui saber em que datas se realizavam mas devia ser nas sextas-feiras santas e outras datas do género. As minhas irmãs Isaura e Helena estavam sempre a participar nelas, eu só tenho uma vaga lembrança destas procissões, o que se calhar significa que acabaram em meados dos anos 60, a minha irmã Emília lembra-se que a certa altura deixaram de fazer as comunhões no bairro e eram feitas no Bairro da Boavista.

As minhas irmãs Helena e Isaura quando eram anjos, em 1957/58. 


Era um tempo em que todos os miúdos eram baptizados, faziam as comunhões e outras coisas de que não me recordo. Desses tempos lembro-me de uma freira, creio que se chamava Madre Deus, que um dia em frente à igreja quando estávamos a jogar hóquei nas sarjetas que havia por aí (estava na moda o hóquei em patins), eu a certa altura disse uma asneira qualquer e a freira que ia a passar, ouviu e veio por trás de mim e deu-me uma tremenda estalada, o que fez com que eu a tenha insultado de tudo o que me veio à boca. Isso causou alguns problemas com a minha mãe a ser chamada ao padre e foi o fim da minha "relação" com a igreja. Que me lembre, nunca mais entrei na igreja do Bairro.


A minha irmã Isaura com 4 anos.

A minha irmã Helena é a da direita, a miúda que está á esquerda é a Graciete, irmã do Sérgio.